sábado, outubro 06, 2012

Há 39 anos começou a Guerra do Yom Kippur

 Mapa descritivo do conflito árabe-israelita

A Guerra do Yom Kippur, também conhecida como Guerra Árabe-Israelita de 1973, Guerra de Outubro, Guerra do Ramadão ou ainda Quarta guerra Árabe-Israelita, foi um conflito militar ocorrido de 6 de Outubro a 26 de Outubro de 1973, entre uma coalizão de estados árabes liderados por Egipto e Síria contra Israel. A guerra começou com um ataque conjunto surpresa pelo Egipto e Síria no feriado judaico de Yom Kippur. Egipto e Síria cruzaram as linhas de cessar-fogo no Sinai e nos Montes Golã, respectivamente, que haviam sido capturados por Israel em 1967 durante a Guerra dos Seis Dias.
Os egípcios e sírios avançaram durante as primeiras 24-48 horas, após o qual o cenário começou a se inverter, em favor de Israel. Na segunda semana de guerra, os sírios foram empurrados completamente para fora dos Montes Golã.
No Sinai ao sul, os israelitas atacaram numa "brecha" entre os dois exércitos egípcios invasores, cruzaram o canal de Suez (onde a velha linha de cessar-fogo ficava), e isolou o Terceiro Exército do Egito.
Este desenvolvimento levou a que as duas superpotências da época, os EUA, defendendo os interesses de Israel, e a URSS, dos países árabes, ficassem em tensão diplomática. Mas um cessar-fogo das Nações Unidas entrou em vigor de forma cooperativa em 25 de outubro de 1973.
No término das hostilidades, as forças israelitas, já recuperadas das baixas iniciais e com um esmagador poderio militar, haviam adentrado profundamente no território dos inimigos e encontravam-se a 40 km de Damasco, capital da Síria, a qual foi intensamente bombardeada, e 101 km do Cairo, capital egípcia.
A guerra teve implicações profundas para muitas nações. O Mundo Árabe, que havia sido humilhado pela derrota desproporcional da aliança Egípcio-Sírio-Jordaniana durante a Guerra dos Seis Dias, se sentiu psicologicamente vingado por seu momento de vitórias no início do conflito, apesar do resultado final. Esse sentimento de vingança pavimentou o caminho para o processo de paz que se seguiu, assim como liberalizações como a política de infitah do Egipto. Os Acordos de Camp David (1978), que vieram logo depois, levaram a relações normalizadas entre Egipto e Israel - a primeira vez que um país árabe reconheceu o estado israelita. Egipto, que já vinha se afastando da União Soviética, então deixou a esfera de influência soviética completamente.

O Presidente Gamal Abdel Nasser do Egipto, morreu em setembro de 1970. Foi sucedido por Anwar Sadat, considerado mais moderado e pragmático que Nasser. Como meta do seu governo, resolve neutralizar a política expansionista do Estado de Israel e ao mesmo tempo assegurar a sua posição no mundo árabe. Decide, então, retomar a península do Sinai. O plano para um ataque a Israel sem aviso, em conjunto com a Síria, recebeu o nome de código Operação Badr (palavra árabe que significa "lua cheia"), que incluía a retomada do canal de Suez.
Para tanto, os egípcios, recorrendo a possantes bombas de sucção e usando as águas do canal como agente de erosão hídrica, destruíram as fundações da intransponível barreira de 50 metros de altura, construída pelos israelitas com a areia do deserto para guarnecer toda a margem ao norte do canal de Suez contra os exércitos árabes.
Desse modo, puderam abrir passagem nas fortificações integrantes da linha Bar-Lev, alcançando o lado desprotegido das casamatas israelitas e obrigando os israelitas a se render.

Enquanto o Egipto atacava as posições israelitas desprotegidas na Península do Sinai, as forças sírias atacaram os baluartes dos Montes Golã. Graves perdas foram infligidas ao exército israelita. Contudo, após três semanas de luta, as Forças de Defesa de Israel (FDI) obrigaram as tropas árabes a retroceder, e as fronteiras iniciais reconfiguraram-se. Damasco, a capital da Síria, foi bombardeada.
Uma das consequências desta guerra foi a crise do petróleo, já que os estados árabes, membros da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) boicotaram os Estados Unidos da América e os países europeus que apoiavam a sobrevivência de Israel. Se a curto prazo a medida agravou a crise económica mundial, a longo prazo a comunidade internacional aprendeu a usar fontes alternativas de energia, e inclusive algumas áreas do planeta começaram a descobrir que também possuíam petróleo, como foi o caso da região do Mar do Norte, na Europa, do Alasca, nos Estados Unidos, da Venezuela, do México, da África do Sul, da União Soviética e, de lá para cá, também do Brasil.

Sem comentários: