quinta-feira, maio 31, 2012

Haydn morreu há 203 anos

Haydn retratado por Thomas Hardy

Franz Joseph Haydn (Rohrau, 31 de março de 1732 - Viena, 31 de maio de 1809) foi um dos mais importantes compositores do período clássico. Personifica o chamado "classicismo vienense" ao lado de Wolfgang Amadeus Mozart e Ludwig van Beethoven. A posteridade apelidou este grupo como "Trindade Vienense". Para além disso é considerado como um dos autores mais importantes e influentes da história da música erudita ocidental com uma carreira que cobriu desde o fim do Barroco aos inícios do Romantismo. Ele é simultaneamente a ponte e o motor que permitiram a que esta evolução sucedesse.
Era irmão do igualmente compositor Michael Haydn, colega de Mozart em Salzburgo, e do tenor Johann Evangelist Haydn, que mais tarde Joseph fará vir para Eszterhaza em 1763. Tendo vivido a maior parte da sua vida na Áustria, Haydn passou a maior parte de sua carreira como músico de corte para a rica família dos Eszterházy. Isolado de outros compositores, foi, segundo ele próprio, “forçado a ser original”. O seu génio foi amplamente reconhecido durante a sua vida.


Clint Eastwood - 82 anos

Clinton "Clint" Eastwood, Jr. (São Francisco, 31 de maio de 1930) é um ator, cineasta e produtor dos Estados Unidos famoso pelos seus papéis típicos em filmes de ação como um duro e anti-herói, principalmente no papel do Homem sem nome da Trilogia dos Dólares nos filmes western spaghetti de Sergio Leone dos anos 60, e interpretando o Inspetor 'Dirty' Harry Callahan na série de filmes Dirty Harry, das décadas de 1970 e 1980.
Como diretor, seus filmes têm sido criticados positivamente. Ganhou quatro vezes o Óscar - duas como Melhor Diretor e outras duas de Melhor Filme, sendo homenageado em 1995, recebendo o Prémio Memorial Irving G. Thalberg como reconhecimento pela sua longa carreira no cinema. Por duas vezes foi eleito o ator favorito dos norteamericanos, e é o único artista da história do cinema a ser ator principal em filmes considerados de "grande sucesso" em cinco décadas consecutivas.


D. Manuel I nasceu há 543 anos

D. Manuel I de Portugal (Alcochete, 31 de maio de 1469 - Lisboa, 13 de dezembro de 1521) foi o 14.º Rei de Portugal, cognominado O Venturoso, O Bem-Aventurado ou O Afortunado tanto pelos eventos felizes que o levaram ao trono, como pelos que ocorreram no seu reinado. D. Manuel I ascendeu inesperadamente ao trono em 1495, em circunstâncias excepcionais, sucedendo ao seu primo direito e cunhado D. João II de Portugal, de quem se tornara protegido. Prosseguiu as explorações portuguesas iniciadas pelos seus antecessores, o que levou à descoberta do caminho marítimo para a Índia, do Brasil e das ambicionadas "ilhas das especiarias", as Molucas, determinantes para a expansão do império português. Foi o primeiro rei a assumir o título de Senhor do Comércio, da Conquista e da Navegação da Arábia, Pérsia e Índia. Em 1521, promulgou uma revisão da legislação conhecida como Ordenações Manuelinas, que divulgou com ajuda da recente imprensa. No seu reinado, apesar da sua resistência inicial, cumprindo as cláusulas do seu casamento com Dona Maria de Aragão, viria a autorizar a instalação da inquisição em Portugal. Com a prosperidade resultante do comércio, em particular o de especiarias, realizou numerosas obras cujo estilo arquitectónico ficou conhecido como manuelino.

quarta-feira, maio 30, 2012

Benny Goodman nasceu há 103 anos

No filme Stage Door Canteen (1943)
 
Benny Goodman, nascido Benjamin David Goodman (30 de maio de 190913 de junho de 1986) foi um clarinetista e músico de jazz conhecido como "O Rei do Swing", "Patriarca da Clarinete", "O Professor" e "Mestre do Swing".
 
Goodman nasceu em Chicago, o nono de 12 irmãos de pobres imigrantes judeus da Polónia que viviam na vizinhança da Maxwell Street. Seu pai, David Goodman, era um alfaiate de Varsóvia. Sua mãe, Dora Rezinski, era de Kaunas. Seus pais conheceram-se em Baltimore, Maryland e mudaram-se para Chicago antes de Benny nascer.
Quando Benny tinha 10 anos, seu pai inscreveu-o e a dois irmãos mais velhos para terem aulas de música na sinagoga Jacob Kehelah. No ano seguinte ele ingressou na banda de rapazes da casa de caridade de Jane Addams, onde recebeu lições do diretor James Sylvester. Também foi importante durante este período os dois anos de aprendizagem com o professor de clarinete Franz Schoepp.
 
 

Rubens morreu há 372 anos

Auto-retrato de 1639, Kunsthistorisches Museum

Peter Paul Rubens (Siegen, 28 de junho de 1577 - Antuérpia, 30 de maio de 1640) foi um pintor flamengo inserido no contexto do Barroco.
Além de manter um grande estúdio em Antuérpia que produziu muitas pinturas populares entre a nobreza e os colecionadores por toda a Europa, Rubens foi humanista de educação clássica, um colecionador e um diplomata, e foi elevado ao título de cavaleiro por Filipe IV da Espanha e Carlos I de Inglaterra.

A Assunção da Virgem Maria

Marie Fredriksson, a vocalista dos Roxette, faz hoje 54 anos

Marie Fredriksson (30 de maio de 1958, Össjö, Suécia) é uma cantora e compositora sueca, vocalista da dupla Roxette ao lado de Per Gessle. Dona de uma bem sucedida carreira solo na Suécia, Marie alcançou ao lado de Per Gessle sucesso internacional a partir do fim dos anos 80, com seis canções no Billboard Hot 100.


A Donzela de Orléans morreu na fogueira há 581 anos

Santa Joana d'Arc (em francês Jeanne d'Arc) (Domrémy-la-Pucelle, 6 de janeiro de 1412 - Ruão, 30 de maio de 1431), por vezes chamada de donzela de Orléans, era filha de Jacques d'Arc e Isabelle Romée e é a santa padroeira da França e foi uma heroína da Guerra dos Cem Anos, durante a qual tomou partido pelos Armagnacs, na longa luta contra os borguinhões e seus aliados ingleses.
Descendente de camponeses, gente modesta e analfabeta, foi uma mártir francesa canonizada em 1920, quase cinco séculos depois de ter sido queimada viva.
Segundo a escritora Irène Kuhn, Joana d'Arc foi esquecida pela história até o século XIX, conhecido como o século do nacionalismo, o que pode confirmar as teorias de Ernest Gellner. Irène Kuhn escreveu: Foi apenas no século XIX que a França redescobriu esta personagem trágica.


terça-feira, maio 29, 2012

JFK nasceu há 95 anos

John Fitzgerald Kennedy (Brookline, 29 de maio de 1917 - Dallas, 22 de novembro de 1963) foi um político estadunidense que serviu como 35° presidente dos Estados Unidos (19611963) e é considerado uma das grandes personalidades do século XX. Ele era conhecido como John F. Kennedy ou Jack Kennedy por seus amigos e popularmente como JFK.
Eleito em 1960, Kennedy se tornou o segundo mais jovem presidente de seu país, depois de Theodore Roosevelt. Ele foi Presidente de 1961 até seu assassinato em 1963. Durante seu governo houve a Invasão da Baía dos Porcos, a Crise dos mísseis de Cuba, a construção do Muro de Berlim, o início da Corrida espacial, a consolidação do Movimento dos Direitos Civis nos Estados Unidos e os primeiros eventos da Guerra do Vietnã.
Durante a Segunda Guerra Mundial, conhecido por sua liderança como o comandante do barco PT-109 na área do Pacífico Sul. Ao realizar um reconhecimento, o seu barco foi atingido por um destróier japonês, que deixou o barco em dois e causou uma explosão. A tripulação responsável conseguiu nadar até uma ilha e sobreviver até serem resgatados. Essa façanha lhe deu popularidade e começou assim sua carreira política. Kennedy representou o Estado de Massachusetts como um membro da Câmara dos Deputados a partir de 1947 até 1953 e depois como Senador de 1953 até que ele se tornou presidente em 1961. Com 43 anos de idade, foi o candidato presidencial do Partido Democrata nas eleições de 1960, derrotando o Republicano Richard Nixon em uma das eleições mais apertadas da história presidencial do país. Kennedy foi a última pessoa a ser eleita Presidente enquanto ainda exercia um mandato como Senador, até a eleição de Barack Obama em 2008. Também foi o único católico a ser eleito presidente dos Estados Unidos. Até a data, era o único nascido durante a Primeira Guerra Mundial e também o primeiro nascido no século XX.
O presidente Kennedy morreu assassinado em 22 de novembro de 1963 em Dallas, Texas. O ex-fuzileiro naval Lee Harvey Oswald foi preso e acusado do assassinato, mas foi morto dois dias após, por Jack Ruby e por isso não foi julgado. A Comissão Warren concluiu que Oswald agiu sozinho no assassinato. No entanto, o Comité da Câmara sobre Assassinatos descobriu em 1979 que talvez tenha havido uma conspiração em torno do acontecido. Este tópico foi debatido e há muitas teorias sobre o assassinato, o crime foi um momento importante na história dos Estados Unidos devido ao seu impacto traumático na nação.
Muitos viram em Kennedy como um ícone das esperanças e aspirações americanas, em algumas pesquisas no país ainda é valorizado como um dos melhores presidentes da história da nação.

Noel Gallagher, o vocalista dos Oasis, nasceu há 45 anos

Sir Noel Thomas David Gallagher CBE (Manchester, 29 de maio de 1967) é um músico britânico. Foi o guitarrista, vocalista e principal compositor do Oasis, banda que liderou juntamente com seu irmão Liam Gallagher. Atualmente é o líder da banda Noel Gallagher's High Flying Birds, fundada por ele após sua saída do Oasis em 2009.


