terça-feira, maio 08, 2012

O último álbum (publicado) do grupo The Beatles foi lançado há 42 anos

Let It Be é o décimo terceiro e último álbum lançado pelo grupo inglês de rock The Beatles. Gravado entre janeiro de 1969 e março/abril de 1970, o álbum foi somente lançado em 8 de maio de 1970, após o disco Abbey Road (último disco gravado) e juntamente com o documentário com o mesmo nome. Inicialmente estava previsto chamar-se Get Back.
O único single foi "The Long And Winding Road", apesar de músicas como “Across The Universe” e “Let It Be” também se tornarem grandes sucessos.

Get Back
Em 1969, Paul McCartney teve a ideia de gravar o álbum e documentário Get Back ("volte", em português) planeado para ser um "regresso às raízes". McCartney tinha grande vontade de ver os Beatles tocando ao vivo novamente, ideia que não agradava ao resto da banda, principalmente a George Harrison, que chegou a declarar que estava saindo da banda. John Lennon, sem se importar muito, ameaçou chamar Eric Clapton para o lugar dele, mas McCartney não concordou, por achar que os Beatles sempre seriam os quatro e mais ninguém. De comum acordo, eles resolveram gravar um álbum como se fosse ao vivo, como foi feito no primeiro álbum dos Beatles, Please Please Me. Para isso até fizeram uma foto no mesmo local da capa de Please Please Me, só que agora um pouco mais velhos. Lennon chegou a falar a George Martin, num tom áspero: "Dessa vez queremos um disco honesto e não mais uma daquelas porcarias que você faz!". Em entrevistas posteriores, Martin diz que engoliu aquilo a seco mas pensou em responder que todos os discos dos Beatles eram honestos até aquele momento. Os ensaios iniciaram em mono, nos "Twickenham Studios" e, após uma breve interrupção devido a Harrison ter deixado a banda temporariamente, concluíram-se com o retorno de Harrison, juntamente com Billy Preston, com as gravações nos estúdios da Apple, em multi-tracks. Quando a Apple foi iniciada, os Beatles deram todo o dinheiro necessário para um "amigo charlatão" que Lennon conheceu na Grécia, chamado Magic Alex, para que construísse um estúdio que foi descrito por ele como o melhor estúdio possível. Porém quando George Martin e seus auxiliares técnicos foram inspecionar o local viram como “o maior desastre de todos os tempos. A mesa de mistura era feito de madeira velha e um osciloscópio antigo, e os 72 canais prometidos por Magic Alex, eram só 16 canais”. E dizia mais: “O local não tinha paredes isoladas do som e era possível ouvir o barulho dos canos e o barulho do ar condicionado.” Mas, mesmo assim, os Beatles estavam dispostos a “ensaiar e gravar em casa”, com a produção de Glyn Johns, com Martin em segundo plano (o que o deixou visivelmente chateado pelo trabalho desonroso, já que ele nunca tinha ganho nenhuma fama ou fortuna pelo trabalho com os Beatles mesmo tendo ajudado a elevar eles ao patamar atual de melhor banda do mundo).
Os Beatles escolheram 7 músicas em janeiro de 1969 e tais gravações culminaram com uma performance live, em uma espécie de mini-show, no dia 30 de janeiro, no telhado dos estúdios da Apple em Saville Row, para o filme do mesmo nome, até a polícia impedir o grupo de continuar, dado o tumulto provocado nas ruas. Foi a última apresentação pública dos Beatles, em 30 de janeiro de 1969. Três das canções tocadas ao vivo, no telhado da Apple Studios, permaneceram no álbum final, Let It Be; elas são: "Dig a Pony", "I've Got a Feeling", e "One After 909", e vários diálogos gravados também no telhado aparecem entre as faixas do álbum lançado. No total, centenas de músicas foram tocadas e gravadas, durante as sessões de estúdio das gravações para o projeto Get Back/Let It Be. Além das originais lançadas no Let It Be, incluíam as canções todas do álbum Abbey Road, e várias canções que acabaram sendo lançadas nos projetos solos após a separação dos Beatles. Canções como, "Jealous Guy" (Lennon); "All Things Must Pass" (Harrison); "Teddy Boy" (McCartney), além de diversas outros covers interpretadas por eles, no estilo de blues de doze compassos.
O álbum estava planeado para ser lançado em julho de 1969, mas adiaram-o para setembro, visto que queriam que este fosse lançado juntamente com o programa especial para a televisão - o filme sobre os bastidores da gravação do álbum.
Em setembro de 1969, adiaram o lançamento de Get Back, novamente; desta vez para dezembro, já que estavam com um novo projeto pronto para lançamento, às mãos, o Abbey Road", o último disco "oficial".
Em dezembro os Beatles pediram a Glyn Johns para produzir um álbum das gravações feitas para combinar com o filme - ainda não lançado até então -, Get Back. E, de 15 de dezembro de 1969 até 8 de Janeiro de 1970, novas misturas foram preparadas. A mistura do álbum incluía, ainda, Across The Universe - um remix da versão original gravada no estúdio, em 1968 - , e I Me Mine, gravação toda original, mas com o mesmo arranjo da versão para o filme, e somente com Paul, George e Ringo tocando, uma vez que John já havia deixado a banda. Mas os Beatles não gostaram do trabalho apresentado por Glyn Johns.

Let It Be
A última sessão de gravação foi em 4 de janeiro de 1970, quando Paul, George e Ringo encontraram-se para terminar "I Me Mine", de Harrison, que entraria em Get Back. Dois meses depois, as fitas de Get Back foram entregues para o produtor norteamericano, Phil Spector, "retrabalhar". George Martin já estava cansado das lutas e discussões dos Beatles e também achou que seria antiprofissional trabalhar naquelas fitas de má qualidade. Como Spector tinha produzido o recém-lançado single de Lennon, "Instant Karma", John decidiu pedir (sem autorização de McCartney), para Phil "dar uma olhada e ver o que podia ser feito".
Spector pegou uma "jam session", "Dig It", e outras conversas entre as gravações, alongou "I Me Mine", desacelerou e acrescentou cordas a "Across The Universe" e colocou cordas e coral em "The Long And Winding Road". "Get Back" também foi editada, com a parte em que Paul fala, como um bluesman, cortada. Além de produzir a mistura toda do álbum final.
Seis faixas do álbum são gravações ao vivo (v.g. sem remix ou overdub posterior). Além das três canções gravadas ao vivo no telhado do prédio da Apple Corps., incluiam-se, "Two of Us", "Dig It" e "Maggie Mae", gravadas ao vivo nos estúdios da Apple, no porão do prédio da Apple. Enquanto as outras canções, "For You Blue", "I Me Mine", "Let It Be", "The Long and Winding Road" e "Get Back" foram gravadas nos studios da Apple, mas apresentam edições posteriores produzidas por Spector, tanto na mesa de som, e edições de splicings (i.e. cortes diretamente feitos na fita), como nas dobragens (v.g. overdubs) de vozes e instrumentos por músicos de estúdio. A 12º canção, "Across the Universe", era uma versão da gravação de ensaio original, feita em 1968, e misturada em velocidade mais lenta para álbum.
Spector remisturou tudo e transformou Get Back em Let It Be. O álbum foi lançado em 8 de maio de 1970, paralelamente no mercado com o filme deste mesmo nome. Na Inglaterra, o álbum fora lançado pela Apple Records (e distribuído pela EMI), originalmente no formato de um LP de capa dupla de edição limitada num box-set, acompanhado por um livro muito elegante, cheio de fotos da gravação e meses após sendo relançado com uma capa de LP simples. Nos Estados Unidos, o LP foi lançado com a capa simples (não dupla, e sem o "box-set" com o livro de fotos) também pela Apple Records, mas como a United Artist estava distribuindo o filme com o mesmo nome, eles tinham o direito de distribuir o LP também. A Capitol Records (uma subsidiária da EMI) tinha direito de lançar compactos dos Beatles, nos EUA, e outras compilações, mas não obteve direito para lançar o Let It Be. Mas, em 1979, a Capitol/EMI comprou a United Artist, tendo então obtido os direitos para lançar o mesmo e o "A Hard Day's Night", o outro álbum de banda sonora de filme dos Beatles que a United distribuia.
Embora Paul tenha ficado insatisfeito com o produto final, em particular com "The Long And Winding Road"(ele detestou o coral e o arranjo de orquestra que Spector colocou), John declarou, dez anos depois, durante uma entrevista para a revista Playboy, elogiando Spector, que demos a ele gravações bem más, com uns sentimentos muito feios nelas, e ele foi capaz de fazer algo bom daquilo."
Eventualmente, os Beatles receberam o "Academy Award" (Óscar) de "melhor banda sonora original com o Let It Be (filme), em 1970.
Diversas gravações feitas nas sessões de Get Back nunca foram lançadas oficialmente mas fizeram parte de vários álbuns piratas.

Faixas
A maioria das canções tem a participação do teclista Billy Preston, que os Beatles conheceram em Hamburgo.Todas as faixas foram creditadas à dupla Lennon/McCartney, excepto onde estiverem indicados outros autores.

Lado A
1.  "Two of Us"
2.  "Dig a Pony"
3.  "Across the Universe
4.  "I Me Mine" (Harrison)
5.  "Dig It" (Lennon/McCartney/Harrison/Starkey)
6.  "Let It Be"
7.  "Maggie Mae" (tradicional - arranjo Lennon/McCartney/Harrison/Starkey)

Lado B
1.  "I've Got a Feeling"
2.  "One After 909"
3.  "The Long and Winding Road"
4.  "For You Blue" (Harrison)
5.  "Get Back"



1 comentário:

trufas disse...

excelente trabalho, parabéns...