terça-feira, junho 20, 2017

António Feijó morreu há 100 anos


António Joaquim de Castro Feijó (Ponte de Lima, 1 de junho de 1859 - Estocolmo, 20 de junho de 1917) foi um poeta e diplomata português.
Fez os estudos liceais em Braga e estudou Direito na Universidade de Coimbra terminando o curso em 1883.
Em 1886 ingressou na carreira diplomática.
Exerceu cargos no Brasil (consulados de Pernambuco e Rio Grande do Sul) e, a partir de 1895, na Suécia, bem como na Noruega e Dinamarca.
Casou a 24 de setembro de 1900 com a sueca Maria Luisa Carmen Mercedes Joana Lewin (nascida em 19 de agosto de 1878), cuja morte prematura, em 21 de setembro de 1915, o viria a influenciar numa temática fúnebre, patente na sua obra.
Como poeta, António Feijó é habitualmente ligado ao Parnasianismo.
  
Principais obras
  • Transfigurações, 1862
  • Líricas e Bucólicas, 1884
  • Cancioneiro Chinês, 1890
  • Ilha dos Amores, 1897
  • Bailatas, 1907
  • Sol de Inverno, colectânea de poesias escritas 1915-1917, editada postumamente em 1922 
  • Novas Bailatas, editada postumamente em 1926
  
 
O Amor e o Tempo

Pela montanha alcantilada
Todos quatro em alegre companhia,
O Amor, o Tempo, a minha Amada
E eu subíamos um dia.

Da minha Amada no gentil semblante
Já se viam indícios de cansaço;
O Amor passava-nos adiante
E o Tempo acelerava o passo.

— «Amor! Amor! mais devagar!
Não corras tanto assim, que tão ligeira
Não pode com certeza caminhar
A minha doce companheira!»

Súbito, o Amor e o Tempo, combinados,
Abrem as asas trémulas ao vento...
— «Porque voais assim tão apressados?
Onde vos dirigis?» — Nesse momento,

Volta-se o Amor e diz com azedume:
— «Tende paciência, amigos meus!
Eu sempre tive este costume
De fugir com o Tempo... Adeus! Adeus!

in Sol de Inverno - António Feijó

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