terça-feira, novembro 17, 2020

O ator Rock Hudson nasceu há 95 anos

   
Roy Harold Scherer Jr., conhecido profissionalmente como Rock Hudson (Winnetka, 17 de Novembro de 1925 - Los Angeles, 2 de outubro de 1985), foi um ator norte-americano, famoso pelos dramas que fez com o diretor Douglas Sirk e pelas comédias românticas que fez ao lado de Doris Day.
Rock Hudson teve uma vida conturbada. Aos quatro anos foi abandonado pelo pai, Roy Harold Scherer, passando a ser educado com muita dificuldade pela mãe, Katherine Wood, uma empregada doméstica, na cama de quem dormiu até os quinze anos, no alojamento dos criados.
Estudou na New Trier High School, de Illinois. Ganhava algum dinheiro entregando jornais. Aos dezoito anos, alistou-se na Marinha dos Estados Unidos, servindo na lavandaria. Foi quando a sua sexualidade despertou. No meio de tantos rapazes, sentia-se inteiramente à vontade. Tentou até manter um comportamento viril, para se mostrar um deles. Entrou para a universidade e, orientado por um professor, tirou várias fotos e enviou-as para vários agentes de artistas de Hollywood.
Em 1946, após sair da Marinha, Roy foi para Los Angeles, onde trabalhou como camionista durante dois anos para se sustentar, até que um encontro fortuito com o observador de talentos Henry Wilson em 1948 o tirou do anonimato. Wilson apresentou Roy a Ken Hodge, um produtor musical. Os dois tornaram-se amantes. E foi numa festa, no apartamento de Ken, que Roy Sherer se tornou Rock Hudson. Os convidados decidiram que, se ele queria se tornar ator, deveria "renascer" com um outro nome. Ken pronunciou aleatoriamente "Rock", por causa do som duro; "Hudson" foi escolhido na lista telefónica.
Hudson estreou no cinema como ator secundário no filme Sangue, Suor e Lágrimas (Fighter Squadron, 1948), de Raoul Walsh e assinou um contrato com os Estúdios Universal que lhe garantia a realização de vinte e dois filmes em quatro anos. O seu primeiro grande papel a chamar atenção da crítica e do público foi no drama Sublime Obsessão (Magnificent Obsession, 1954), de Douglas Sirk, com quem faria alguns de seus melhores filmes.
Bem apessoado e com 1,93 m, a sua carreira começou como galã em vários westerns, dramas de guerra e comédias principalmente, mas não só, ao lado de Doris Day. Recebeu uma nomeação para o Óscar de Melhor Ator pelo clássico O Gigante (Giant, 1956), mas perdeu o prémio para Yul Brynner. O clássico, dirigido por George Stevens, também tinha James Dean e Elizabeth Taylor, que se transformaria numa de suas melhores amigas fora das telas.
Liz Taylor admitiu que, durante as filmagens de O Gigante, sentiu-se atraída por Hudson. Tudo inútil, pois havia para o ator alguém bem mais atraente que ela - James Dean. Este era um bissexual assumido e extrovertido. Porém, de acordo com a última biografia autorizada por Rock Hudson (Rock Hudson - História de Sua Vida), escrita pelo próprio Rock Hudson e Sara Davinson,  este diz: "Eu não simpatizava com ele (James Dean) pessoalmente", confessa Rock, "mas isso não tem importância". Rock não se dava bem com James Dean porque, na sua opinião, Dean não era "profissional". Durante as filmagens de "O Gigante", Rock Hudson e Elizabeth Taylor tiveram que passar o dia inteiro maquilhados e vestidos, esperando James Dean, que não chegava, pois assistia a uma corrida de carros noutra cidade.
Nas décadas de 50 e 60, figurou entre os dez astros de maior sucesso de bilheteira do cinema norte-americano. Quando os rumores começaram a circular em Hollywood que, ao contrário dos amantes românticos que ele interpretava no cinema, a sua orientação sexual era outra, o seu agente cinematográfico arranjou um pseudo-casamento de Hudson com Phyllis Gates, a sua secretária. Eles passaram a lua-de-mel na Jamaica e em Manhattan; o divórcio deu-se em 1958.
Na década de 70, a carreira de Hudson no cinema parecia estar no fim. Assinou então contrato para uma longa série televisiva. Para um astro de sua grandeza, era uma queda enorme. E o pior é que teria de participar de cenas na cama com a atriz Susan St. James. Eles inclusive teriam um filho na série. Para ele, era demais. Começou a beber e descuidou a sua aparência, sendo visto nos meios homossexuais de Los Angeles, São Francisco e Nova Iorque. A sua imagem ficou seriamente abalada quando se espalharam boatos de que teria se "casado" com o apresentador de um show da televisão, o ator Jim Nabors. Este acabou por perder o seu contrato quando o falatório chegou à CBS. Os dois não ousavam aparecer juntos e jamais se falaram novamente. Rock inclusive tinha medo de ir ao Havaí, pois sabia que Nabors tinha uma casa lá. Em 1982, uma revista anunciou o seu "divórcio".
A sua última aparição no cinema foi em O Embaixador (The Ambassador, 1984), de J. Lee Thompson, em que também aparecia Robert Mitchum. Desde o início da década de 80, já com os primeiros indícios de que havia contraído SIDA, o ator passou a fazer mais séries para a TV, como O Casal McMillan (McMillan & Wife, 1971-1977). Os seus últimos trabalhos foram a participação em vários capítulos da série Dinastia (Dinasty).
Rock Hudson só assumiu a doença três meses antes de morrer, ao anunciar que doaria 250 mil dólares para uma fundação recém-aberta para cuidar de pesquisas sobre o vírus da SIDA. Também estava escrevendo uma biografia, cujo título provisório era A Minha História, e cujos lucros seriam para essa fundação. Faleceu a 2 de outubro de 1985, em Los Angeles, nos Estados Unidos; o seu corpo foi cremado e as cinzas atiradas ao mar.
Ganhou quatro vezes o Golden Globe.
   

Sem comentários: