terça-feira, dezembro 31, 2019

Adeus 2019...

 
Travessia do Deserto - José Mário Branco
Letra e música - José Mário Branco
 
 
Que caminho tão longo!
Que viagem tão comprida!
Que deserto tão grande
Sem fronteira nem medida!
.....Águas do pensamento
....Vinde regar o sustento
....Da minha vida

Este peso calado
Queima o sol por trás do monte
Queima o tempo parado
Queima o rio com a ponte
....Águas dos meus cansaços
....Semeai os meus passos
....Como uma fonte

Ai que sede tão funda!
Ai que fome tão antiga!
Quantas noites se perdem
No amor de cada espiga!
....Ventre calmo da terra
....Leva-me na tua guerra
....Se és minha amiga

Que caminho tão longo!
Que viagem tão comprida!
Que deserto tão grande
Sem fronteira nem medida!
.....Águas do pensamento
....Vinde regar o sustento
....Da minha vida

Este peso calado
Queima o sol por trás do monte
Queima o tempo parado
Queima o rio com a ponte
....Águas dos meus cansaços
....Semeai os meus passos
....Como uma fonte

John Wycliffe morreu há 635 anos

John Wycliffe (Hipswell, circa 1328 - Lutterworth, 31 de dezembro de 1384) foi professor da Universidade de Oxford, teólogo e reformador religioso inglês, considerado precursor das reformas religiosas que sacudiram a Europa nos séculos XV e XVI. Trabalhou na primeira tradução da Bíblia para o idioma inglês, que ficou conhecida como a Bíblia de Wycliffe.
   
Família e Infância
A sua família era da região de Yorkshire, sendo que, à época do seu nascimento as propriedades familiares cobriam amplo território nas redondezas de Ipreswell (hoje Hipswell), o seu local de nascimento. Não há certeza sobre o ano de seu nascimento, um dos anos mais citados é 1320, mas há variações de 1320 a 1328.
Não se sabe, ainda, o ano em que ele foi enviado pela família para estudar na Universidade de Oxford, mas há certeza de que estava lá desde pelo menos em 1345.

Em Oxford
Na Universidade, aplicou-se nos estudos de teologia, filosofia e legislação canónica. Tornou-se sacerdote e depois serviu como professor no Balliol College, ainda em Oxford. Por volta de 1365 tornou-se bacharel em teologia e, em 1372, doutor em teologia.
Como teólogo, logo destacou-se pela firme defesa dos interesses nacionais contra as demandas do papado, ganhando reputação de patriota e reformista. Wycliffe afirmava que havia um grande contraste entre o que a Igreja era e o que deveria ser, por isso defendia reformas. As suas ideias apontavam a incompatibilidade entre várias normas do clero e os ensinos de Jesus e seus apóstolos.
Uma destas incompatibilidades era a questão das propriedades e da riqueza do clero. Wycliffe queria o retorno da Igreja à primitiva pobreza dos tempos dos evangelistas, algo que, na sua visão, era incompatível com o poder temporal do papa e dos cardeais. Para ele o Estado deveria tomar posse de todas as propriedades da Igreja e encarregar-se diretamente do sustento do clero. Logo, a cátedra deixou de ser o único meio de propagação de suas ideias, ao iniciar a escrita de seu trabalho mais importante, a Summa theologiae. Entre as ideias mais revolucionárias desta obra, está a afirmação de que, nos assuntos de ordem material, o rei está acima do papa e que a Igreja deveria renunciar a qualquer tipo de poder temporal. A sua obra seguinte, De civili dominio, aprofunda as críticas ao Papado de Avinhão (onde esteve a sede provisória da Igreja de 1309 até 1377), com seu sistema de venda de indulgências e a vida perdulária e luxuosa de muitos padres, bispos e religiosos sustentados com dinheiro do povo. Wycliffe defendia que era tarefa do Estado lutar contra o que considerava abusos do papado. A obra contém 18 teses, que vieram a público em Oxford em 1376.
As suas ideias espalharam-se com grande rapidez, em parte pelos interesses da nobreza em confiscar os bens então em poder da igreja. Wycliffe pregava nas igrejas em Londres e sua mensagem era bem recebida.
   
A oposição da Igreja
Apesar de sua crescente popularidade, a Igreja apressou-se em censurar Wycliffe. Em 19 de fevereiro de 1377, Wycliffe é intimado a apresentar-se diante do Bispo de Londres para explanar-lhe os seus ensinamentos. Compareceu acompanhado de vários amigos influentes e quatro monges foram seus advogados. Uma multidão aglomerou-se na igreja para apoiar Wycliffe e houve animosidades com o bispo. Isto irritou ainda mais o clero e os ataques contra Wycliffe intensificaram-se, acusando-o de blasfémia, orgulho e heresia. Enquanto isso, os partidos no Parlamento inglês pareciam convictos de que os monges poderiam ser melhor controlados se fossem aliviados das suas obrigações seculares.
É importante lembrar que, neste período, desenrolava-se a Guerra dos Cem Anos entre a França e a Inglaterra. Na Inglaterra daquele tempo, tudo que era identificado como francês era visto como inimigo e nessa visão se incluiu a Igreja, pois havia transferido sua sede de Roma para Avinhão, na França. A elite inglesa (realeza, parlamento e nobreza) reagia à ideia de enviar dinheiro aos papas, esta era uma atitude vista como ajuda ao sustento do próprio inimigo. Neste ambiente hostil à França e à Igreja, um teólogo como Wycliffe desfrutou quase imediatamente de grande apoio, não apenas político, como também popular, despertando o nacionalismo inglês.
Em 22 de maio de 1377, o Papa Gregório XI, que em janeiro havia abandonado Avinhão para retornar a sede da Igreja a Roma, expediu uma bula contra Wycliffe, declarando que as suas 18 teses eram erróneas e perigosas para a Igreja e o Estado. O apoio de que Wycliffe desfrutava na corte e no parlamento tiraram à bula algum efeito prático, pois era geral a opinião de que a Igreja estava exaurindo os cofres ingleses.
   
