quarta-feira, novembro 30, 2016

Mais um estranho animal descoberto no Reino Unido

Descoberto fóssil de estranho animal que arrastava as crias com cordões

O estranho animal marinho que transportava os filhotes em cordões

Cientistas descobriram o fóssil de uma criatura marinha com 430 milhões de anos de idade que aparentemente arrastava os seus descendentes por uma espécie de cordões, como se fossem papagaios de papel.
Devido a este hábito inusitado, nunca antes visto no reino animal, a criatura já foi apelidada de “caçador de papagaios”.
O animal, com apenas um centímetro de comprimento, amarrava aparentemente dez cápsulas à sua volta e, nessas cápsulas, guardava as suas crias, em diferentes fases de desenvolvimento.
Segundo o estudo, publicado na revista científica PNAS, o animal tinha muitas pernas, um olho, e não parece ter relação com qualquer espécie viva conhecida.
“É o que chamamos de uma criatura de linhagem única”, explicou à BBC o investigador David Legg, paleontólogo do Museu de História Natural da Universidade de Oxford.
“Ela pertence a um grupo que deve ter evoluído e ter-se diversificado antes de chegar aos grupos que conhecemos hoje”, acrescenta Legg.
Segundo o investigador, muito embora a criatura tivesse o corpo claramente segmentado e o exoesqueleto de um artrópode, foi difícil determinar exactamente a posição desta pequena fera na escala evolucionária.
“Normalmente, observamos um animal em particular e dizemos que ele pertence a este ou aquele grupo”, diz Legg, “mas com este, não fazíamos qualquer ideia”.
O fóssil foi encontrado em Herefordshire, em Inglaterra, antes de ser levado para Oxford para ser estudado.
Legg e os colegas começaram por categorizar a sua anatomia, recorrendo a uma base de dados e a métodos estatísticos, que permitem avaliar se alguma parte da criatura terá evoluído de alguma forma em particular.
O processo sugeriu que a criatura era de uma classe de artrópodes do subfilo dos insectos, crustáceos e centípodes. No entanto, não é um ancestral directo desses animais.
“Os crustáceos modernos também usam estratégias para proteger os seus ovos e embriões, diz Derek Briggs, investigador da universidade de Yale, nos EUA, e co-autor do estudo.
“Mas não sabemos nada sobre como é que esta criatura arrasta as crias pelos cordões do seu corpo”, lamenta o investigador.

O fóssil foi digitalizado para criar um modelo 3D da estranha criatura

Hoje é dia de recordar Pessoa...

(imagem daqui)

Aniversário

No tempo em que festejavam o dia dos meus anos,
Eu era feliz e ninguém estava morto.
Na casa antiga, até eu fazer anos era uma tradição de há séculos,
E a alegria de todos, e a minha, estava certa com uma religião qualquer.

No tempo em que festejavam o dia dos meus anos,
Eu tinha a grande saúde de não perceber coisa nenhuma,
De ser inteligente para entre a família,
E de não ter as esperanças que os outros tinham por mim.
Quando vim a ter esperanças, já não sabia ter esperanças.
Quando vim a olhar para a vida, perdera o sentido da vida.

Sim, o que fui de suposto a mim-mesmo,
O que fui de coração e parentesco.
O que fui de serões de meia-província,
O que fui de amarem-me e eu ser menino,
O que fui — ai, meu Deus!, o que só hoje sei que fui…
A que distância!…
(Nem o acho…)
O tempo em que festejavam o dia dos meus anos!

O que eu sou hoje é como a humidade no corredor do fim da casa,
Pondo grelado nas paredes…
O que eu sou hoje (e a casa dos que me amaram treme através das minhas
lágrimas),
O que eu sou hoje é terem vendido a casa,
É terem morrido todos,
É estar eu sobrevivente a mim-mesmo como um fósforo frio…

No tempo em que festejavam o dia dos meus anos…
Que meu amor, como uma pessoa, esse tempo!
Desejo físico da alma de se encontrar ali outra vez,
Por uma viagem metafísica e carnal,
Com uma dualidade de eu para mim…
Comer o passado como pão de fome, sem tempo de manteiga nos dentes!


Fernando Pessoa

Billy Idol - 61 anos

Billy Idol, nome artístico de William Albert Michael Broad (Stanmore, Middlesex, 30 de novembro de 1955), é um músico britânico.
Teve a ideia de se autodenominar Billy Idol devido aos desenhos animados Sport Billy dos quais era um acérrimo fã (daí o Idol). Começou a sua carreira levando para os concertos uma mala igual à dos desenhos animados dos quais era fã.
Carreira
Iniciou a sua carreira musical como integrante do Bromley Contingent, um grupo de seguidores do Sex Pistols, que incluía membros do The Clash e Siouxsie and the Banshees. Billy uniu-se a Tony James (que depois foi para os Sigue Sigue Sputnik e Sisters of Mercy) e ambos faziam parte da primeira formação da lendária e famosa banda punk Chelsea. Pouco depois deixaram o Chelsea e formaram a banda Generation X, cujo nome veio de um livro sobre a Cultura Rock da Juventude dos Anos 60. O Generation X que, para além do próprio Idol na guitarra e voz, tinha Tony James no baixo e John Towe na bateria, estourou em Londres em 1979.
Após três discos lançados, o grupo acaba em 1980 e já no ano seguinte, Billy Idol resolve investir numa carreira a solo. Mudou-se em definitivo para os Estados Unidos e, ao lado do respeitadíssimo guitarrista Steve Stevens, lançou grandes hits como "Dancing With Myself", "Mony Mony", "White Wedding", "Rebel Yell", "Eyes Without a Face", "Flesh For Fantasy", "Sweet Sixteen", "Don't Need a Gun" e "Cradle Of Love".
Em 19 de janeiro de 1991, Billy Idol fez a sua primeira apresentação no Brasil, na segunda edição do Rock In Rio. No dia seguinte, ele fez outra apresentação no Festival, que foi decidida em cima da hora pela produção, para substituir Robert Plant (ex-Led Zeppelin), que tinha cancelado, na véspera, a sua apresentação, com a justificação da Guerra do Golfo. Mas Idol não deixou a desejar e protagonizou, novamente, uma das melhores apresentações daquele festival.
O cantor permaneceu um longo tempo em silêncio na década de 90, onde lançou apenas o álbum "Cyberpunk". Em 2002, ele gravou o acústico “Storytellers” para o canal de televisão norte-americano VH1 e em 2005 volta as paradas com o álbum Devil's Playground.
Em 2008 lançou o CD e DVD "The Very Best Of Billy Idol: Idolize Yourself", uma coletânea dos principais sucessos, com duas faixas novas, John Wayne e New Future Weapon.
  
 
NOTA: para mim Billy Idol é, ao mesmo tempo, a alegria de um músico inesquecível e a tristeza de recordar uma amiga que partiu precocemente e que era a sua fã número um, a Lígia... Homenageemos ambos com uma música deste cantor:

Os Barbados tornaram-se independentes há 50 anos

Os Barbados são um país insular soberano nas Pequenas Antilhas, na América Central, sendo o país mais oriental do Caribe. Possui 34 quilómetros de comprimento e 23 quilómetros de largura, cobrindo uma área de 432 km². Situa-se na região ocidental do Atlântico Norte, distante 100 quilómetros a leste das Ilhas de Barlavento e do Mar das Caraíbas. Os países mais próximos da ilha são Trinidad e Tobago, a 400 quilómetros a sudoeste, e São Vicente e Granadinas, a 168 quilómetros a oeste. Barbados está fora da principal área da chamada cinturão dos furacões.

A nação foi descoberta por navegadores espanhóis no final do século XV, entrando para o domínio da coroa espanhola. Barbados é identificada pela primeira vez num mapa espanhol de 1511. Os portugueses passaram a visitar a ilha a partir de 1536, mas não a ocuparam. O primeiro navio inglês a deslocar-se para a região, o Olive Blossom, chegou aos Barbados em 1624. Eles tomaram posse da ilha, em nome do rei James I. Em 1627, os primeiros colonos permanentes chegaram da Inglaterra, tornando-se Barbados uma colónia britânica.

Em 1966, Barbados tornou-se um estado independente e Reino da Comunidade de Nações, mantendo a rainha Isabel II como chefe de Estado. O país tem uma população de 277.821 habitantes, a maioria de ascendência africana. Apesar de ser classificada como uma ilha do Atlântico, Barbados é considerada uma parte das Caraíbas, sendo um importante destino turístico e uma das ilhas mais desenvolvidas da região, com um Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) de 0,776, considerado elevado pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD). Em 2011, Barbados ficou em segundo lugar na América (superada apenas por Canadá) no nível de Transparência Internacional do Índice de Percepção de Corrupção. A capital do país é Bridgetown, que é também a sua maior cidade.


terça-feira, novembro 29, 2016

Notícia sobre achado palentológico

Descoberta nova espécie de dinossauro do tamanho de um pastor alemão

Ilustração de como seria o novo dinossauro paquicefalossaurídeo descoberto nos EUA

A descoberta de dois novos dinossauros com a cabeça em forma de cúpula está a dar pistas sobre a evolução destes gigantes do período Cretáceo.
Estes dois novos espécimes, que pertencerão a um novo género e a uma nova espécie da família dos paquicefalossaurídeos, foram encontrados nos Estados Unidos, mais especificamente em Kaiparowits, no Utah, e em Kirtland, no Novo México.
Os crânios fossilizados dos dois dinossauros datam de há 76,5 milhões de anos e 73,5 milhões de anos, respectivamente, de acordo com o Live Science.
São dois espécimes pequenos, do tamanho de um pastor alemão, que revelam protuberâncias salientes únicas na parte de trás do crânio, “muito diferentes” do que o investigador que liderou o estudo, David Evans, diz já ter visto antes, cita o mesmo site.
O professor do Departamento de Ecologia e Biologia Evolucionária da Universidade de Toronto, no Canadá, assume assim estarmos perante dois novos géneros e novas espécies.
As referidas protuberâncias teriam apenas funções ornamentais, servindo para as diferentes espécies se distinguirem e também para atrair companheiros, afiança Evans.
“Os dois novos espécimes destacam-se em termos de integridade e isto permite-nos ter um conhecimento muito melhor da sua anatomia e relações”, considera ainda Evans.

As cabras-montês do Cretáceo
Os dois crânios foram encontrados na parte sul da antiga Laramidia, a parte ocidental da América do Norte, o que só por si é já motivo de estupefacção, uma vez que a maioria dos fósseis de paquicefalossaurídeos têm sido encontrados a norte, em zonas onde se situam actualmente a cidade canadiana de Alberta e o estado norte-americano de Montana.
Evans constata que a localização dos dois crânios dá indicações de que “os paquicefalossaurídeos podem ter-se diversificado no sul antes de se mudarem para o norte e darem origem ao paquicefalossaurídeo conhecido como Stegoceras“.
Evidenciando que este é um facto “inesperado”, o investigador sublinha que a descoberta “conta uma história interessante sobre a evolução deste grupo que ainda não conhecíamos”.
No período Cretáceo, as partes ocidental e oriental da América do Norte estavam divididas por uma via marítima. Os investigadores acreditam que esta potencial migração dos paquicefalossaurídeos de um lado para o outro indicia que essa divisão de água ter-se-á extinguido a dado momento.
Os paquicefalossaurídeos, conhecidos como “lagartos de cabeça grossa” ou “lagartos de cabeça dura”, eram dinossauros bípedes e herbívoros, que podiam atingir até cerca de quatro metros de comprimento. São considerados uma espécie de cabra-montês do período Cretáceo, uma vez que viviam nas montanhas e em pequenos grupos.

Denny Doherty, fundador e vocalista dos The Mamas & The Papas, nasceu há 75 anos!



Dennis Gerrard Stephen Doherty (Halifax, Canadá, 29 de novembro de 1941 - Mississauga, Canadá, 19 de janeiro de 2007) foi um cantor e compositor canadiano, fundador e vocalista da famosa banda dos anos 60 The Mamas & The Papas.


Natalie Wood morreu há 35 anos

Natalie Wood (nome de nascimento Natalia Nikolaevna Zakharenko, São Francisco, 20 de julho de 1938 - Ilha de Santa Catalina, California, 29 de novembro de 1981) foi uma atriz norte-americana.

Em 1981, depois de filmar O último casal casado, Natalie começou as filmagens de Projeto Brainstorm, com Christopher Walken. Mas ela não viveu para ver o filme pronto. Num acidente misterioso, em novembro daquele ano, enquanto navegava num iate com o marido Robert Wagner e com o amigo Christopher Walken, ela morreu afogada. Tinha 43 anos de idade e tinha atuado em 56 filmes para televisão e cinema. Encontra-se sepultada no Westwood Village Memorial Park Cemetery, Los Angeles, Condado de Los Angeles, Califórnia nos Estados Unidos.

George Harrison morreu há 15 anos

George Harrison (Liverpool, 25 de fevereiro de 1943 - Los Angeles, 29 de novembro de 2001) foi um artista inglês, cuja carreira abrangeu diversas áreas. Músicocompositorator e produtor de cinema, Harrison atingiu fama internacional como o guitarrista dos Beatles. Por vezes referido como "O Beatle Calmo", Harrison, com o passar do tempo, tornou-se um admirador do misticismo indiano, introduzindo-o nos Beatles, assim como mostrando-o aos seus fãs do Ocidente. Após a dissolução da banda, ele teve uma bem-sucedida carreira a solo; posteriormente, também obteve sucesso como membro do Traveling Wilburys e como produtor de cinema e musical. Harrison ocupa a 11ª posição da lista "Os 100 Maiores Guitarristas de Todos os Tempos", da revista Rolling Stone.
Ainda que a maioria das músicas dos Beatles tenham sido compostas por Lennon e McCartney, os álbuns do grupo, a partir de With the Beatles (1963), geralmente incluíam uma ou duas músicas de autoria de Harrison. As suas últimas composições no grupo incluíram "Here Comes the Sun", "Something" e "While My Guitar Gently Weeps". Na época do fim da banda, Harrison havia acumulado uma grande quantidade de material, lançado no seu aclamado álbum triplo All Things Must Pass, de 1970, do qual saíria o single "My Sweet Lord". Como complemento da sua carreira a solo, Harrison co-escreveu, em conjunto com Ringo Starr, duas músicas de sucesso, assim como músicas para os Traveling Wilburys - o supergrupo formado por ele, Bob DylanTom PettyJeff Lynne e Roy Orbison, em 1988.
Harrison envolveu-se com a cultura indiana e o hinduísmo em meados dos anos 60, ajudando a expandir e disseminar, no Ocidente, instrumentos como o sitar e o movimento Hare Krishna. Juntamente com Ravi Shankar, ele organizou um grande evento de caridade em 1971, o Concerto para o Bangladesh.
Além de músico, Harrison também foi um produtor musical e co-fundador da HandMade Films. Em seu trabalho como produtor de cinema, ele colaborou com artistas como os Monty Phyton e Madonna.
Casou-se duas vezes, com a modelo Pattie Boyd, de 1966 a 1974, e durante 23 anos, com Olivia Trinidad Arias, de quem teve um filho, Dhani Harrison. Era amigo íntimo de Eric Clapton. É o único Beatle a ter publicado uma autobiografiaI Me Mine, em 1980. Harrison morreu de cancro do pulmão, em 2001.

