terça-feira, março 18, 2014

Irene Cara - 55 anos!


(imagens daqui)


Irene Cara (nome artístico de Irene Escalera; Nova Iorque, 18 de março de 1959) é uma cantora, compositora e atriz dos Estados Unidos.
Foi a vencedora de um Óscar de melhor canção, além de ter diversos outros prémios, incluindo o Grammy e o Globo de Ouro.

Nascimento
O pai de Irene, Gaspar Escalera (falecido em 1994) era afro-porto riquenho. A sua mãe, Louise Escalera, é de ascendência francesa e cubana. Tem duas irmãs e dois irmãos.
Durante as gravações do filme Busted Up envolveu-se com o diretor Conrad Palmisano, vinte anos mais velho. Os dois casaram-se na cidade costeira de Palos Verdes, Califórnia, no dia 13 de abril de 1986. O seu divórcio aconteceu em 1991.

Infância
Irene chamou a atenção dos pais quando, aos três anos de idade, foi uma das cinco finalistas do concurso Little Miss America. Aprendeu a tocar piano apenas ouvindo e rapidamente começou a estudar música, dramaturgia e dança. Em 1968, com nove anos, foi contratada pela GEMA Records e gravou o disco Esta Es Irene, com canções em espanhol.
A sua carreira começou num canal de língua latina, profissionalmente cantando e dançando. Uma de suas primeiras aparições foi no programa Ted Mack Original Amateur Hour cantando "Ola Ola Ola", o primeiro single do álbum Esta Es Irene, e logo em seguida nos programas The Ed Sullivan Show e The Tonight Show, de Johnny Carson. Em 1969 foi convidada para participar num concerto em tributo a Duke Ellington, com Stevie Wonder, Sammy Davis Jr. e Roberta Flack. Ainda contratada da GEMA gravou, em 1970, um disco de músicas natalícias.
Durante esse tempo participou de musicais dentro e fora da Broadway, como Maggie Flynn (1968), com Shirley Jones e Jack Cassidy; de The Me Nobody Knows (1970), com o qual ganhou um Obie Award e gravou a música "This World"; de Via Galactica (1973), com Raul Julia; de The Wiz (1975), que arrebatou sete Tony Awards incluindo o de melhor musical; de Ain't Misbehavin (1978), com Nell Carter, Andre De Shields, Armelia McQueen, Ken Page e Got Tu Go Disco (1979) com Jerry Brandt, que estreou no Minskoff Theatre, o primeiro musical disco a apresentar-se na Broadway.

Anos 70: Sparkle

Nos anos 70, Irene foi a estrela de The Everything Show, um programa transmitido somente em Nova Iorque. Foi a original Daisy Allen na anterior série diária Love of Life, em 1974, e substituída por Sharon Brown, e que deixou para fazer um programa educativo de nome The Electric Company, interpretando uma integrante da banda The Short Circus (ela foi ao show durante a primeira temporada somente). Da série também participou Bill Cosby, Rita Moreno, Morgan Freeman, Mel Brooks, Joan Rivers e Gene Wilder.
Em 1975 estreou no cinema, protagonizando a romântica Angela do filme Aaron Loves Angela, uma versão pós-moderna de Romeu e Julieta. Veio em seguida o papel em Sparkle (1977), onde interpretou a personagem de mesmo nome e conquistou grande sucesso de crítica e de público a nível internacional. A televisão aproveitou o sucesso conquistado por Irene no exterior em duas mini produções: Raízes II, outra adaptação aclamada pela crítica, e o filme A História de Jim Jones, baseado em um best-seller de Alex Haley, baseado na tragédia ocorrida na Guiana alguns anos antes.
John Willis' Screen World, Vol. 28, nomeou Irene como uma das 20 Mais promissoras atrizes de 1976. No mesmo ano, uma votação dos leitores na revista Right On! nomeou-a como Top Atriz.
Cara é formada na Professional Children's School em Manhattan, uma concorrente da LaGuardia High School of Music & Art. Ironicamente, LaGuardia High foi a inspiração para a escola de artes do seu terceiro filme, Fama, em 1980.