Poder Real versus Poder Eclesiástico
Ao mesmo tempo em que defendia que a Igreja deveria retornar à primitiva pobreza dos tempos apostólicos, Wycliffe também entendia que o poder da Igreja devia ser limitado às questões espirituais, sendo o poder temporal exercido pelo Estado, representado pelo rei. O seu livro De officio regis defendia que o poder real também era originário de Deus, encontrava testemunho nas Escrituras Sagradas, quando Cristo aconselhou "dar a César o que é de César". Era pecado, em sua opinião, opor-se ao poder do rei e todas as pessoas, inclusive o clero, deveriam pagar-lhe tributos. O rei deve aplicar seu poder com sabedoria e suas leis devem estar de acordo com as de Deus. Das leis de Deus se deriva a autoridade das leis reais, inclusive daquelas em que o rei atua contra o clero, porque se o clero negligencia seu ofício, o rei deve chama-lo a responder diante de si. Ou seja, o rei deve possuir um "controle evangélico" e quem serve à Igreja deve submeter-se às leis do Estado. Os arcebispos ingleses deveriam receber sua autoridade do rei (não do papa).
Este livro teve grande influência na reforma da Igreja, não apenas na Inglaterra, que sob Henrique VIII passaria a ter a igreja subordinada ao Estado e o rei como chefe da Igreja, mas também na Boémia e na Alemanha. Especialmente interessantes são também os ensinamentos que Wycliffe endereça aos reis, para que protejam os seus teólogos. Ele sustentava que, já que as leis do rei devem estar de acordo com as Escrituras, o conhecimento da Bíblia é necessário para fortalecer o exercício do poder real. O rei deveria cercar-se de teólogos para aconselha-lo na tarefa de proclamar as leis reais.

Wycliffe e o papado
Os escritos de Wycliffe nos seus últimos seis anos incluem contínuos ataques ao papado e à hierarquia eclesiástica da época. Nem sempre foi assim, entretanto. Os seus primeiros escritos eram muito mais moderados e, à medida que as relações de Wycliffe com a Igreja foram se deteriorando, os ataques cresceram em intensidade.
Na questão relacionada ao cisma da Igreja, com papas reivindicando em Roma e Avinhão a liderança da Igreja, Wycliffe entendia que o cristão não precisa de Roma ou Avinhão, pois Deus está em toda parte. "O nosso papa é Cristo", sustentava. Em sua opinião, a Igreja poderia continuar existindo mesmo sem a existência de um líder visível, por outro lado os líderes poderiam surgir naturalmente, desde que vivessem e exemplificassem os ensinamentos de Jesus.
 
Contra as ordens monásticas
A batalha de Wycliffe contra as ordens monásticas (que ele chamava de "seitas") iniciou-se por volta de 1377 e alongou-se até à sua morte. Wycliffe afirmou que o papado imperialista era suportado por estas "seitas", que serviam ao domínio do papa sobre as nações daquele tempo. Em vários de seus escritos, como Trialogus, Dialogus, Opus evangelicum e alguns sermões, Wycliffe dizia que a Igreja não necessitava de novas "seitas" e que eram suficientes os ensinos dos três primeiros séculos de existência da Igreja. Defendia que as ordens monásticas não eram suportadas pela Bíblia e deveriam ser abolidas, junto com suas propriedades. O povo então se insurgiu contra os monges e podemos observar os maiores efeitos dessa insurreição na Boémia, anos mais tarde, com a revolução hussita. Na Inglaterra, entretanto, o resultado não foi o esperado por Wycliffe: as propriedades acabaram nas mãos dos grandes barões feudais.
    
Página da tradução de Wycliffe do evangelho de João
      
A Bíblia Inglesa
Wycliffe organizou um projeto de tradução das Escrituras, defendendo que a Bíblia deveria ser a base de toda a doutrina da Igreja e a única norma da fé cristã. Sustentava que o papa ou os cardeais não possuíam autoridade para condenar suas 18 teses, pois Cristo é a cabeça da Igreja e não os papas.
"A verdadeira autoridade emana da Biblia, que contém o suficiente para governar o mundo", cita Wycliffe em seu livro De sufficientia legis Christi. Wycliffe afirmava que na Bíblia se encontra a verdade, a fonte fundamental do Cristianismo e que, por isso, sem o conhecimento da Bíblia não haveria paz na Igreja e na sociedade. Com isso, contrapunha a autoridade das escrituras à autoridade papal: "Enquanto temos muitos papas e centenas de cardeais, suas palavras só podem ser consideradas se estiverem de acordo com a Bíblia". Idêntico princípio seguiria Lutero mais de 100 anos depois, ao liderar a Reforma Protestante.
Wycliffe acreditava que a Bíblia deveria ser um bem comum de todos os cristãos e precisaria estar disponível para uso quotidiano, na língua nativa das populações. A honra nacional requeria isto, desde quando os membros da nobreza passaram a possuir exemplares da Bíblia em língua francesa. Partes da Bíblia já haviam sido traduzidas para o inglês, mas não havia uma tradução completa. Wycliffe atribuiu a si mesmo esta tarefa. Embora não se possa definir exatamente a sua parte na tradução (que foi baseada na Vulgata), não há dúvidas de que foi sua a iniciativa e que o sucesso do projeto foi devido à sua liderança. A ele devemos a tradução clara e uniforme do Novo Testamento, enquanto seu amigo Nicholas de Hereford traduziu o Antigo Testamento. Ambas as traduções foram revistas por John Purvey em 1388, quando então a população em massa teve acesso à Bíblia em idioma inglês, ao mesmo tempo que se ouvia dos críticos: "a jóia do clero tornou-se o brinquedo dos leigos".
Mas, cabe fazer algumas ressalvas. Durante a Idade Média os livros eram raros e caros por serem feitos à mão, a Bíblia não era exceção. O uso exclusivo do Latim era comum a todos os livros dado a universalidade da língua e o seu reconhecimento erudito e intelectual na Europa Ocidental, regra válida também para a Bíblia. A tradução de Wycliffe da Bíblia para o inglês pode ser entendida como mais movida pelo nacionalismo inglês e menos por uma inclinação popular de democratização de acesso. Os pobres continuaram sem ter acesso a mesma por dois motivos: o primeiro é que era cara pela sua confecção ainda manual e, segundo, porque o povo continuava analfabeto. A grande difusão da Bíblia só foi de facto possível com a invenção da imprensa no século XV e a universalização da educação a partir do século XIX. Então, somente após o século XIX reuniram-se as condições para a Bíblia se tornar um livro popular.
Apesar do empenho da hierarquia eclesiástica em destruir as traduções em razão do que consideravam como erros de tradução e comentários equivocados, ainda existem ao redor de 150 manuscritos, parciais ou completos, contendo a tradução na sua forma revista. Disso podemos inferir o quão difundida essa tradução foi no século XV, razão pela qual os partidários de Wycliffe eram chamados de "homens da Bíblia" pelos seus críticos. Assim como a versão de Lutero teve grande influência sobre a língua alemã, também a versão de Wycliffe influenciou o idioma inglês, pela sua clareza, força e beleza.
A Bíblia de Wycliffe, como passou a ser conhecida, foi amplamente distribuída por toda a Inglaterra. A Igreja denunciou-a como uma tradução não autorizada.
   