Morte
O primeiro sinal de cancro de George apareceu na década de 90, no pulmão. Ele enfrentou várias cirurgias para eliminá-lo. Em 2001, o cancro reapareceu, com metástases. Apesar dos tratamentos agressivos, logo se descobriu que era terminal, decidindo de imediato passar os seus últimos dias em família e a trabalhar em alguns projetos para posteriormente serem terminados pela sua viúva e o filho.
Segundo o site Netparque, Quando, às oito da manhã de sexta-feira, 30 de novembro, o Mundo soube da morte de George Harrison, já o seu corpo tinha sido cremado e as suas cinzas a caminho de um rio sagrado da Índia.
O ex-Beatle preparou minuciosamente a sua morte e discretamente, como era sua filosofia de vida, não permitindo a invasão da sua privacidade e da sua família.
Só três pessoas sabiam onde e como George Harrison iria morrer: a mulher Olivia e o amigo Gavin De Becker, que se encarregou do plano. Nem o filho, Dhani Harrison, sabia onde o pai iria morrer, para que o círculo do segredo ficasse ainda mais fechado.
No dia 14 de Novembro, quando estava internado em Nova Iorque, George Harrison foi avisado de que já não teria muito tempo de vida. "Onde vou morrer?", perguntou.
Postas de parte as hipóteses de morrer na sua casa em Londres ou no Staten Island University Hospital, de Nova Iorque, onde estava internado, George Harrison combinou com Gavin De Becker que morreria protegido por este, em Beverly Hills, afastado dos olhares do mundo, depois de ter ponderado a hipótese da sua casa no Havaí. "George Harrison não queria a sua fotografia num caixão como epitáfio", disse um amigo.
No dia 17 de novembro, foi-lhe dada alta em Nova Iorque. Harrison tinha pouco tempo para se despedir da família e dos amigos. Entre outros, chamou a irmã, Louise, que dirige o Hotel "A Hard Day"s Night", em Illinois, e os amigos de sempre, Paul McCartney e Ringo Starr.
George e Louise estavam de relações cortadas, depois de Louise ter aberto um hotel com o nome de uma canção/álbum/filme dos Beatles, o que não agradou ao irmão.
A um Paul McCartney de lágrimas nos olhos, George disse que "já não estaria aqui no Natal".
Ringo, que estava em Boston à cabeceira da filha, também com cancro, voou de imediato e disse que não sairia de ao pé de George "até ao fim", adiando para isso a digressão no Canadá. "Não adies. Eu estou em paz", respondeu-lhe George Harrison.
Sem publicidade, no dia 17 de novembro, George Harrison voou no jato privado de Gavin De Becker para Santa Mónica, California, tendo depois sido transportado numa ambulância descaracterizada até ao UCLA Medical Centre, em Los Angeles, para tratamentos.
No dia 20, a situação clínica do ex-Beatle deteriorou-se, pelo que George Harrison foi transferido para casa de Gavin De Becker, em Beverly Hills, onde ficou isolado. A única visita exterior permitida foi a de Ravi Shankar que lhe tocou sitar.
A morte viria a ocorrer às 13.30 horas locais, 21.30 em Lisboa, de quinta-feira, o dia 29 de novembro.
Segundo o "News Of The World", além da família, dois dos seus melhores amigos indianos, Shayam Sundara e Mukunda, entoaram cânticos Hare Krishna, enquanto o ex-Beatle falecia.
O corpo de George Harrison foi cremado às 06.30 horas do dia 30 de novembro (hora de Lisboa), tendo o caixão sido coberto por pétalas de rosa numa cerimónia Hare Krishna com o ambiente envolto em essência de sândalo. Um mestre Hare Krishna recitou versos sagrados hindus, do livro Bhagavad-Gita.
As cinzas voam segunda-feira, no 3 de dezembro, para a Índia, onde seriam espalhadas num rio sagrado, provavelmente o Rio Yamuna, a 40 milhas do Taj Mahal, o rio sagrado que o ex-Beatle amava, ou o Ganges.
A família de George Harrison pediu entretanto a todos admiradores do músico um minuto de silêncio na segunda-feira, 3 de dezembro, às 21h30, como tributo ao guitarrista.
"Estamos profundamente comovidos pela demonstração de amor e solidariedade de pessoas de todo o mundo", disseram a mulher de George, Olivia, sua antiga secretária na editora, e o filho Dhani, de 23 anos.
O álbum póstumo de George Harrison, Brainwashed, foi completado pelo seu filho Dhani Harrison e Jeff Lynne e lançado a 18 de novembro de 2002, recebendo positivas críticas e alcançando o 18º lugar nas paradas de álbuns da Billboard. Dentre as canções do álbum destacava-se o promocional "Stuck Inside a Cloud" e "Any Road" que alcançou o 37º lugar nas paradas de sucesso britânicas.
Exatamente um ano após a sua morte, Olívia Harrison, a sua mulher, e Eric Clapton, seu amigo, organizaram o Concert For George, no Royal Albert Hall, em Londres. O concerto contou com a presença do filho de George, Dhani, além de grandes amigos como Paul McCartneyRingo StarrEric ClaptonBilly PrestonRavi ShankarTom PettyJeff LynneJim CapaldiJools Holland, Albert Lee, Sam Brown, Gary Brooker, Joe Brown, Brian Johnson, Ray Cooper, integrantes do Monty Python e Tom Hanks.


domingo, novembro 27, 2016

Soares de Passos nasceu há 190 anos

António Augusto Soares de Passos (Porto, 27 de novembro de 1826 – Porto, 8 de fevereiro de 1860) foi um poeta, expoente máximo do Ultra-Romantismo em Portugal.
in Wikipédia


O Noivado do Sepulcro

Vai alta a lua! na mansão da morte
Já meia-noite com vagar soou;
Que paz tranquila; dos vaivéns da sorte
Só tem descanso quem ali baixou.

Que paz tranquila!... mas eis longe, ao longe
Funérea campa com fragor rangeu;
Branco fantasma semelhante a um monge,
D'entre os sepulcros a cabeça ergueu.

Ergueu-se, ergueu-se!... na amplidão celeste
Campeia a lua com sinistra luz;
O vento geme no feral cipreste,
O mocho pia na marmórea cruz.

Ergueu-se, ergueu-se!... com sombrio espanto
Olhou em roda... não achou ninguém...
Por entre as campas, arrastando o manto,
Com lentos passos caminhou além.

Chegando perto duma cruz alçada,
Que entre ciprestes alvejava ao fim,
Parou, sentou-se e com a voz magoada
Os ecos tristes acordou assim:

"Mulher formosa, que adorei na vida,
"E que na tumba não cessei d'amar,
"Por que atraiçoas, desleal, mentida,
"O amor eterno que te ouvi jurar?