Max morreu há 32 anos

(imagem daqui)

Maximiano de Sousa ou Max (Funchal, 20 de janeiro de 1918 - 29 de maio de 1980) foi um cantor e fadista português.
Foi uma das mais populares vedetas da rádio, do teatro e da televisão portuguesas, desde os anos quarenta até à sua morte em 1980. A ele se devem êxitos como Noites da Madeira, Bailinho da Madeira ou A Mula da Cooperativa. E nada faria prever que este jovem madeirense, que sonhava ser barbeiro e fora alfaiate, viria a ser um dos mais populares artistas portugueses.

Maximiano de Sousa, de todos conhecido como Max, era madeirense, nascido no Funchal em 1918. Foi aí que iniciou a sua carreira artística. Sonhara ser barbeiro e violinista, tinha ouvido para a música mas pouca paciência para aprender o solfejo, e acabou por aprender o ofício de alfaiate. Contudo, o bichinho da música que sempre tivera tornou-se numa carreira em 1936, quando começa a actuar no bar de um hotel do Funchal: cantor à noite, alfaiate de dia.
Em 1942, é um dos fundadores - como cantor e baterista - do Conjunto de Toni Amaral, que se torna numa sensação nas noites madeirenses e que, em 1946, vem conquistar Lisboa. O trabalho é muito e o conjunto assenta arraiais no night-club Nina, interpretando os ritmos do momento - boleros, slows, fados-canções. E é o "Fado Mayerúe" de Armandinho e Linhares Barbosa, mais conhecido como "Não Digas Mal Dela", que populariza a voz de Max e leva à sua saída do Conjunto de Toni Amaral, iniciando finalmente a carreira a solo que desejava em 1948.
Agora actuando sozinho, Max dispara para o estrelato através da rádio e das suas presenças no Passatempo APA do Rádio Clube Português, em parceria com Humberto Madeira. Em 1949, assina contrato com a Valentim de Carvalho e grava o seu primeiro disco: um 78 rotações com "Noites da Madeira" e "Bailinho da Madeira".
É o primeiro de uma longa lista de sucessos como A Mula da Cooperativa, Porto Santo, 31 ou Sinal da Cruz. Em entrevista ao jornal Se7e, em 1978, referia que eram os discos que lhe davam mais dinheiro, pois "os direitos de autor estavam sempre a pingar".
Depois da rádio, Max conquista o teatro, participando a convite de Eugénio Salvador na revista Saias Curtas, em 1952. Será apenas a primeira de uma longa série de revistas que confirmarão também os seus dotes de actor e humorista.
Em 1957, parte para os EUA para uma digressão de cinco anos, interrompida por uma súbita doença de coração ao fim de dois. Viajará em seguida por Angola, Moçambique, África do Sul, Brasil e Argentina.
Regressado a Portugal, embora continue a ser um dos artistas mais queridos do público, encontrará alguma dificuldade de trabalho, sobrevivendo à conta dos discos que continuava a gravar. Um dos seus maiores êxitos surgirá aliás neste período, "Pomba Branca". Faleceu em 1980.
Em 1991 foi inaugurado um busto em sua homenagem, da autoria da escultora Luíza Clode, junto ao Largo do Corpo Santo.


Mily Balakirev, o líder do Grupo dos Cinco, morreu há 102 anos

Mily Alexeyevich Balakirev (Nizhny Novgorod, 2 de janeiro de 1837São Petersburgo, 29 de maio de 1910) foi um compositor russo, mais conhecido atualmente por fazer parte e liderar o Grupo dos Cinco, um grupo nacionalista de músicos russos no qual faziam parte, além de Balakirev, César Cui, Modest Mussorgsky, Aleksandr Borodin e Nikolai Rimsky-Korsakov.
A maior parte de sua obra é composta por canções, tanto eruditas quanto populares. Balakirev escreveu também duas sinfonias, dois poemas sinfónicos, quatro aberturas e diversas peças para piano, entre as quais figura Islamey: Fantasia oriental, sua obra mais conhecida, principalmente entre pianistas, devido a sua complexidade e imensa dificuldade.

Bartolomeu Dias morreu há 512 anos junto ao Cabo que lhe deu fama e glória

Estátua de Bartolomeu Dias na Cidade do Cabo

Bartolomeu Dias (circa 1450 - 29 de Maio, 1500), foi um navegador português que ficou célebre por ter sido o primeiro europeu a navegar para além do extremo sul da África, "dobrando" o Cabo da Boa Esperança e chegando ao oceano Índico a partir do Atlântico.
Dele não se conhecem os antepassados, mas mercês e armas a ele outorgadas passaram a seus descendentes. Seu irmão foi Diogo Dias também experiente navegador. Há quem o diga descendente de Dinis Dias escudeiro de D. João I e como navegador descobrira Cabo Verde em 1445. Ignora-se onde e quando nasceu, no entanto alguns historiadores sustentam ter ele nascido em Mirandela, Trás-os-Montes. Sobre a sua família sabe-se apenas que um parente Dinis Dias e Fernandes, na década de 1440 terá comandado expedições marítimas ao longo da costa do Norte de África, tendo visitado as ilhas de Cabo Verde.
Na sua juventude terá frequentado as aulas de Matemática e Astronomia na Universidade de Lisboa e serviu na fortaleza de São Jorge da Mina. Estava habilitado quer a determinar as coordenadas de um local, quer a enfrentar tempestades e calmarias como as do Golfo da Guiné.
Em 1486, D. João II confiou-lhe o comando de duas caravelas e de uma naveta de mantimentos com o intuito público de saber notícias do Preste João. Ao comando da caravela S. Pantaleão estava João Infante. O propósito não declarado da expedição seria investigar a verdadeira extensão para Sul das costas do continente africano, de forma a avaliar a possibilidade de um caminho marítimo para a Índia. Porém antes disso, capitaneara um navio na expedição de Diogo de Azambuja ao Golfo da Guiné.

 Rota da viagem de Bartomoleu Dias (1487-88)

Marinheiro experiente, o primeiro a chegar ao Cabo das Tormentas, como o batizou em 1488 (chamado assim pois lá encontrou grandes vendavais e tempestades), um dos mais importantes acontecimentos da história das navegações. A expedição partiu de Lisboa em Agosto de 1487 a bordo levavam dois negros e quatro negras, capturados por Diogo Cão na costa ocidental africana. Bem alimentados e vestidos, serão largados na costa oriental para que testemunhem junto daquelas populações daquelas regiões a bondade e grandeza dos portugueses, e ao mesmo tempo recolher informações sobre o reino do Preste João. Em dezembro atingiu a costa da actual Namíbia, o ponto mais a sul cartografado pela expedição de Diogo Cão. Continuando para sul, descobriu primeiro a Angra dos Ilhéus, sendo assaltado, em seguida, por um violento temporal. Treze dias depois, procurou a costa, encontrando apenas o mar. Aproveitando os ventos vindos da Antártica que sopram vigorosamente no Atlântico Sul, navegou para nordeste, redescobrindo a costa, que aí já tinha a orientação este-oeste e norte (já para leste do Cabo da Boa Esperança, que foi renomeado pelo rei português D. João II, assegurando a esperança de se chegar à Índia, para comprar as tão necessárias especiarias e outros artigos de luxo. Antes para se chegar à Índia era preciso apenas cruzar o Mar Mediterrâneo passando por Génova e Veneza, que eram grandes centros comerciais graças ao Renascimento, só que eram agora dominados pelos turcos. Precisando então cruzar o Atlântico, chamado naquele tempo de O Mar Tenebroso, acreditando-se que nele havia monstros devoradores de embarcações e dar a volta na África, para se chegar à Índia), continuou para leste, cartografando diversas baías da costa da actual África do Sul (úteis no futuro como portos naturais), e chegando até à baía de Algoa (800 km a leste do cabo da Boa Esperança), então conhecido como Cabo das Tormentas.
No entanto, a tripulação revoltada obrigou o capitão a regressar a Portugal pela linha da costa para oeste. No regresso, com a costa sempre visível, descobriu o Cabo das Agulhas, o ponto mais a sul do continente, e o Cabo das Tormentas, actual Cabo da Boa Esperança, cuja longitude tinha contornado por alto mar na viagem de ida, nessa viagem de volta colocou padrões de pedra nos principais pontos descobertos: a atual False Island, a ponta do Cabo das Tormentas, então descoberto, e o Cabo da Volta, hoje Diaz Point. Regressou a Lisboa em dezembro de 1488. O sucesso da sua descoberta do caminho para a Índia não foi recompensado.
Acompanhou a construção dos navios e acompanhou a esquadra de Vasco da Gama, em 1499 como capitão de um dos navios que tinha como destino até São Jorge da Mina. A expedição partiu em 1497. Em 1500, acompanhou Pedro Álvares Cabral na famosa viagem em que este descobriu o Brasil. Quando a frota seguia para a Índia, o navio em que ia Bartolomeu Dias naufragou e o valente marinheiro achou a morte junto da sua descoberta mais famosa - o Cabo da Boa Esperança.
Bartolomeu Dias foi o primeiro navegador a navegar longe da costa no Atlântico Sul. A sua viagem, continuada por Vasco da Gama, abriu o caminho marítimo para a Índia.
Seria em 1500 o principal navegador da esquadra de Pedro Álvares Cabral. A carta de Pero Vaz de Caminha faz diversas referências a ele, apontando para a confiança que nele tinha o capitão-mor. Quando a armada de Cabral navegava em direção ao Cabo, após sua estada no Brasil, um forte temporal causou o naufrágio de quatro naus, entre elas a sua própria nau.
Em 1486, o rei dom João II passou o comando de uma expedição marítima a Bartolomeu Dias. A missão era procurar e estabelecer relações pacíficas com um legendário rei cristão africano, conhecido como Prestes João. Ele tinha ordens também de explorar o litoral africano e encontrar uma rota para as Índias.
As duas caravelas de 50 toneladas e uma naveta auxiliar passaram primeiro pela angra dos Ilhéus (atual baía de Spencer) e o cabo das Voltas. Entraram em seguida num violento temporal. Ficaram treze dias sem controle, enfrentando o vento e as ondas. Quando o mar acalmou, navegaram para leste em busca da costa, mas só encontraram mar.
Decidiram, então, ir para o norte, onde acharam diversos portos. Ao encontrar a foz de um rio, que batizaram de rio do Infante, a tripulação obrigou o capitão a voltar. Era o final de janeiro e início de fevereiro de 1488.
Bartolomeu Dias deu-se conta então que passara pelo extremo sul da África, o cabo que, por conta da tempestade, ele havia chamado de cabo das Tormentas. O rei D. João II viu a novidade com outros olhos e mandou mudar o nome para Boa Esperança. Afinal, uma expedição portuguesa provara que havia um caminho alternativo para o comércio com o Oriente.
A primeira representação cartográfica das zonas exploradas por Bartolomeu Dias é o planisfério de Henricus Martellus. Em 1652, o mercador holandês Jan van Riebeeck fundaria um posto comercial na região que, mais tarde, se tornaria a Cidade do Cabo.
Bartolomeu Dias voltou ao mar em 1500, no comando de um dos navios da frota de Pedro Álvares Cabral. Após passar pelas costas brasileiras, a caminho da Índia, Bartolomeu Dias morreu quando sua caravela naufragou, ironicamente, no cabo da Boa Esperança. Frágil, a caravela era um barco rápido, pequeno e de fácil manobra. Em caso de necessidade, podia ser movida a remo.
Os dados biográficos do navegador anteriores a essas viagens são escassos e contraditórios. A data de nascimento é ignorada. Ele foi escudeiro da Casa Real e administrador do Armazém da Guiné, e sabe-se que descendia de Dinis Dias. Há informações sobre um certo Bartolomeu Dias, mercador entre Lisboa e a Itália nos anos de 1475 e 1478, porém, pode ser outra pessoa com o mesmo nome.
No entanto, seu feito nas costas africanas o fez ser imortalizado pelos dois mais famosos poetas portugueses. Além de ser personagem de Camões, em Os Lusíadas, Fernando Pessoa fez um epitáfio para ele.


