sexta-feira, maio 04, 2012

Tito, o líder da Jugoslávia do pós II Guerra Mundial, morreu há 32 anos

Josip Broz Tito (Kumrovec, 7 de maio de 1892 - Liubliana, 4 de maio de 1980) foi líder dos partisans durante a Segunda Guerra Mundial e mais tarde presidente da Jugoslávia durante grande parte da existência do país. Após a sua morte desencadeou-se uma grande guerra civil e desmembramento das repúblicas. Após sua morte, Tito foi acusado por opositores ao regime, de ter cometido violações aos direitos humanos.

Nascido Josip Broz no território croata, foi primeiro-ministro jugoslavo entre 29 de novembro de 1945 e 14 de janeiro de 1953 e presidente entre 14 de janeiro de 1953 e 4 de maio de 1980. Durante a Primeira Guerra Mundial, serviu na infantaria austro-húngara e foi feito prisioneiro na Rússia. Escapou e lutou pela Revolução Russa. Depois de retornar à Iugoslávia, envolveu-se com o Partido Comunista e esteve preso por seis anos. Após a invasão alemã da Jugoslávia (1941), Tito organizou as forças guerrilheiras na Frente de Libertação Nacional, tais forças guerrilheiras são consideradas movimento de resistência ou partisans. Teve de combater não apenas os países do Eixo como também seus comparsas Ustaše, que formaram um governo croata dependente dos mesmos. Outro de seus inimigos mais notáveis foi Draza Mihailovic, chefe dos chetniks, nacionalistas sérvios. A desunião entre os jugoslavos foi superada em nome da expulsão do invasor nazi.
Ao fim da guerra, ele surgiu como o líder do novo governo federal. Rejeitou a tentativa de Stalin de controlar ideologicamente os Estados comunistas da Europa oriental (a Jugoslávia não integrava a aliança militar do bloco comunista). Como consequência, a Jugoslávia foi desvinculada do Cominform (organização internacional comunista que visava a coordenar as atividades do partido em toda a Europa) e Tito tornou-se um dos principais expoentes do não-alinhamento durante a Guerra Fria.
O período 1948-1956 foi, ainda assim, marcado por repressão severa de oponentes, bem como pessoas que expressavam admiração pelo modelo soviético. Mais notavelmente, vários dissidentes foram mandados para o campo de trabalho penal de Goli Otok.
Em 1961, ele promoveu a Conferência Internacional dos Países Não-Alinhados, onde ficou determinado que as nações participantes tomariam uma postura de neutralidade em relação à Guerra Fria.
As relações com a União Soviética foram reatadas em 1955, mas Tito manteve sua independência, experimentando diferentes estilos de organização económica, incluindo a participação dos trabalhadores na administração das fábricas; que recebeu o nome de autogestão.
Com a chegada de Leonid Brejnev no poder e o apogeu da Détente soviética, a Jugoslávia de Tito teve uma grande subida na diplomacia com a União Soviética, iniciando diversos processos de alianças e cooperações com os soviéticos, mas da mesma forma mantendo-se em seu próprio eixo.
Com sua morte, em 1980, o cargo de presidente da Jugoslávia passou a ser rotativo entre as seis repúblicas mas, por volta de 1989, o sistema encontrava-se em desordem e a unidade do país começou a se desintegrar, em grande parte devido à profunda crise económica gerada pelo desmoronamento do Leste Europeu e, mais importante, pelo surgimento de partidos ultranacionalistas em todas as repúblicas, principalmente na Croácia e na Sérvia. Estava formado o caldo que levaria o país, mais tarde, a uma brutal e insana guerra civil, com ódios étnicos seculares refletidos em atrocidades cometidas por todos os lados do conflito.

Em 7 de janeiro e logo depois em 11 de janeiro de 1980, Tito foi internado no "Klinični Lubljana" (o centro clínico de Liubliana) com problemas de circulação em suas pernas. A sua perna esquerda foi amputada pouco tempo depois. Ele morreu no 4 de maio de 1980 às 15.05 horas e o seu funeral, foi um dos mais famosos de toda a história (foi o funeral que mais recebeu chefes de estado e suas delegações, além de diversos políticos ,igualando o funeral do Papa João Paulo II). Eles incluíram quatro reis, trinta e um presidentes, seis príncipes, vinte e dois primeiros-ministros e quarenta e seis ministros de estados estrangeiros. Eles vieram de países dos dois lados da Guerra Fria, de 128 diferentes países, entre eles, estava o secretário-geral do Partido Comunista da União Soviética e Presidium do Soviete Supremo da União Soviética da época, Leonid Brezhnev (companheiro de guerra e amigo íntimo e político de Tito), a primeira-ministra britânica Margaret Thatcher, a primeira-ministra indiana Indira Gandhi, o presidente iraquiano Saddam Hussein, o principal político socialista e presidente da Itália na época, Sandro Pertini, o líder da Autoridade Palestiniana Yasser Arafat, o chanceler da Alemanha Ocidental, Helmut Schmidt e o líder da Alemanha Oriental, Erich Honecker, o líder norte-coreano Kim Il-sung, o rei Carlos XVI Gustavo da Suécia, o rei Olavo V da Noruega, o rei Hussein da Jordânia, Francesco Cossiga, Fidel Castro presidente de Cuba, o primeiro-ministro do Japão Masayoshi Ohira (que morreria pouco tempo depois), o primeiro-ministro da China Hua Guofeng, o presidente da Zâmbia Kenneth Kaunda, o líder comunista da Roménia Nicolae Ceauşescu, o líder comunista búlgaro Todor Zhivkov e o político austríaco Kurt Waldheim.

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