Anos 80: Fama
O filme Fame de 1980, fez com que Irene se tornasse conhecida no mundo inteiro. Como Coco Hernandez ela cantou os dois maiores hits do filme, que brilharam nas paradas de sucesso naquele início dos anos 80: a canção título Fame, que ficou em primeiro lugar da Billboard por várias semana, e a canção Out Here On My Own, que chegou ao Top #10 das paradas americanas em 1981. Irene teve a oportunidade de ser uma das pouquíssimas cantoras até hoje a cantar mais de uma canção durante a cerimónia de entrega dos Óscares. Fame, composta por Michael Gore e Dean Pitchford, levou uma estatueta nesse mesmo ano.
Também o filme garantiu a Irene algumas nomeações para o Grammy, em 1980, para melhor atriz novata e melhor artista pop, assim como uma nomeação ao Globo de Ouro como melhor atriz de cinema em musical. A Billboard Magazine nomeou Irene como nova artista top, enquanto a Cashbox Magazine premiou-a em duas categorias: vocalista mais promissora e vocalista top.
Quando Fame passou a série de televisão, alguns anos mais tarde, Irene Cara foi procurada pelos produtores para retomar seu papel como Coco Hernandez. Porém, ela recusou, sentindo que já havia feito tudo o que podia pela Coco no filme e, diante da possibilidade de abandonar o papel a qualquer momento, se a série de televisão falhasse. Como resultado, Erica Gimpel atuou em seu lugar, devido à sua semelhança física com Irene. Entretanto, Irene fez uma participação especial num episódio de 1983, como uma aluna de sucesso da escola de artes, cantando Why Me?, o seu single do momento.
Em 1982, Irene levou um Image Award de melhor atriz quando fez, com Diahann Carroll e Rosalind Cash, um filme da NBC, chamado Maya Angelou's Sister. Irene foi Myrlie Evers-Williams num filme da PBS TV sobre a líder dos direitos civis Medgar Evers, em For Us the Living: The Medgar Evers Story, e ainda foi nomeada para melhor atriz no NAACP Image Award.
O seu outro filme de sucesso relevante após Fame foi Killing 'em Softly (Prazer à Toda Prova), com participação de Nicholas Campbell e George Segal. Para o filme, Irene gravou duas canções: City Nights e Killing Em' Softly, num dueto com George Segal.
Irene também foi convidada para estrelar sua própria série de televisão, intitulada Irene, na NBC, em 1981. Mesmo recebendo críticas favoráveis, a série perdeu audiência para outros espetáculos e foi cancelado. O elenco contava com as atrizes veteranas Kaye Ballard e Teddy Wilson, além das estreantes Julia Duffy e Keenan Ivory Wayans.
Em 1983, à convite de Giorgio Moroder, Irene Cara atuou, como ela própria, no filme D.C. Cab, sobre um grupo de amigos que eram motoristas de táxi, estrelando Mr T. como um fã obsessivo de Irene, a ponto transformar o porta-malas do táxi num santuário para ela.
Além de cantar e atuar em filmes, Irene continuou a se apresentar ao vivo e promovendo espetáculos durante esse período.

Flashdance... What A Feelin'
Em 1983, Irene alcançou o topo da sua carreira musical com Flashdance…What A Feelin', canção-tema do filme Flashdance, composta em parceria com Giorgio Moroder e Keith Forsey. Irene compôs as letras da canção com Keith Forsey enquanto dirigia o carro, a caminho do estúdio em Nova Iorque e, sozinha, compôs a música.
Irene admitiu mais tarde que no início esteve relutante em trabalhar para Giorgio Moroder, com receio de que as pessoas estabelecessem comparações entre ela e Donna Summer, com quem Giorgio havia trabalhado até então. O resultado foi um álbum que conquistou diversos prémios. Irene levou o Óscar por melhor canção em 1983, o Grammy Award por melhor performance pop vocal feminino em 1984, o Globo de Ouro por melhor canção original, melhor cantora pop feminina de singles, melhor cantora pop negra contemporânea de singles, melhor artista pop negra crossover contemporânea de singles, canção pop do ano e o American Music Awards, como melhor artista feminina de R&B e melhor canção pop do ano.
Em março de 2007, a United World Chart posicionou Flashdance... What a Feeling como a 22º canção de maior sucesso na história da música. Flashdance também foi avaliada na lista como a quarta canção mais bem sucedida por uma cantora feminina, apenas estando atrás de Cher (com Believe), Celine Dion (com My Heart Will Go On) e Whitney Houston (com I Will Always Love You).