EPITÁFIO DE BARTOLOMEU DIAS


Jaz aqui, na pequena praia extrema,
O Capitão do Fim. Dobrado o Assombro,
O mar é o mesmo: já ninguém o tema!
Atlas, mostra alto o mundo no seu ombro. 

in Mensagem (1934) - Fernando Pessoa

Zé Diogo Quintela, o Gato Fedorento com bom gosto e pergaminhos, nasceu há 35 anos

José Diogo de Carvalho Quintela, conhecido como Zé Diogo Quintela (Lisboa, 29 de Maio de 1977) é um humorista e argumentista português, membro do colectivo Gato Fedorento.

Filho do Arquitecto Manuel Eduardo Baltazar de Almeida Lima Quintela (6 de janeiro de 1946), bisneto do 1.º Visconde da Charruada, trineto do 1.º Conde do Farrobo 2.º Barão de Quintela, do 1.º Visconde do Cartaxo e de Tomás Oom e sobrinho-trineto do 1.º Conde da Póvoa 1.º Barão de Teixeira, e de sua mulher Maria da Graça Metelo de Faria de Carvalho (Lisboa, 4 de janeiro de 1949), Licenciada em Ciências Económicas e Financeiras e Empresária que trabalha no Ministério da Economia. José Diogo tem ainda dois irmãos: Manuel de Carvalho Quintela, nascido a 25 de janeiro de 1968 ou a 11 de Novembro de 1973, e Sofia de Carvalho Quintela, nascida a 6 de março/maio de 1980. É primo em 3.º grau do actor Francisco Nicholson, e primo-tio em 3.º grau da sua filha, a actriz Sofia Nicholson.
Pelo ramo paterno, José Diogo Quintela descende de uma família que se notorizou pelas suas ligações não só à finança, bem como às artes. É quinto neto de Joaquim Pedro Quintela, 1.º barão de Quintela, nascido em 1748, importante capitalista dos séc. XVIII e XIX e membro de uma família burguesa de Lisboa, herdeiro do morgado do Farrobo e do palácio das Laranjeiras (o actual Jardim Zoológico de Lisboa) e de sua mulher, Maria Joaquina de Saldanha. Foi filho destes o 1.º conde do Farrobo, sucessor da grandiosa fortuna de seu pai, filantropo, mecenas das artes e promotor de manifestações artísticas. Casado com uma filha de Francisco António Lodi,o primeiro empresário do Teatro de São Carlos, a ópera da capital. Dos 1ºs condes do Farrobo foi filho, entre outros, o visconde da Charruada, Francisco Jaime Quintela, o qual desposou Cristina Teixeira de Sampaio, filha dos viscondes de Cartaxo e prima dos condes da Póvoa e duques de Palmela, patronos das artes no século XIX. Da união dos viscondes de Charruada resultou um filho: Joaquim Pedro Quintela, nascido na Ajuda em 1861, que mais tarde casou com Ana Luísa de Albuquerque d'Orey, filha do pianista e empresário alemão Augusto Achilles d' Orey - fundador da sua família em Portugal - e neta materna do político liberal e chefe de Governo: Luís da Silva Mouzinho de Albuquerque (avô do herói de Chaimite).
Da união de Joaquim Pedro Quintela com a sua mulher surgiu um filho: Manuel Eduardo d'Orey Quintela, arquitecto, que por sua vez casou com Maria Helena Oom de Almeida Lima (cuja família esteve ligada à fundação da Companhia das Lezírias).
Estes são os avós paternos de José Diogo Quintela, e explicada está assim a ligação aos actores Francisco e Sofia Nicholson (por descenderem estes também dos supra-citados viscondes da Charruada), da fadista Teresa Tarouca (descendente dos condes de Farrobo) e do actor Paulo Oom (ambos descendentes do comerciante alemão de origem sueca Friedrich Oom, que se estabeleceu em Lisboa no séc. XVIII).
Rodrigo Carlos de Faria de Carvalho, nascido em 1923 em Évora, estudou Geografia na Irlanda, tendo-se porém licenciado em Matemática. Assumiu o cargo de Director do Instituto Português de Meteorologia. Desposou Maria Teresa Guimarães Metelo, pertencente à antiga família dos morgados de Valongo. São estes os avós maternos de José Diogo Quintela.
Casou em 2010 com Maria do Nascimento Fortes Cabral (Lisboa, 21 de julho de 1976), divorciada de José Maria Léchaud de Sousa Cyrne (Lisboa, São Sebastião da Pedreira, 23 de outubro de 1968) de quem tem dois filhos, Afonso Maria Cabral de Sousa Cyrne (Lisboa, Lapa, 29 de março de 2000) e Vasco Maria Cabral de Sousa Cyrne (Lisboa, Lapa, 15 de setembro de 2004). Têm uma filha, Rosa Cabral Quintela, nascida a 11 de março de 2011.
José Diogo estudou nos Salesianos e no Liceu Pedro Nunes em Lisboa, tendo sempre sido um excelente aluno. O último ano do secundário fê-lo nos Estados Unidos através de um programa de intercâmbio de estudantes. Frequentou o o curso de Comunicação Social no Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas (ISCSP) da Universidade Técnica de Lisboa, não concluindo a licenciatura.
José Diogo participou como argumentista e actor dando vida a vários personagens em todos os DVD's e "sketches" lançados pela equipa do Gato Fedorento.
Ainda na sua colaboração com as Produções Fictícias desde 2000, onde foi autor, escreveu entre outros textos para o Programa da Maria (SIC), Herman Difusão Portuguesa (na RDP) e Três é uma Multidão (peça de teatro). Co-autor também de diversos textos do programa Herman Sic (SIC) e das Crónicas da D. Bitória.
Em 2006, Zé Diogo Quintela emprestou a sua imagem à conhecida bebida portuguesa Licor Beirão, recriando a personagem "Fernando" (dos Gato Fedorento), conhecida por "educar" quem padece de desvios comportamentais.
A política e o futebol são dois dos pontos que diferenciam Zé Diogo Quintela (que é de direita liberal e adepto do Sporting Clube de Portugal) dos restantes 3 elementos do Gato Fedorento (de tendência política mais à esquerda e do Sport Lisboa e Benfica), contudo estas diferenças não chegam para lhes eliminar a cumplicidade existente.
Em março de 2010 publica o seu primeiro livro, "Falar é Fácil", constituído por crónicas feitas por Quintela para o Jornal Público.


Uma observação astronómica em território (então) português provou a Teoria da Relatividade Geral há 93 anos

 Foto do relatório de Arthur Stanley Eddington sobre a expedição à Ilha do Príncipe

Um eclipse solar total ocorreu em 29 de maio de 1919. Com uma duração máxima de 6 minutos e 51 segundos, foi um dos mais longos eclipses solares do Século XX. Foi visível na maior parte da América do Sul e África na forma de um eclipse parcial. Com os resultados obtidos a partir da observação desse fenómeno foi possível a confirmação da teoria da relatividade geral de Albert Einstein.
O evento foi observado por duas equipes organizadas pela Royal Astronomical Society. Uma delas, sob a direção de Andrew Crommelin, veio para Sobral, Ceará. A outra, chefiada por Arthur Eddington, se dirigiu para a Ilha do Príncipe, localizada na costa atlântica da África. Esses locais ofereciam as melhores condições para a observação do fenómeno. A equipe que se encontrava na Ilha do Príncipe teve seus trabalhos prejudicados devido ao mau tempo. No momento do eclipse o céu estava nublado, com isso, apenas duas das várias fotografias tiradas apresentaram imagens de estrelas. Enquanto isso, a equipa liderada por Crommelin em Sobral, obteve sete imagens do fenómeno pois as condições meteorológicas eram muito melhores.
A equipa liderada pelo astrónomo inglês Arthur Eddington na Ilha do Príncipe fotografou estrelas cujos raios luminosos que atingiam a Terra passavam próximo do Sol, confirmando a predição feita por Albert Einstein. Ao analisar os negativos das fotos, foi possível ver que as estrelas não ocupavam suas posições habituais, encontrando-se ligeiramente deslocadas. A partir desses resultados, os pesquisadores deduziram que os raios luminosos oriundos dessas estrelas sofreram um desvio em relação as suas trajetórias retilíneas, tal desvio foi influenciado pelo campo gravitacional do Sol.
O sucesso dessa observação feita na Ilha do Príncipe provocou a aceitação mundial da teoria da relatividade geral pela comunidade científica internacional e fez de Albert Einstein uma celebridade mundial.

O Everest foi conquistado há 59 anos

Edmund Hillary comprimentando Tenzing Norgay, circa 1971

Sir Edmund Percival Hillary (Tuakau, 20 de julho de 1919 - Auckland, 11 de janeiro de 2008) foi um alpinista e explorador neozelandês, famoso principalmente pela primeira escalada bem sucedida do Monte Everest. Ele e o guia sherpa Tenzing Norgay atingiram os 8850 metros do cume em 29 de maio de 1953.

Fotografia de Hillary do momento da chegada de Norgay ao Everest


Sardar Tenzing Norgay (15 de maio de 1914 ? - 9 de Maio de 1986), alpinista sherpa nepalês, foi o primeiro homem a chegar ao topo do Everest, em companhia de Edmund Hillary.

Sismo em Itália - mais dados

Recebido via e-mail do Instituto de Meteorologia (IM):

Hoje, dia 29 de maio de 2012, pelas 07.00 UTC (08.00 horas em Portugal Continental) ocorreu na região norte de Itália, a cerca de 20 km a nordeste de Modena, um sismo de magnitude 5.8. Este sismo, de acordo com a avaliação do USGS, deverá ter sido fortemente sentido na zona epicentral, sendo ainda expectável que tenha provocado danos na zona próxima do epicentro. De acordo com o mecanismo focal, já calculado pelo USGS, o sismo terá tido origem numa falha inversa com orientação este-oeste. Este sismo foi detetado nas estações da rede sísmica nacional, tendo as primeiras ondas do sismo sido registadas às 08.03.14 (hora local) na estação sísmica de Bragança - abaixo, exemplos de registos nas estações de Bragança, Moncorvo, Gavieira, Barrancos, Vaqueiros:
(clicar para aumentar)


Sismograma de hoje, obtido pelo geofone de Évora:

 (clicar para aumentar)

Mais um sismo com mortos em Itália

Abalo sentido de manhã
Sismo no Norte de Itália faz dez mortos

O epicentro do sismo de magnitude 5,8 foi registado perto de Modena (Foto: Geppy Toglia/AFP)

O epicentro do sismo de magnitude 5,8 foi registado perto de Modena (Foto: Geppy Toglia/AFP)

O abalo desta terça-feira foi detectado nas estações da rede sísmica portuguesa Foto: Pierre Teyssot/AFP


O terramoto de dia 20, na mesma região, fez sete mortosFoto: Giorgio Benvenuti/Reuters/arquivo


Um forte sismo foi sentido nesta terça-feira de manhã no Norte de Itália. O balanço provisório aponta para pelo menos dez mortos.

O último balanço ainda provisório do número de vítimas do terramoto na região de Modena foi avançado à Reuters por uma fonte não identificada da Cruz Vermelha de Itália e pela polícia local, citada pela imprensa italiana. O número de feridos e de pessoas dadas como desaparecidas não é exacto. Os danos materiais são visíveis em algumas localidades.

O epicentro do sismo de magnitude 5,8 foi registado a 30 quilómetros de Modena, próximo da zona do abalo do passado dia 20 de Maio, e a quase 10 quilómetros de profundidade, de acordo com os dados do Instituto Nacional de Geofísica e Vulcanologia de Itália e os da U.S. Geological Survey, organização norte-americana que monitoriza dados sísmicos. Posteriormente, foram registadas réplicas.

A imprensa italiana descreve um "forte sismo", sentido em toda a região Norte do país, pelas 09.00 horas locais (08.00 em Portugal continental). O jornal italiano Corriere della Sera afirma, na edição online, que foram evacuadas lojas em Bolonha e escritórios em Milão. A circulação ferroviária também em Bolonha foi suspensa.

O Instituto de Meteorologia, por seu lado, informa em comunicado que "este sismo foi detectado nas estações da rede sísmica nacional, tendo as primeiras ondas do sismo sido registadas às 08.03 (hora de Portugal continental) na estação sísmica de Bragança".

As imagens da destruição


No passado dia 20 de Maio, na mesma região, um outro sismo de magnitude 6 provocou sete mortos, 50 feridos e avultados danos materiais – centenas de edifícios ficaram destruídos ou danificados. Este terramoto, que durou 20 segundos, ocorreu às 04.05 (03.05 horas em Portugal continental), a dez quilómetros de profundidade e a 36 quilómetros de distância da cidade de Bolonha, na região de Modena, mais concretamente em Emilia (Norte).

Milhares de pessoas dormiram em carros e em tendas montadas na rua nas noites que se seguiram ao abalo de 20 de Maio (um domingo), que danificou também “significativamente” parte do património cultural e arquitectónico da região.

O último grande sismo registado em Itália foi o abalo de magnitude 6,3, na cidade de L'Aquila, em 2009, quando morreram 300 pessoas.

O momento do abalo nesta terça-feira



Música dos anos oitenta para geopedrados


Beds Are Burning - Midnight Oil


Out where the river broke
The bloodwood and the desert oak
Holden wrecks and boiling diesels
Steam in forty five degrees


The time has come
To say fair's fair
To pay the rent
To pay our share
The time has come
A fact's a fact
It belongs to them
Let's give it back


How can we dance when our earth is turning
How do we sleep while our beds are burning
How can we dance when our earth is turning
How do we sleep while our beds are burning


The time has come to say fairs fair
to pay the rent, now to pay our share


Four wheels scare the cockatoos
From Kintore East to Yuendemu
The western desert lives and breathes
In forty five degrees


The time has come
To say fair's fair
To pay the rent
To pay our share
The time has come
A fact's a fact
It belongs to them
Let's give it back