Wycliffe e os lolardos
Contrário à rígida hierarquia eclesiástica, Wycliffe defendia a pobreza dos padres e os organizou em grupos para divulgar os ensinos de Cristo. Estes padres (mais tarde chamados de "lolardos") não faziam votos nem recebiam consagração formal, mas dedicavam sua vida a ensinar o Evangelho ao povo. Estes pregadores itinerantes espalharam os ensinos de Wycliffe pelo interior da Inglaterra, agrupados dois a dois, de pés descalços, usando longas túnicas e carregando cajados nas mãos.
Em meados de 1381 uma insurreição social amedrontou os grandes proprietários ingleses e o rei Ricardo II foi levado a crer que os lolardos haviam contribuído com ela. Ele ordenou à Universidade de Oxford (que havia sido reduto de líderes insurretos) que expulsasse Wycliffe e seus seguidores, apesar destes não haverem apoiado qualquer movimento rebelde. O rei proibiu a citação dos ensinos de Wycliffe em sermões e mesmo em discussões académicas, sob pena de prisão para os infratores.
  
O legado de Wycliffe
Wycliffe então retirou-se para sua casa em Lutterworth, onde reuniu sábios que o auxiliaram na tarefa de traduzir a Bíblia do latim para o inglês. Enquanto assistia à missa em Lutterworth, no dia 28 de dezembro de 1384, foi acometido por um ataque de apoplexia, falecendo 3 dias depois, no último dia do ano.
A influência dos escritos de Wycliffe foi muito grande em outros movimentos reformistas, em particular sobre o da Boémia, liderado por Jan Huss e Jerónimo de Praga. Para parar tais movimentos, a Igreja convocou o Concílio de Constança (14141418). Um decreto deste Concílio (expedido em 4 de maio de 1415) declarou Wycliffe como herético, recomendou que todos os seus escritos fossem queimados e ordenou que os seus restos mortais fossem exumados e queimados, o que foi cumprido 12 anos mais tarde, pelo Papa Martinho V. As suas cinzas foram deitadas no rio Swift, que banha Lutterworth.
     

A cantora Virgínia Rodrigues faz hoje 55 anos!

(imagem daqui)

Virgínia Rodrigues (Salvador, 31 de dezembro de 1964) é uma cantora brasileira.


Biografia

Virgínia Rodrigues é uma cantora brasileira, descoberta por Caetano Veloso durante um ensaio do Bando de Teatro Olodum, em Salvador, em 1997. A sua música tem influência de música clássica, samba e jazz, ao mesmo tempo que as suas letras têm referências a entes do candomblé e umbanda. A sua voz, prolixa e grave, atinge desde notas agudas até tons mais graves e é mais um típico caso brasileiro, de um artista talentoso e bastante reconhecido no cenário internacional, mas ignorado no seu país natal.
Depois de anos cantando em coros de igrejas católicas e protestantes, ela havia sido convidada pelo diretor Márcio Meireles para participar da peça Bye Bye Pelô, onde Caetano a viu pela primeira vez. De origem humilde, Virgínia traz referências populares e líricas do que ouviu na infância e juventude. O resultado é que seu canto vagueia entre o erudito e o popular. O primeiro disco foi produzido por Celso Fonseca e teve arranjos de Eduardo Souto Neto. As músicas foram escolhidas por Virgínia, Caetano e Celso Fonseca, e inclui canções como Noite de Temporal, de Dorival Caymmi, além das participações de Djavan, Gilberto Gil e Milton Nascimento.
O seu primeiro álbum "Sol Negro" foi bem recebido nos Estados Unidos e na Europa, rendendo à cantora raras críticas. O jornal The Times, de Londres, escreveu: “...A nova diva da música brasileira, a cantora baiana de 33 anos, comoveu todo o Brasil com seu álbum de estreia Sol Negro; uma rica mistura de influências africanas e portuguesas e de samba de raiz”, sendo também elogiado também pelo jornal francês Le Monde e pela revista americana Rolling Stone.
A história da cantora baiana Virgínia Rodrigues ficou tão conhecida internacionalmente que os jornalistas americanos a apelidaram de Cinderela brasileira. Ex-manicure, saída de uma favela de Salvador realizou, num ano, duas turnês pelos Estados Unidos, shows na Europa e foi entrevistada por David Byrne, ao vivo, na televisão americana. Nos Estados Unidos, Europa e Japão, o primeiro disco de Virgínia saiu lançado pela gravadora Rykodisc, de propriedade de Cris Blackwell, o mesmo que popularizou nomes como Bob Marley, Peter Tosh e U2.
No seu segundo álbum, "Nós", Virgínia homenageia o canto de raiz africana de Salvador. O seu canto primoroso e sofisticado entoa músicas do Ilê Aiyê, Olodum, Timbalada, Ara Ketu e Afreketê. O The New York Times definiu-a então como “uma das mais impressionantes cantoras que surgiu do Brasil nos últimos anos”. “Um dos lançamentos internacionais mais impressionantes dos últimos anos.”, escreveu Stephan Cook da “All Music Guide”.
Virgínia chega ao seu terceiro CD, "Mares Profundos", coroada pelo sucesso no exterior – embora ainda seja desconhecida na sua terra natal - santos da casa não fazem milagres. Lançado em janeiro de 2004 nos Estados Unidos, "Mares Profundos" chegou ao Brasil com edição simultânea na Europa. O selo do álbum é o prestigioso Edge, da gravadora alemã Deutsche Grammophon, a mais tradicional da música erudita. A produção, claro, é de Caetano. O reportório é poderoso: 11 afro-sambas compostos entre 1962 e 1966 pelo violonista Baden Powell (1937-2000) e pelo poeta Vinícius de Moraes (1913-1980). O programa fecha com o samba ‘Lapinha’ (Baden-Paulo César Pinheiro).
Quatro anos após lançar o seu último disco, Virgínia Rodrigues volta ao cenário musical com o disco "Recomeço", que versa sobre o amor dual, assunto imemorial e omnipresente no cancioneiro, e muito discutido na composição. Como intérprete talhada que é, dá um novo sentido a clássicos recorrentes da música brasileira. O seu canto de câmara, aliado à compreensão da canção popular conferem um novo sentido a poesias de Chico Buarque, como as oníricas “Todo Sentimento” (com Cristóvão Bastos) e “Beatriz” (com Edu Lobo); de Vinicius de Moraes, seja com Francis Hime - na pouco conhecida “Eu te Amo Amor”, ou com Tom, o parceiro ancestral, em pérolas como “Por Toda a Minha Vida” e “Estrada Branca”; ou ainda ao grande hino de Dolores Duran, “A Noite do Meu Bem”.
Hoje, é cantora das mais respeitadas no circuito dos mais importantes festivais de jazz e world music pelo mundo fora, participando de diversas turnês mundiais. Entre os seus fãs está o ex-presidente americano Bill Clinton, que ficou encantado ao assistir à apresentação dela em São Paulo. Em entrevista, Clinton uma vez afirmou que ela era a cantora de quem ele mais gostava no mundo. Ele dedicou a Virginia uma passagem no seu livro de memórias "Minha Vida". O jornal The New York Times classificou sua voz como "celestial".
Teve uma participação especial no filme Wally Salomão, de Ana Carolina Teixeira Soares.
  