"Amor! engano que na campa finda,
"Que a morte despe da ilusão falaz:
"Quem d'entre os vivos se lembrara ainda
"Do pobre morto que na terra jaz?

"Abandonado neste chão repousa
"Há já três dias, e não vens aqui...
"Ai, quão pesada me tem sido a lousa
"Sobre este peito que bateu por ti!

"Ai, quão pesada me tem sido!" e em meio,
A fronte exausta lhe pendeu na mão,
E entre soluços arrancou do seio
Fundo suspiro de cruel paixão.

"Talvez que rindo dos protestos nossos,
"Gozes com outro d'infernal prazer;
"E o olvido cobrirá meus ossos
"Na fria terra sem vingança ter!

- "Oh nunca, nunca!" de saudade infinda,
Responde um eco suspirando além...
- "Oh nunca, nunca!" repetiu ainda
Formosa virgem que em seus braços tem.

Cobrem-lhe as formas divinas, airosas,
Longas roupagens de nevada cor;
Singela c'roa de virgínias rosas
Lhe cerca a fronte dum mortal palor.

"Não, não perdeste meu amor jurado:
"Vês este peito? reina a morte aqui...
"É já sem forças, ai de mim, gelado,
"Mas inda pulsa com amor por ti.

"Feliz que pude acompanhar-te ao fundo
"Da sepultura, sucumbindo à dor:
"Deixei a vida... que importava o mundo,
"O mundo em trevas sem a luz do amor?

"Saudosa ao longe vês no céu a lua?
- "Oh vejo sim... recordação fatal!
- "Foi à luz dela que jurei ser tua
"Durante a vida, e na mansão final.

"Oh vem! se nunca te cingi ao peito,
"Hoje o sepulcro nos reúne enfim...
"Quero o repouso de teu frio leito,
"Quero-te unido para sempre a mim!"

E ao som dos pios do cantor funéreo,
E à luz da lua de sinistro alvor,
Junto ao cruzeiro, sepulcral mistério
Foi celebrado, d'infeliz amor.

Quando risonho despontava o dia,
Já desse drama nada havia então,
Mais que uma tumba funeral vazia,
Quebrada a lousa por ignota mão.

Porém mais tarde, quando foi volvido
Das sepulturas o gelado pó,
Dois esqueletos, um ao outro unido,
Foram achados num sepulcro só.

Roberto Leal - 65 anos!

Roberto Leal, nome artístico de António Joaquim Fernandes (Vale da Porca, 27 de novembro de 1951), é um cantor, compositor e ator português radicado no Brasil.
Devido a seu sucesso alcançado na década de 70 apresenta-se como um embaixador da cultura portuguesa no Brasil.
Roberto Leal já vendeu mais de 17 milhões de discos e ganhou cerca de 30 discos de ouro e 5 de platina.
  
Biografia
Emigrou para o Brasil aos onze anos de idade em 1962 juntamente com os pais e nove irmãos, em cinco viagens. Em São Paulo, após trabalhar como sapateiro e vendedor de doces, iniciou a carreira de cantor de fados e músicas românticas. 
 
Carreira
Em 1971 obtém o seu primeiro grande sucesso com "Arrebita", conhecida pelo seu refrão "Ai cachopa, se tu queres ser bonita, arrebita, arrebita, arrebita", após aparição no Programa do Chacrinha. Logo após, começou a ganhar grande popularidade se apresentando em diversos programas de auditório no Brasil.
Em 1978 participou do filme Milagre - O Poder da Fé, que contou com participação especial de alguns nomes importantes como o apresentador Chacrinha, Elke Maravilha e a atriz Lolita Rodrigues. Lançado em 1979 o filme aborda a história de sua vida. Dirigido por Hércules Breseghelo, teve partes filmadas na terra natal do cantor.
Além do reportório romântico-popular, nos seus discos costuma trabalhar a mistura de ritmos lusitanos aos brasileiros, além de gravar em estilos tipicamente brasileiros como o forró. Quase todo seu reportório é composto de faixas da sua autoria e em parceria com a esposa, Márcia Lúcia, com quem é casado e tem três filhos brasileiros. A canção "Arrebita" serviu de inspiração para a música Vira-Vira, sucesso da banda Mamonas Assassinas na década de 90. 

