sábado, junho 22, 2013

Há 72 anos a Alemanha nazi invadiu a União Soviética

Evolução da Operação Barbarossa

Operação Barbarossa (em alemão: Unternehmen Barbarossa) foi o nome de código pelo qual ficou conhecida a operação militar alemã para invadir a União Soviética, iniciada em 22 de junho de 1941, durante a Segunda Guerra Mundial, rompendo assim com o Pacto Ribbentrop-Molotov (ou tratado de não-agressão), acordado entre os dois Estados cerca de dois anos antes, em que ambos os estados dividiram a Polónia e a URSS ficou ainda com os países bálticos (e tentou recuperar a Finlândia).
Considerada a maior e mais feroz campanha militar da história em termos de mobilização de tropas e baixas sofridas, onde 4,5 milhões de soldados do Eixo invadiram a União Soviética, numa frente de 2.900 km sendo também utilizados 600.000 veículos automotores e 750.000 cavalos. Os planos para a Operação Barbarossa iniciaram-se no dia 18 de dezembro de 1940, sendo o seu nome proveniente do Imperador Frederico Barbarossa, do Sacro Império Romano-Germânico, um dos líderes da Terceira Cruzada no século XII.
O objetivo inicial da Operação Barbarossa era uma rápida tomada da parte europeia da União Soviética a oeste da linha que liga as cidades de Arkhangelsk a Astrakhan, chamada de linha A-A, na Diretiva nº 21 de Adolf Hitler. Até o final do mês de janeiro de 1942, o avanço alemão foi paralisado pelo Exército Vermelho. Embora não tenha alcançado o objetivo desejado de uma conquista total do território inimigo e a vitória sobre este, as tropas alemãs haviam conseguido tomar as mais importantes áreas económicas do território soviético, concentradas principalmente na Ucrânia. Apesar destes sucessos alcançados, os alemães não conseguiram formar novamente uma força ofensiva que chegasse até Moscovo.
Com a falha da Operação Barbarossa, ficaram complicadas as futuras operações dentro do território soviético, tendo todas estas tentativas falhado, como a continuação do Cerco de Leningrado, Operação Nordlicht, e a Batalha de Stalingrado, entre outras batalhas no território soviético ocupado.
Com a falha da Operação Barbarossa, foi aberta uma nova frente na Segunda Guerra, a Frente Oriental, onde foram concentradas mais forças do que em qualquer outro teatro de guerra da história, sendo assim, ficou inevitável que neste fronte ocorressem algumas das maiores batalhas, baixas e atrocidades, trazendo o horror para as forças alemães e soviéticas que ali se enfrentavam, influenciando decisivamente no curso da guerra e da história do século XX.

Antecedentes
As atitudes do líder soviético Estaline deram as justificativas para a invasão alemã e a necessidade de uma vitória. Nos anos 30, Estaline havia ordenado que milhões de cidadãos (incluindo muitos oficiais do exército soviético, competentes em questões militares) fossem eliminados, no que ficou conhecido como Grande Purga. Foi feito um apelo pela propaganda alemã de que os soviéticos planeavam atacá-los.
O ditador nazi Adolf Hitler deixara claro a seus generais que desejava terminar a questão soviética antes do rigoroso inverno russo – em outras palavras, a campanha deveria ser rápida e fulminante, onde a Luftwaffe deveria eliminar e paralisar a Força Aérea Russa na maior extensão possível, apoiando o avanço do Exército Alemão. Como havia ocorrido na Blitzkrieg, na Polónia e no Benelux e França, os pilotos de Göring fariam ataques preventivos contra as forças inimigas, buscando alcançar a superioridade aérea que permitisse a eles utilizar os bombardeiros e caças para cortar as linhas de suprimentos e comunicação, isolando as tropas soviéticas que estivessem no fronte.
Mas, na véspera da invasão, o ditador italiano Benito Mussolini pediu ajuda a Hitler, pois havia tentado invadir a Grécia através da Albânia, que havia conquistado em 1939, e, não apenas não havia dominado a Grécia, como estavam em vias de perder a Albânia para os gregos. Hitler enviou ajuda, e dominou quase toda a região dos Balcãs. E isso atrasou a Operação Barbarossa em algumas semanas, atraso que se mostrou decisivo, pois logo veio o temido inverno russo.
Três grandes grupos de exércitos foram formados: o Norte, encarregado de ocupar a Lituânia e Letónia rumo a Leninegrado (atualmente São Petersburgo), recebendo o apoio da recém formada Luftflotte 1 sob comando do general Alfred Keller, contando com 480 aeronaves; o Centro, que visava um ataque frontal à capital, Moscovo, com o apoio da Luftflotte 2, sob o comando de Albert Kesselring, contando com 1.080 aeronaves e o Sul, destinado a ocupar os vastos campos de trigo da Ucrânia e, por fim, o petróleo do Cáucaso, recebendo o apoio da Luftflotte 4 comandada pelo GeneralAlexander Lohr, com uma força de 690 aviões.