Discografia
  • Sol Negro (1997)
  • Nós (2000)
  • Mares Profundos (2004)
  • Recomeço (2008)
  • Mama Kalunga (2015)
      
  

Matisse nasceu há 150 anos

Henri-Émile-Benoît Matisse (Le Cateau-Cambrésis, 31 de dezembro de 1869 - Nice, 3 de novembro de 1954) foi um artista francês, conhecido por seu uso da cor e sua arte de desenhar, fluída e original. Foi um desenhista, gravurista e escultor, mas é principalmente conhecido como um pintor. Matisse é considerado, juntamente com Picasso e Marcel Duchamp, como um dos três artistas seminais do século XX, responsável por uma evolução significativa na pintura e na escultura. Embora fosse inicialmente rotulado de fauvista (besta selvagem), na década de 1920, ele foi cada vez mais aclamado como um defensor da tradição clássica na pintura francesa. O seu domínio da linguagem expressiva da cor e do desenho, exibido em um conjunto de obras ao longo de mais de meio século, valeram-lhe o reconhecimento como uma figura de liderança na arte moderna.
Jarra com girassóis (1898)

O Canal do Panamá deixou de ser norte-americano há quarenta anos

Foto da cerimónia de transferência
 
Os Tratados Torrijos-Carter (às vezes referidos no singular, como o Tratado Torrijos-Carter) são dois tratados assinados entre os Estados Unidos e o Panamá em Washington, DC, em 7 de setembro de 1977, anulando o Tratado Hay-Bunau-Varilla assinado em 1903.
 
Mapa da Zona do Canal do Panamá
 
Estes dois tratados garantiam ao Panamá o controle do Canal do Panamá - até então sob controle dos Estados Unidos - a partir de 1977. Os tratados são assim chamados em homenagem aos dois signatários, o presidente dos Estado Unidos Jimmy Carter e o líder panamenho Omar Torrijos. Torrijos não fora eleito democraticamente, tendo tomado o poder através de um golpe de estado em 1968, mas considera-se, em geral, que teve um grande apoio no Panamá para a assinatura desses tratados.
O primeiro tratado é chamado oficialmente de The Treaty Concerning the Permanent Neutrality and Operation of the Panama Canal (Tratado referente à Neutralidade Permanente e à Operação do Canal do Panamá), normalmente referido como The Neutrality Treaty (O tratado de Neutralidade). Nesse tratado, os EUA mantêm o direito permanente de defender o canal de qualquer ameaça que possa interferir com seu serviço neutro continental a navios de todos os países.
O segundo tratado é chamado de The Panama Canal Treaty (O tratado do Canal do Panamá). É este tratado que garantia que, depois do ano 2000, o Panamá assumiria o controle total das operações do canal e tornar-se-ia o primeiro responsável por sua defesa.
  
   
(...)
 
Ambos os tratados foram subsequentemente ratificados no Panamá, por uma maioria de dois terços, num plebiscito ocorrido a 23 de outubro de 1977. A fim de permitir o debate popular dos tratados e em resposta às alegações dos seus adversários nos EUA de que o Panamá era incapaz de ratificar democraticamente os tratados, restrições à imprensa e a partidos políticos foram anuladas várias semanas antes do voto. No dia de votação, 96% dos eleitores panamenhos foram às urnas, o maior índice de participação no Panamá até então. O tratado de neutralidade era o que mais preocupava os eleitores, particularmente à esquerda, e foi uma das razões pelas quais os tratados não encontraram um apoio popular ainda maior.
Nos Estados Unidos, o Senado ratificou o primeiro tratado em 16 de março de 1978 e o segundo em 18 de abril.
 
(...)
 
