terça-feira, junho 11, 2013

Há 50 anos um monge budista imolou-se pelo fogo para protestar contra um governo corrupto

Thích Quảng Ðức durante a auto-imolação - a imagem, uma das mais icónicas do século XX, foi feita por Malcolm Browne, fotógrafo da Associated Press

Thich Quang Duc (1897 - 11 de junho de 1963), originalmente batizado de Lâm Văn Tức, foi o monge Mahayana, que durante uma manifestação na cidade de Saigão, Vietname do Sul, contra a política religiosa do governo de Ngo Dinh Diem, ateou fogo no seu próprio corpo em um processo de auto-imolação, a 11 de junho de 1963.
Durante o seu suicídio o monge foi fotografado por Malcolm Browne, e sua foto viria a ser premiada com os prémios Pulitzer e Foto do Ano da World Press Photo. O repórter David Halberstam também recebeu um Pulitzer por sua reportagem escrita do ocorrido.
No Vietname (que naquela época estava em guerra) e posteriormente no mundo todo, ele é considerado um Bodhisattva, uma vez que, mesmo tendo sido queimado e posteriormente re-cremado, o seu coração permaneceu intacto. Isso aumentou o impacto de sua morte mundialmente, tornando-o um verdadeiro mártir.
As ações de Thich Quang Duc aumentaram a pressão internacional sobre o regime de Diem e fez com que o líder anunciasse reformas para acalmar os Budistas. No entanto, as mudanças prometidas foram implementadas muito lentamente ou nem foram implementadas, resultando numa deterioração na disputa. Com a continuação dos protestos, as Forças Especiais leais ao irmão de Diem, Ngô Ðình Nhu, iniciaram ataques aos pagodes Budistas em toda nação, tomando o 'coração sagrado', causando mortes e danos generalizados. Diversos monges Budistas seguiram o exemplo de Thích Quảng Ðức e auto-imolaram-se. Eventualmente, um golpe militar derrubou e matou Diem.
A auto-imolação foi vista como o ponto da virada da crise Budista Vietnamita que culminou na mudança do regime.
Uma parte da mesma imagem foi usada como capa do primeiro CD da banda americana Rage Against the Machine.

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