Atualmente
Lançou no ano de 2007 o CD Canto da Terra e Raiç/Raízes em 2009. Nesses discos gravou músicas em mirandês, para divulgar a segunda língua oficial de Portugal, o mirandês. Estes discos lhe conferiram prémios e condecorações da crítica de música portuguesa pelo estudo aprofundado de instrumentos musicais muito usados na música mirandesa, como a gaitas de fole.
Em sua carreira vendeu cerca de dezessete milhões de discos e tem mais de trezentas canções gravadas. É um dos compositores do atual hino da Portuguesa de Desportos, de São Paulo. Ele é também sócio do restaurante de comida portuguesa Marquês de Marialva, em São Paulo, localizado na região de Alphaville.
Em 2011 entrou como ator no sitcom Último a Sair, um falso reality-show da autoria de Bruno Nogueira, João Quadros e Frederico Pombares, exibido pelo canal português RTP1, programa do qual saiu vencedor.
Em 2014 fez uma participação em Chiquititas, atuando como ele mesmo, Roberto Leal, o músico que processa Tobias por usar sua música. Nesse mesmo ano, lançou o CD Obrigado Brasil! onde gravou sambas de Jorge Aragão e Arlindo Cruz e duetos com Jair Rodrigues, Alcione, Jairzinho e Luciana Mello.
Também em 2011 publicou a sua autobiografia num livro intitulado Minhas Montanhas, sendo lançado tanto no Brasil como em Portugal.
Roberto Leal vive entre o Brasil e Portugal, além de se apresentar em países da América do Sul e Europa divulgando a cultura portuguesa.
 
in Wikipédia
 

sábado, novembro 26, 2016

Porque Cesariny partiu há 10 anos...


 
 (Imagem daqui)

Faz-me o favor

Faz-me o favor de não dizer absolutamente nada!
Supor o que dirá
Tua boca velada
É ouvir-te já.

É ouvir-te melhor
Do que o dirias.
O que és não vem à flor
Das caras e dos dias.

Tu és melhor - muito melhor!-
Do que tu. Não digas nada. Sê
Alma do corpo nu
Que do espelho se vê.

Mário Cesariny

Mário Cesariny morreu há 10 anos

Mário Cesariny de Vasconcelos (Lisboa9 de agosto de 1923 - Lisboa26 de novembro de 2006) foi pintor e poeta, considerado o principal representante do surrealismo português. É de destacar também o seu trabalho de antologista, compilador e historiador (polémico) das actividades surrealistas em Portugal.

Biografia
Mário Cesariny de Vasconcelos nasceu, por acaso, na Vila Edith, na Estrada da Damaia, em Benfica, onde os pais estavam a passar férias. Último filho (três irmãs mais velhas) de Viriato de Vasconcelos, natural de Tondela, e da sua mulher, María de las Mercedes Cesariny (de ascendência paterna corsa e materna espanhola), natural de Paris. O pai, com uma personalidade dominadora e pragmática, era empresário e ourives, com loja e oficina na Rua da Palma, na freguesia de Santa Justa, em plena baixa lisboeta.
Depois da escola primária, o jovem Mário frequentou durante um ano o Liceu Gil Vicente, após o que o pai (que o queria ourives) o mudou para um curso de cinzelagem na Escola de Artes Decorativas António Arroio (onde conheceu Artur do Cruzeiro Seixas e Fernando José Francisco), que completou. Depois, como não lhe agradasse o trabalho de ourives, frequentou um curso de habilitação às Belas-Artes. Também estudou música, gratuitamente, com o compositor Fernando Lopes Graça. Cesariny era um talentoso pianista, mas o pai, enfurecido, proibiu-o de continuar esses estudos. Entretanto, no final da adolescência, Cesariny e os amigos frequentam várias tertúlias nos cafés de Lisboa e descobrem o neo-realismo e depois o surrealismo.
Em 1947, Cesariny viaja até Paris onde frequenta a Académie de la Grande Chaumière e conhece André Breton, cuja influência o leva a participar na criação, no mesmo ano, do Grupo Surrealista de Lisboa, juntamente com figuras como António PedroJosé Augusto FrançaCândido Costa PintoVespeiraJoão Moniz Pereira e Alexandre O´Neill, que reuniam na Pastelaria Mexicana. Este grupo surgiu como forma de protesto libertário contra o regime salazarista e contra o neo-realismo, dominado pelo Partido Comunista Português, de tendência estalinista. Mais tarde, funda o antigrupo (dissidente) Os Surrealistas do qual fazem parte entre outros os seguintes autores: António Maria LisboaRisques PereiraArtur do Cruzeiro SeixasPedro OomFernando José Francisco e Mário-Henrique Leiria.
É nesta altura também que Viriato, seu pai, abandona a família para se fixar no Brasil com uma amante. Isto faz com que Mário se aproxime mais de sua mãe e, da sua irmã Henriette.
Na década de 1950, Cesariny dedica-se à pintura, mas também, e sobretudo, à poesia, que escreve nos cafés. Tem colaboração na revista Pirâmide (1959-1960). O seu editor é Luiz Pacheco, com quem mais tarde (nos anos 1970) se incompatibilizaria por completo. É também durante esse período que começa a ser incomodado e a ser vigiado pela Polícia Judiciária, por "suspeita de vagabundagem", obrigado a humilhantes apresentações e interrogatórios regulares, devido à sua homossexualidade, que vivencia diariamente, de modo franco e destemido. Só a partir do 25 de abril de 1974 deixará de ser perseguido e atormentado pela polícia.
Cesariny vivia com dificuldades financeiras, ajudado pela família. Apesar da excelência da sua escrita, esta não o sustentava financeiramente e Cesariny, a partir de meados dos anos 1960, acabaria por se dedicar por inteiro à pintura, como modo de subsistência.
A partir da década de 1980, a obra poética de Cesariny é reeditada pelo editor Manuel Hermínio Monteiro e redescoberta por uma nova geração de leitores.
Nos últimos anos da sua vida, Cesariny viveu com a sua irmã mais velha, Henriette (falecida em 2004). Ao contrário do que acontecia anteriormente, abriu-se aos meios de comunicação, dando frequentes entrevistas e falando sobre a sua vida íntima. Em 2004Miguel Gonçalves Mendes realizou o documentário Autografia, filme intenso e comovente onde Cesariny se expõe e revela de modo total.
Mário Cesariny morreu a 26 de novembro de 2006, às 22.30 horas, de cancro da próstata, de que sofria havia anos. Doou em vida o seu espólio à Fundação Cupertino de Miranda e, por testamento, deixou um milhão de euros à Casa Pia.

Figuras de Sopro, 1947, óleo sobre cartão

Obra
Mário Cesariny adopta uma atitude estética de constante experimentação nas suas obras e pratica uma técnica de escrita e de (des)pintura amplamente divulgada entre os surrealistas. A sua poesia é animada por um sentido de contestação a comportamentos e princípios institucionalizados ou considerados normais nos campos do pensamento e dos costumes. Ao recorrer a processos tipicamente surrealistas (enumerações caóticas, utilização sistemática do sem-sentido ou do humor negro, formas paródicas, trocadilhos e outros jogos verbais, automatismo, etc.) alcança uma linguagem que sabe encontrar o equilíbrio entre o quotidiano e o insólito. Introduz também a técnica designada “cadáver esquisito”, que consiste na construção de uma obra por três ou quatro pessoas, num trabalho em cadeia criativa em que cada um dá continuidade, em tempo real, à criatividade do anterior, conhecendo apenas parte do que este fez.
Nos últimos anos de vida, desenvolveu uma frenética actividade de transformação e reabilitação do real quotidiano, da qual nasceram muitas colagens com pinturas, objectos, instalações e outras fantasias materiais.
Sobre as sessões para que o convidavam e em que o aplaudiam, o poeta comentava: Estou num pedestal muito alto, batem palmas e depois deixam-me ir sozinho para casa. Isto é a glória literária à portuguesa.


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Entre nós e as palavras há metal fundente
entre nós e as palavras há hélices que andam
e podem dar-nos morte......violar-nos.....tirar
do mais fundo de nós o mais útil segredo
entre nós e as palavras há perfis ardentes
espaços cheios de gente de costas
altas flores venenosas.....portas por abrir
e escadas e ponteiros e crianças sentadas
à espera do seu tempo e do seu precipício

Ao longo da muralha que habitamos
há palavras de vida......há palavras de morte
há palavras imensas, que esperam por nós
e outras, frágeis, que deixaram de esperar
há palavras acesas como barcos
há palavras homens, palavras que guardam
o seu segredo e a sua posição

Entre nós e as palavras, surdamente,
as mãos e as paredes de Elsenor
E há palavras e nocturnas palavras gemidos
palavras que nos sobem ilegíveis à boca
palavras diamantes palavras nunca escritas
palavras impossíveis de escrever
por não termos connosco cordas de violinos
nem todo o sangue do mundo nem todo o amplexo do ar
e os braços dos amantes escrevem muito alto
muito além do azul onde oxidados morrem
palavras maternais só sombra só soluço
só espasmo só amor só solidão desfeita

Entre nós e as palavras, os emparedados
e entre nós e as palavras, o nosso dever falar


in
 Pena Capital (1957) - Mário Cesariny