O tratado do Canal do Panamá definiu um plano para a transferência do canal, levando a um total controle de todas as terras e edifícios na área do Canal pelo Panamá. A consequência mais imediata desse tratado foi que a Zona do canal do Panamá, como entidade, deixou de existir em 1 de outubro de 1979. A fase final do tratado foi completada a 31 de dezembro de 1999. Nessa data, Os Estados Unidos transferiram o controle do Canal do Panamá e de todas as áreas do que fora até então a Zona do Canal do Panamá para o estado do Panamá.
Como resultado dos tratados, em 2000 cerca de 1500 km², incluindo algo em torno de 7.000 prédios, como estabelecimentos militares, depósitos, armazéns, escolas e residências privadas, foram transferidos ao Panamá. Em 1993, o governo panamenho criou uma agência, a Autoridad de la Región Interoceánica, também chamada de "ARI", para administrar e manter as propriedades cedidas.
   

segunda-feira, dezembro 30, 2019

O ditador Saddam Hussein foi cruelmente executado há treze anos

Saddam Hussein Abd al-Majid al-Tikriti (Tikrit, 28 de abril de 1937 - Bagdad, 30 de dezembro de 2006) foi um político e estadista iraquiano; foi o quinto presidente do Iraque de 16 de julho de 1979 a 9 de abril de 2003, e também acumulou o cargo de primeiro-ministro nos períodos de 1979–1991 e 1994–2003. Hussein foi uma das principais lideranças ditatoriais no mundo árabe e um dos principais membros do Partido Socialista Árabe Ba'ath, e mais tarde, do Partido Ba'ath de Bagdad e de uma organização regional Partido Ba'ath iraquiano, a qual era composta de uma mistura de nacionalismo árabe e do socialismo árabe; Saddam teve um papel chave no golpe de 1968 que levou o partido a um domínio a longo prazo no Iraque.
    
(...)
    
Em março de 2003, uma coligação de países, liderada pelos Estados Unidos e pelo Reino Unido, invadiu o Iraque para depor Saddam, depois que o presidente dos Estados Unidos, George W. Bush acusou o líder iraquiano de possuir armas de destruição maciça e de ter ligações com a Al-Qaeda. O Partido Baath de Saddam foi dissolvido e a nação fez uma transição para um sistema democrático. Após a sua captura, em 13 de dezembro de 2003 (na Operação Red Dawn), o julgamento de Saddam ocorreu sob o governo interino iraquiano. A 5 de novembro de 2006, ele foi condenado por acusações relacionadas com o assassinato de 148 xiitas iraquianos em 1982 e foi condenado à morte por enforcamento. A execução de Saddam Hussein foi realizada a 30 de dezembro de 2006.
  
(...)
  
(imagem daqui)
   
Saddam Hussein foi entregue aos seus executores iraquianos pelas forças americanas, que o custodiavam, alguns minutos antes do seu enforcamento, no início do dia 30 de dezembro, em Bagdad, gerando posições contrárias de várias instituições internacionais, como a Amnistia Internacional, o Vaticano, bem como de vários países. A televisão estatal iraquiana levou para o ar imagens de Saddam Hussein, aparentando estar calmo, conversando com o carrasco que ajeitava a corda em volta do seu pescoço e o encaminhava para o cadafalso. Saddam recusou a usar o capuz preto na hora da execução, tendo preferido ser enforcado com o rosto à mostra. Segundo o conselheiro da Segurança Nacional do Iraque, Mouwafak al-Rubai, durante a execução estiveram presentes um juiz do Tribunal de Apelação iraquiano, um representante da Promotoria, outro do Governo e "um grupo de testemunhas". Através de um telemóvel foram ilegalmente filmados os instantes finais de Saddam, em que se comprova outra versão, de que a sua execução não foi o formal cumprimento de sentença judicial, mas com os presentes o humilharam e insultaram, tentando impedir-lhe que morresse proclamando a oração islâmica "Só há um Deus e Maomé é o seu profeta".
   

Bo Diddley nasceu há 91 anos

Bo Diddley (McComb, Mississippi, 30 de dezembro de 1928 - Archer, Flórida, 2 de junho de 2008), foi um influente cantor, compositor e guitarrista de blues norte-americano. Foi considerado o 27º melhor guitarrista de todos os tempos pela revista norte-americana Rolling Stone.
  
  

Del Shannon nasceu há 85 anos

   
Del Shannon (Grand Rapids, Michigan, 30 de dezembro de 1934 - Santa Clarita, Califórnia, 8 de fevereiro de 1990) foi um famoso cantor e compositor norte-americano. O seu nome completo de baptismo era Charles Weedon Westover.
   
Biografia
Del começou a tocar guitarra e a cantar aos 14 anos. Em Coopersville não havia ninguém que pudesse ensiná-lo a tocar, então, durante os finais de semana, frequentava alguns clubes, onde observava guitarristas de bandas country.
Já em 1957, entrou para o exército, e durante um evento, em 1958, fez a sua primeira apresentação.
Ao deixar o serviço militar, em 59, Del voltou para casa, e arranjou um emprego durante o dia. Mas à noite, num clube local, tocava guitarra com um amigo pianista, chamado Max Crook.
Ollie McLaughlin, um radialista da cidade, ouviu Del cantar e tocar, e o levou para Detroit, onde o apresentou a Harry Balk e Irving Micahnik, da "Talent Artists Management". Desta maneira, Del foi levado à Big Top, uma gravadora especializada em lançar novos talentos. Del Shannon então seguiu para Nova Iorque, onde gravaria inicialmente duas canções. Del estava nervoso durante as gravações, que não chegaram a ser lançadas.
De volta ao "Hi-Lo Club", Del e Max Crook tocavam durante uma noite, quando Max fez alguns acordes no piano, na escala Lá menor e Sol. Shannon pediu que tocasse novamente, e nasceu ali a composição que seria o maior êxito de 1961, e que projetaria Del Shannon internacionalmente, a canção "Runaway". No dia seguinte, Del Shannon aproveitou o horário do almoço, em seu trabalho diurno, para escrever a letra de "Runaway", e ainda, no mesmo dia, comporia "Jody". À noite, no clube, Del, Max Crook e os músicos ensaiaram a nova composição, e após tocarem "Runaway", o baterista do conjunto parecia ter ideia do que viria pela frente. Jogou as baquetas para o ar e disse para Max e Del: "Rapazes, que grande música vocês fizeram!"
Foi somente uma pequena questão de tempo para que a música fosse apresentada aos diretores da Big Top, e gravada, no início de 1961. O single "Runaway/Jody" chegou a vender 80 mil cópias somente num dia, nos Estados Unidos, e a música subiu rapidamente para o primeiro lugar em todo o país.
0 segundo single, lançado ainda em 61, trouxe outro grande sucesso: "Hats off to Larry". Um primeiro álbum foi produzido e gravado, dando um grande impulso à crescente popularidade de Del Shannon. No ano seguinte, é lançado pela London, na Inglaterra, seu segundo LP (Hats off to Del Shannon), originado a partir de vários singles americanos.
Em 1963, a Big Top põe no mercado seu segundo álbum norte-americano, intitulado "Little Town Flirt", que trouxe mais uma série de êxitos. No mesmo ano, Del grava 2 singles pelo seu próprio selo, chamado Berlee. Logo depois, assina com a Amy Records, e grava seu quarto álbum, intitulado "Handy Man", mais um sucesso de vendagem. No início de 65, lança pela Amy um álbum onde interpreta clássicos da música country e homenageia Hank Williams. Ainda em 65, grava a música "Break Up", em compacto simples, e no final do ano é lançado o LP "1661 Seconds whith Del Shannon". Na Amy, Del transpôs para o disco um de seus maiores sucessos: "Keep Searching", lançada em compacto simples no final de 64, e incluída no LP "1661 Seconds".
Veio então o ano de 1966, e com ele, uma nova casa para Del Shannon, a Liberty Records. Dois álbuns foram gravados e lançados pela Liberty em 66. O primeiro, "This is my bag", trouxe mais um sucesso para Del: "The big hurt". O segundo LP saiu no final de 66, e foi intitulado "Total Commitment". Em 67, Del passou a gravar, em Londres, uma série de canções, que serviriam para seu terceiro álbum pela Liberty, o qual se chamaria "Home and Away". Não se sabe o por quê, mas o projeto do LP foi deixado de lado e algumas das músicas saíram apenas em singles. Essas gravações seriam lançadas posteriormente no LP "And the music plays on…", em 1978. Em 1968, último ano de Shannon na Liberty, marca o lançamento de seu álbum "The further adventures of Charles Westover", onde Shannon revela um outro lado de seu universo artístico.
Segundo os seus fãs, Del Shannon foi um dos mais originais e carismáticos artistas de rock da década de 1960. Com o seu falsete, que se tornaria a sua marca distintiva, deu às músicas a interpretação exata e vibrante, que aliada à sua voz marcante, agregaria admiradores em vários países do mundo.
Vale destacar também que em certos períodos, Del Shannon foi muito mais popular na Inglaterra do que nos Estados Unidos, tendo gravado lá seu disco ao vivo, em 1972. A sua grande popularidade no Reino Unido também fica evidenciada no grande número de lançamentos fonográficos, por vezes até superando os do seu país de origem.
Em 1988 chegou a gravar participação na música "The world we know", do grupo norte-americano The Smithereens. No mesmo ano, Del Shannon foi convidado para formar os Travelling Wilburys, com George Harrison, Bob Dylan, Jeff Lynne, Tom Petty e Roy Orbison, no entanto, recusou o convite. Mais tarde, em fevereiro de 1990, o músico suicidou-se.
   