How can we dance when our earth is turning
How do we sleep while our beds are burning
How can we dance when our earth is turning
How do we sleep while our beds are burning


The time has come to say fair's fair
To pay the rent, now to pay our share
The time has come, a fact's a fact
It belongs to them, let's give it back


How can we dance when our earth is turning
How do we sleep while our beds are burning

segunda-feira, maio 28, 2012

O sétimo Rei português morreu há 655 anos

Túmulos do Rei D. Afonso IV e da Rainha D. Beatriz (daqui)

D. Afonso IV de Portugal (Coimbra, 8 de fevereiro de 1291 - Lisboa, 28 de maio de 1357), cognominado o Bravo, sétimo Rei de Portugal, era filho do Rei D. Dinis I de Portugal e de sua esposa, a Rainha Santa Isabel, nascida infanta de Aragão. D. Afonso IV sucedeu a seu pai a 7 de janeiro de 1325.

Apesar de ser o único filho legítimo de seu pai, D. Afonso não seria, de acordo com algumas fontes, o favorito do Rei D. Dinis, que preferia a companhia de D. Afonso Sanches, um dos seus bastardos (legitimado). Esta preferência deu lugar a uma rivalidade entre os dois irmãos que, algumas vezes, deu lugar a confrontos armados. Em 1325, D. Afonso IV tornou-se rei e, como primeira decisão, exilou Afonso Sanches para Castela, retirando-lhe de caminho todas as terras, títulos e feudos concedidos pelo pai de ambos. O exilado não se conformou e do outro lado da fronteira orquestrou uma série de manobras políticas e militares com o fim de se tornar ele próprio rei. Depois de várias tentativas de invasão falhadas, os irmãos assinaram um tratado de paz, sob o patrocínio da Rainha Santa Isabel.
Em 1309, D. Afonso IV casou com a princesa Beatriz, filha do rei Sancho IV de Castela. A primogénita desta união, a princesa D. Maria de Portugal, casou com D. Afonso XI de Castela em 1328, mas o casamento revelou-se infeliz, dado que o Rei de Castela maltratava abertamente a mulher. D. Afonso IV não ficou contente por ver sua filha menosprezada e atacou as terras fronteiriças de Castela em retaliação. A paz chegou quatro anos mais tarde e, com a intervenção da própria D. Maria de Portugal, um tratado foi assinado em Sevilha em 1339. No ano seguinte, em Outubro de 1340, tropas portuguesas participaram na grande vitória da Batalha do Salado contra os mouros merínidas.
Em 1343 houve no reino grande carestia de cereais e em 1346, a fim de fazer sua aliança com o rei de Aragão, D. Afonso IV enviou a Barcelona um embaixador para a assinatura do acordo entre o rei e D. Pedro IV de Aragão com vista à realização do casamento da infanta D. Leonor. Em 1347 ocorreu um sismo que abalou Coimbra, tendo causado enormes prejuízos, e em 1348 a peste negra, vinda da Europa, assola o país.
De todos os problemas foi a peste o mais grave, vitimando grande parte da população e causando grande desordem no reino. O rei reagiu prontamente, tendo promulgado legislação a reprimir a mendicidade e a ociosidade.
A última parte do reinado de D. Afonso IV foi marcada por intrigas políticas e conflitos internos em grande parte devidos à presença em solo português de refugiados da guerra civil entre D. Pedro I de Castela e o seu meio-irmão D. Henrique da Trastâmara.
Entre os exilados contavam-se vários nobres, habituados ao poder, que cedo criaram a sua própria facção dentro da Corte portuguesa. Quando Inês de Castro se torna amante do príncipe herdeiro D. Pedro, os nobres castelhanos cresceram em poder e favor real.
D. Afonso IV não ficou agradado com o favoritismo concedidos aos castelhanos e procurou várias formas de afastar D. Inês do filho. Sem sucesso, porque D. Pedro assumiu tanto a relação com a castelhana como os filhos ilegítimos que dela teve, acrescentando em 1349 a recusa de tornar a casar com outra mulher que não ela. Com o passar dos anos D. Afonso IV perdeu o controle da situação, a facção castelhana e D. Inês aumentavam o seu poder, enquanto que o único filho legítimo de D. Pedro, o futuro rei D. Fernando, crescia como uma criança doente. Preocupado com a vida do único neto que reconhecia e com o acréscimo de poder estrangeiro dentro de fronteiras, D. Afonso IV ordena a morte de D. Inês de Castro em 1355. Ao contrário do que esperava, o seu filho não se aproximou de si. Perdendo a cabeça, D. Pedro entrou em guerra aberta contra o pai e saqueou a região do Entre-Douro-e-Minho. A reconciliação chegou apenas em 1357, entregando o rei ao príncipe grande parte do poder. D. Afonso IV morreu pouco tempo depois.
Como rei, D. Afonso IV é lembrado como um comandante militar corajoso, daí o cognome de Bravo. A sua maior contribuição a nível económico e administrativo foi a importância dada ao desenvolvimento da marinha portuguesa. D. Afonso IV subsidiou a construção de uma marinha mercante e financiou as primeiras viagens de exploração Atlântica. As Ilhas Canárias foram descobertas no seu reinado.
Jaz na Sé de Lisboa.