Imagem de um campo de batalha na Ucrânia
Primeiras vitórias nazis
Às 03.15 da madrugada do domingo de 22 de junho de 1941, cerca de 4 mil veículos blindados e 180 divisões formadas por mais de 3,5 milhões de soldados do Eixo irromperam sobre as defesas soviéticas. Por ar, a Luftwaffe atacou as bases inimigas que havia detectado dias antes com aeronaves de reconhecimento, tendo assim alcançado um grande sucesso ao destruir cerca de 1.800 aeronaves soviéticas, somente no primeiro dia de invasão, e, até ao dia 29 de junho, este número já havia chegado a 4000 aeronaves destruídas, sendo 2500 destas destruídas pela Luftflotte 2, sofrendo uma perda de somente 150 aeronaves.
A mobilização do Exército Vermelho para tentar deter o avanço alemão não foi capaz de deter o ímpeto do ataque; centenas de milhares de soldados foram envolvidos em combate pelos alemães. Cidades como Minsk e Kiev foram cercadas em poucos dias. Em agosto de 1941, os alemães haviam aprisionado meio milhão de soldados soviéticos, e pelo menos outras 89 divisões (cerca de 1,8 milhão de soldados) teriam o mesmo destino antes de dezembro.

Estaline e a terra arrasada
Nos primeiros dias do ataque, o líder soviético Josef Estaline permaneceu isolado, sem emitir comunicados. O facto de a Alemanha tê-lo traído o perturbava-o. Em 3 de julho de 1941, Estaline transmitiu o comunicado dito da terra arrasada: cidades, casas e plantações deveriam ser destruídos ou queimados, para privar os invasores dos seus recursos. O povo soviético deveria abandonar toda e qualquer complacência com os alemães.
Embora relativamente eficiente, no sentido de reanimar a população desesperada pela ofensiva alemã e por usar a linguagem típica do camponês russo, os ecos da transmissão não foram unânimes. Em parte por seu regime e pelas dificuldades originadas pelas reformas económicas que ele implantara tão drasticamente.
Assim sendo, em muitas aldeias da Ucrânia, Lituânia, Letónia e Estónia – estas três últimas eram estados independentes antes de serem anexadas por Estaline em 1940 – os invasores alemães foram recebidos como "libertadores".

O General Inverno
Em novembro de 1941, os alemães já tinham conquistado uma área quatro vezes maior que a Grã-Bretanha. O cerco a Leningrado (atualmente São Petersburgo) começara, e perduraria por três anos. Moscovo , queestava a apenas algumas semanas de marcha, quando os primeiros flocos de neve começaram a cair, prejudicando o avanço alemão, uma vez que as tropas alemãs não estavam preparadas para o rigoroso inverno russo.
Cerca de 250 mil soldados da Wehrmacht pereceram ao enfrentar, além dos russos, temperaturas abaixo de dez graus negativos. Ambos os lados lutaram bravamente, nas mais duras condições. Vale ressaltar que o nome da cidade de Estalinegrado era uma homenagem a Josef Estaline, o que tornava maior o seu valor para os alemães, caso fosse tomada.
Outra consequência do rigoroso inverno foi que as armas e veículos alemães paravam de funcionar com temperaturas tão baixas, o que retardava ainda mais o avanço. O "General Inverno" outra vez se impunha, como já havia feito contra Napoleão Bonaparte, em 1812. Nas áreas conquistadas, o inverno atuou também contra as tropas russas, pois os alemães encontravam-se abrigados. Deve-se ressaltar, portanto, que o inverno tornou as condições terríveis para ambos os exércitos.
Unidade alemã utilizando cavalos, na região de Kursk, na União Soviética
A defesa de Moscovo
Com o fulminante avanço alemão sobre a capital da União Soviética, instalou-se o desespero entre os moscovitas. Muitos fugiram, entre eles muitos dirigentes do Partido Comunista da União Soviética. Mas Estaline permaneceu – numa tentativa de reerguer o moral do povo. Entregou a hercúlea tarefa de defender a cidade ao seu mais experimentado e competente general, Georgy Jukov. Tão truculento e resoluto quanto seu líder, ele reorganizou o Exército Vermelho e fê-lo desfechar um gigantesco contra-ataque sobre as tropas alemãs. Em janeiro de 1942, os russos já tinham forçado a Wehrmacht a recuar cerca de 200 quilómetros, salvando a capital.
Por fim, Hitler mudou de ideias, instigando um ataque ao Cáucaso, que levaria os alemães a uma derrota flagrante em Estalinegrado e à reversão da ofensiva na frente oriental. Os soviéticos ainda teriam de trilhar um longo caminho para expulsar o invasor de sua pátria.

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