  

Patti Smith - 73 anos

Patricia Lee Smith (Chicago, 30 de dezembro de 1946) mais conhecida pelo nome artístico Patti Smith, é uma poetisa, cantora e música norte-americana. Ela tornou-se proeminente durante o movimento punk com o seu álbum de estreia, Horses, em 1975. Conhecida como a "poetisa do punk", trouxe um lado feminista e intelectual à música punk e tornou-se uma das mulheres mais influentes do rock and roll.
   
  

Ellie Goulding - 33 anos

Elena Jane Goulding (Hereford, Inglaterra, 30 de dezembro de 1986), mais conhecida pelo seu nome artístico de Ellie Goulding, é uma cantora e compositora inglesa.

  

O músico Jay Kay, o vocalista dos Jamiroquai, faz hoje cinquenta anos!

  
Jason "Jay" Kay, nascido Jason Luís Cheetham (Manchester, 30 de dezembro de 1969), é um músico britânico, vocalista e compositor da banda Jamiroquai.
  
Biografia
Filho da cantora Karen Kay, Jay Kay, só foi conhecer o seu pai biológico em 2001, o guitarrista português Luís Saraiva. Jay Kay também tinha um irmão gémeo que morreu no nascimento. Estudou na Escola Oakham em Rutland, Inglaterra.
Após um incidente com a lei, Kay resolveu levar uma vida digna e seguir o caminho da música. Juntou, então, outros músicos e formou a banda Jamiroquai. A formação original contava com: Toby Smith, Stuart Zender, Nick Van Gelder e Wallis Buchanan, além de Kay como vocalista.
A banda Jamiroquai vendeu mais de vinte e cinco milhões de discos e figurou na lista das músicas mais tocadas durante 141 semanas, entre 1992 e 2005.
  
Vida pessoal
A lista de suas ex-namoradas inclui Winona Ryder e Denise van Outen.
Além disso, Jay sempre teve um relacionamento conturbado com a imprensa; ele foi multado em 2001 por agredir um fotógrafo e destruir a sua câmara.
  
Carros
Paralelamente à sua notoriedade pela música, Jay é conhecido por sua paixão por carros desportivos. A sua impressionante coleção inclui modelos das principais marcas de carros como Ferrari, Lamborghini, BMW, Mercedes, Land Rover, Rolls-Royce e Aston Martin.
Tal paixão pelos carros foi expressa no álbum "Travelling Without Moving", cuja capa se vê uma adaptação da marca da banda ("Buffalo Man") com o logo da Ferrari. Além disso três carros de sua coleção aparecem no vídeo da música “Cosmic Girl”, do mesmo álbum.
Em maio de 1998, Kay foi detido guiando a 180 Km/h e teve sua carta de condução suspensa por 42 dias. Na ocasião ele declarou:
"Eu deveria considerar-me um sortudo. Já guiei a 281 km/h numa estrada pública. Se eu fosse apanhado, deveria ficar preso."
Alguns dos modelos da sua coleção de carros:
  

domingo, dezembro 29, 2019

Pablo Casals nasceu há 143 anos

Pau Casals i Defilló (El Vendrell, 29 de dezembro de 1876 - San Juan de Porto Rico, 22 de outubro de 1973) foi um virtuoso violoncelista e maestro catalão. É mais conhecido pela versão castelhanizada de seu nome - Pablo Casals.
   
   


Rainer Maria Rilke morreu há 93 anos

Rainer Maria Rilke, por vezes também Rainer Maria von Rilke (Praga, Império Austro-Húngaro, atual República Checa, 4 de dezembro de 1875 - Valmont, Suíça, 29 de dezembro de 1926) foi um poeta de língua alemã do século XX. Escreveu também poemas em francês.
  