Era pós-Flashdance
Em 1984, Irene foi convidada para atuar ao lado de Clint Eastwood e Burt Reynolds na comédia western City Heat (Cidade Ardente), outra produção que lhe valeu grande sucesso de público. Para a banda sonora, ela compôs a canção-título City Heat, em parceria com Bruce Roberts e cantada por Joe Williams, além de cantar Embraceable You (clássico de George Gershwin) e Get Happy.
Em 1985 atuou, ao lado de Tatum O'Neal, no filme de ação Certain Fury (Choque Mortal), para o qual gravou o tema romântico A Certain Fury, de sua autoria com Tony Prendatt. A produção contou com a participação de Peter Fonda e conquistou a simpatia do público.
No ano seguinte protagonizou, ao lado de Paul Coufos, o drama Busted Up, dirigido por Conrad Palmisano, com quem veio a se casar nesse mesmo ano. A banda sonora do filme contou com três canções de Irene: Busted Up, um dueto com Gordon Grody, Dying For Your Love e I Can't Help Feeling Empty, também da sua autoria. Apesar da produção excelente, o filme não obteve o êxito de bilheteira esperado e acirrou ainda mais os atritos entre ela e a gravadora.
O facto é que a Network Records, gravadora pela qual Irene trocou a Elektra em 1982, foi vendida para a Geffen em 1984, após o dono se tornar um dos sócios maioritários e levá-la consigo sem consultá-la antes. Na verdade, houve quebra de contrato e a Geffen quis pagar-lhe somente 183 dólares pelo sucesso de What a Feelin'. Irene, descontente, resolveu deixar a Geffen para ingressar numa outra gravadora, a EMI. A partir daí a questão se tornou judicial: Geffen alegava que Irene era contratada sua e não podia assinar com mais ninguém. Irene, por sua vez, alegava que havia sido enganada. O facto é que Irene não pôde assinar com a EMI e sofreu embargo da Geffen por vários anos, que impediu o lançamento de suas canções nas bandas sonoras de fílmes, assim como a gravação de um terceiro álbum.
Em 1987 obteve concessão da justiça para que voltasse à Elektra. Produzido por George Duke, o seu terceiro álbum Carasmatic fracassou nas vendas, e o hit Girlfriends não teve sucesso.
Pelo mesmo caminho seguiu a sua última produção hollywoodiana, o filme Caged in Paradiso (Presas em Paradiso), que estreou em 1990 e foi um fracasso de bilheteira.
Vindo o divórcio com Conrad Palmisano, em 1991, Irene passou a se dedicar apenas ao teatro, gravações esporádicas em filmes e dobragens de desenhos animados. Na Broadway, interpretou Maria Madalena na peça Jesus Christ Superstar, de Andrew Lloyd Webber, em 1993, ano em que também dobrou a Branca de Neve no longa-metragem Happily Ever After, uma espécie de continuação do clássico da Disney.
Em 1995, após dez anos de espera, saiu o resultado do processo movido por Irene, e a justiça lhe concedeu-lhe uma indemnização milionária pelo prejuízo na carreira.

Atualmente
Irene nunca parou de cantar, embora a maioria das suas apresentações fossem relegadas somente a países da Europa e Ásia, nos anos 90. Em 1997, o sucesso All My Heart, composto exclusivamente para ela por Michele Vice, ganhou diversas remisturas e chegou ao Top Ten dance hits nas rádios da França, Itália e Alemanha, sucessivamente.
No ano seguinte, Irene Cara fundou a sua própria gravadora, a Caramel Records, cujo selo foi inaugurado com a criação do grupo Hot Caramel, desde então vindo a trabalhar na produção de um CD independente e apresentando-se em diversas cidades americanas. Com a nova roupagem dada ao sucesso What a Feeling pelo DJ Bobo, e a gravação de um clip no qual os dois cantam juntos no verão de 2001, Irene voltou novamente às paradas de sucesso e teve a oportunidade de viajar com a Hot Caramel por diversos países da Europa, apresentando o repertório do que ainda será o primeiro CD do grupo.
Irene recebeu duas homenagens pela sua carreira, em março de 2004, com a inclusão de seu nome no Ciboney Cafe's Hall of Fame, e um Lifetime Achievement Award, concedido no 6º Prestige Awards anual.
Em junho de 2005, Irene foi a vencedora do terceiro círculo da série da NBC Hit Me Baby One More Time, que transmitiu ao vivo para todo os Estados Unidos, a sua performance de Flashdance (What a Feeling) e o cover I'm Outta Love, da cantora Anastacia, à frente do grupo Hot Caramel.
Atualmente vive na Flórida e continua a trabalhar na produção de um novo álbum, chamado Irene Cara Featuring Hot Caramel, em que parte do reportório já foi gravado.


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