  
Recordação
 
E tu esperas, aguardas a única coisa
que aumentaria infinitamente a tua vida;
o poderoso, o extraordinário,
o despertar das pedras,
os abismos com que te deparas.
  
Nas estantes brilham
os volumes em castanho e ouro;
e tu pensas em países viajados,
em quadros, nas vestes
de mulheres encontradas e já perdidas.
  
E então de súbito sabes: era isso.
Ergues-te e diante de ti estão
angústia e forma e oração
de certo ano que passou.
  
  

in O Livro das Imagens - Rainer Maria Rilke

Marianne Faithfull - 73 anos

Marianne Evelyn Faithfull, nascida Marian Evelyn Faithfull (Hampstead, Londres, 29 de dezembro de 1946) é uma cantora e atriz britânica.
   
  

Isaltino de Morais faz hoje setenta anos

(imagem daqui)
  
Isaltino Afonso Morais (São Salvador, Mirandela, 29 de dezembro de 1949) é um jurista e político português.
De 24 de abril de 2013 a 24 de junho de 2014 esteve detido, a cumprir pena por crimes de fraude fiscal qualificada e branqueamento de capitais.
  
Infância e juventude
Isaltino Morais frequentou o Liceu Nacional de Bragança, entre 1961 e 1966, mas só terminou os estudos secundários em Lisboa, no Liceu Pedro Nunes, em 1976.
A juventude foi marcada pela morte do pai e da mãe, tinha Isaltino Morais 13 e 18 anos, respetivamente. Aos 18 mudou-se para Lisboa, sendo em seguida (1970) chamado a cumprir o serviço militar, e mobilizado para Angola, durante a Guerra Colonial.
Só regressou à metrópole em 1973. Em 1976 ingressou na Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa. Em 1978 aderiu ao Partido Social Democrata.
    
Carreira
Isaltino Morais concluiu a sua licenciatura em Direito, em 1981.
Em 1981 concorreu ao Centro de Estudos Judiciários, iniciando de seguida o estágio para a magistratura do Ministério Público. Em 1984 deixou essa função ao ser nomeado assessor do Gabinete de Apoio Técnico-Legislativo do Ministério da Justiça.
Paralelamente, na Faculdade de Direito, foi monitor das disciplinas de Direito Constitucional, Direito Internacional Público e Direito Administrativo, de 1980 a 1985.
Isaltino Morais militava no PSD há cerca de sete anos quando foi escolhido, pela primeira vez, para encabeçar a lista do partido à Câmara Municipal de Oeiras, nas eleições autárquicas de 1985. Sendo um desconhecido da maioria dos eleitores, Isaltino seria eleito presidente dessa autarquia com 44,4% dos votos em 1985, conquistando a primeira vitória do PSD num concelho governado pelo PS desde as primeiras eleições autárquicas realizadas após o 25 de abril de 1974. O sucesso do seu período autárquico permitiu-lhe renovar o mandato por quatro vezes consecutivas, em listas do PSD. Alcançou a vitória nas autárquicas de 1989, com 43,6% dos votos; em 1993, com 31,1% dos votos; em 1997, com 48,27% dos votos; em 2001, com 55% dos votos.
Simultaneamente, Isaltino Morais foi vice-presidente da Junta Metropolitana de Lisboa (1992-1997) e da Associação Nacional de Municípios Portugueses (1997-2002); representante do Governo de Portugal no Comité de Peritos para os Assuntos Sociais do Conselho da Europa (1987-1991); membro do Comité das Regiões da União Europeia (1994-2002).
Com a vitória social-democrata nas eleições legislativas de 2002, Isaltino Morais estreou-se em funções governativas, ao ser nomeado Ministro das Cidades, Ordenamento do Território e Ambiente do XV Governo Constitucional, chefiado por Durão Barroso. Desempenhava este cargo quando foi confrontado pelo jornal O Independente com o facto de existirem suspeitas sobre uma conta na Suíça em seu nome, com rendimentos que não se encontravam, à data, declarados oficialmente, Isaltino viria a pedir a demissão do governo em 2003.
Em 2005, porém, Isaltino Morais regressou à presidência da Câmara Municipal de Oeiras. Numa candidatura envolta em polémica - o PSD rejeitou apoiar a sua candidatura Câmara, alegando o facto de Isaltino ser arguido em processos de corrupção passiva, fraude fiscal, branqueamento de capitais e abuso de poder, e Isaltino apresentou publicamente a sua desfiliação do partido. A seguir anunciou-se candidato pelo movimento independente Isaltino - Oeiras Mais à Frente, que derrotaria o candidato do PSD e os restantes, saindo vencedor, com 34,05% dos votos. E renovaria o mandato nas autárquicas de eleições autárquicas de 2009, com 41,52% dos votos.
Isaltino Morais foi considerado pelos jornalistas do Público José Augusto Moreira e Filomena Fontes autor de um meritório trabalho como presidente da Câmara Municipal de Oeiras. Dizem estes que por essas razões é muitas vezes apelidado de "autarca modelo" devido ao seu bom desempenho como autarca e visão estratégica.
Além disso, Isaltino Morais também possui várias obras publicadas no âmbito de temas como Gestão Autárquica e Ordenamento do Território. Entre 2003 e 2005 desempenhou funções como consultor de várias empresas do sector privado.
O movimento de cidadãos por si criado, Oeiras Mais à Frente, apoiou nas eleições autárquicas de 2013 Paulo Vistas para a presidência da Câmara Municipal de Oeiras. Para além de director de campanha Paulo Vistas foi também, nos últimos dois mandatos de Isaltino Morais na Presidente da Câmara Municipal de Oeiras, o vice-presidente da Câmara Municipal de Oeiras, passando, depois das eleições de 2013, a ser o Presidente da Câmara de Oeiras, com maioria relativa (na Vereação e assembleia Municipal).
Rompeu com o movimento IOMAF - Isaltino Oeiras Mais à Frente, que optou por apoiar Paulo Vistas, Presidente da Câmara Municipal de Oeiras (eleito com o apoio de Isaltino Morais) desde as eleições de 2013. Consequentemente, em abril de 2017, anunciou nova candidatura à Câmara Municipal de Oeiras pelo movimento IN-OV - Isaltino Inovar Oeiras de Volta, tendo sido eleito Presidente da Câmara Municipal de Oeiras com maioria absoluta (na Câmara e na Assembleia Municipal) nas eleições de 1 de outubro de 2017, com 41,65% dos votos, para o mandato 2017-2021.
   
Condenação por crimes
Em 2005 desfiliou-se do PSD, por este não lhe apoiar a recandidatura à Câmara, dado o facto de ser arguido em processos de corrupção passiva, fraude fiscal, branqueamento de capitais e abuso de poder.
No seguimento dessas acusações foi condenado a sete anos de prisão efectiva, perda de mandato, bem como a pagar uma indemnização de 463 mil euros ao Estado, em agosto de 2009.
Para evitar a prisão, Isaltino Morais, até 2013, interpôs 44 recursos desde que foi condenado pela primeira vez em Agosto de 2009 e já desembolsou mais de 133 781 euros: 10 mil euros só em taxas de justiça pelos recursos que apresentou, e pelas multas que pagou por apresentá-los fora de prazo, 60 mil euros em pareceres encomendados a penalistas e 62.781 euros que depositou no processo, referentes ao IRS em falta de 2001, 2002 e 2003. De fora, fica ainda o valor dos honorários pagos aos advogados, que, como é regra, permanecem secretos.
Em 2009 recorreu da sentença e a pena ficou suspensa, o que lhe permitiu a recandidatura ao Município de Oeiras nas eleições autárquicas de 2009, com a lista independente Isaltino - Oeiras mais à Frente. Conseguiu a vitória tal como em 2005, mantendo-se como presidente do Município.
A 13 de Julho de 2010 o Tribunal da Relação de Lisboa reduz de sete para dois anos de prisão a pena a que fora condenado em primeira instância, pelos crimes de branqueamento de capitais e fraude fiscal.
Em julho de 2010, o Tribunal da Relação de Lisboa confirmou a condenação do autarca apenas pelos crime fiscal e de branqueamento de capitais absolvendo-o do crime de abuso de poder e um segmento do crime de corrupção. Relativamente a factos que datam de 1996, anulou essa parte da condenação e ordenou a repetição dessa parte do julgamento (em que está em causa o favorecimento de um empreiteiro a troco de dinheiro, em 1996).
Em abril de 2011 o Supremo Tribunal de Justiça rejeitou o seu pedido de anulação da pena de dois anos de prisão efectiva a que tinha sido condenado e fez subir para mais do dobro o montante da indemnização.
Esteve detido nas instalações da Polícia Judiciária, em Lisboa, entre 29 e 30 de setembro de 2011, no âmbito do processo de fraude fiscal em que é arguido, tendo sido libertado pelo princípio de ''in dubio pro reo - dúvida favorável ao réu.
Em 11 de outubro de 2011, os juízes do Tribunal Constitucional rejeitaram por unanimidade o recurso interposto por Isaltino Morais e de cuja decisão definitiva dependia a execução da sentença que o condenou a dois anos de prisão efectiva.
Em 31 de outubro de 2011, o Tribunal Constitucional rejeitou o pedido de reanálise do recurso de Isaltino Morais que fora recusado por aquele tribunal no dia 11 de outubro. O Tribunal considerou transitado em julgado o seu acórdão de 11 de outubro.
Em janeiro de 2012, o Tribunal da Relação de Lisboa considerou que a decisão que condena Isaltino Morais, a dois anos de prisão efectiva «não transitará em julgado enquanto estiverem pendentes recursos» sobre a prescrição de crimes.
Em 30 de janeiro de 2012, o Tribunal de Oeiras, considerou que não se verificou qualquer prescrição no caso, e que o acórdão que condenou o autarca a dois anos de prisão transitou em julgado já no dia 28 de setembro. Apesar disso, "por ora", o arguido ainda não foi detido.
Em 24 de abril de 2012 o Tribunal da Relação de Lisboa decidiu que ainda não prescreveram os crimes pelos quais Isaltino de Morais foi condenado a dois anos de prisão por fraude fiscal.
Em maio de 2012 iniciou-se a repetição da parte relativa ao crime de corrupção (anulada em julho de 2010). Isaltino Morais regressou ao Tribunal de Oeiras. A juíza-presidente, Paula Albuquerque, perguntou-lhe se ele aceitava ser julgado por um novo crime de corrupção, ao que Isaltino respondeu que não. Para o processo prosseguir, o Ministério Público teria de fazer nova acusação, para tentar repetir o julgamento. O problema é que o crime entretanto prescreve: o crime de corrupção por ato ilícito tem um prazo de prescrição de 15 anos e os factos dados como provados ocorreram em 1996. Logo, o crime prescreveu em 2011.
Em 8 de novembro de 2012, juízes do Supremo Tribunal de Justiça voltaram a rejeitar a reclamação de Isaltino Morais que insistiu na existência de contradições da Relação sobre a prescrição dos crimes de fraude fiscal pelos quais o presidente da Câmara de Oeiras foi condenado a dois anos de prisão efectiva. Não há recurso desta decisão, mas ainda correu um prazo de 10 dias para a defesa pedir esclarecimentos ou arguir nulidades. Nesse período poderia ainda ser interposto um recurso para o Tribunal Constitucional.
Em março de 2013, o Tribunal Constitucional recusou o recurso, o que deixou ao Tribunal de Oeiras a decisão de ordenar o cumprimento da pena de dois anos de prisão efetiva aplicada ao autarca. O recurso de Isaltino Morais "foi objeto de decisão sumária de não conhecimento", o que significa que nem sequer mereceu a apreciação dos conselheiros. Após o Tribunal Constitucional notificar o Ministério Público e Isaltino Morais, a pena de prisão "transita em julgado", o que significava que a pena deverá vir a ser cumprida.
Em 24 de abril de 2013 foi detido pela Polícia Judiciária, iniciando o cumprimento da pena aplicada.
Em 24 de junho de 2014, o Tribunal da Relação de Lisboa decidiu que Isaltino de Morais iria sair da cadeia e cumprir o resto da pena em liberdade condicional.
Em 11 de outubro de 2014, Mário Soares, afirmou que "Isaltino foi um grande presidente de câmara e considero que foi injustiçado" (com excepção dos crimes cometidos).
   
Funções maçónicas
Integrado na Maçonaria, terá sido iniciado na Loja Mercúrio, mas acabou por transitar para a Loja Mozart da Grande Loja Legal de Portugal.
   
Funções governamentais exercidas