terça-feira, novembro 30, 2010

Here comes December!



December Will Be Magic Again

December will be magic again.
Take a husky to the ice
While Bing Crosby sings White Christmas.
He makes you feel nice.
December will be magic again.
Old Saint Nicholas up the chimney,
Just a-popping up in my memory.

Ooh, dropping down in my parachute,
The white city, she is so beautiful
Upon the black-soot icicled roofs,
Ooh, and see how I fall.
See how I fall

("Fall!")

Like the snow.

Come to cover the lovers.

(Cover the lovers,
But don't you wake them up.)

Come to sparkle the dark up.

(Sparkle the dark up,
With just a touch of make-up.)

Come to cover the muck up.

(Cover the muck up,
Ooh, with a little luck.)

December will be magic again.
Light the candle-lights
To conjure Mr. Wilde
Into the Silent Night.
Ooh, it's quiet inside,
Here in Oscar's mind.

December will be magic again.
Don't miss the brightest star.
Kiss under mistletoe.
I want to hear you laugh.
Don't let the mystery go now.

Ooh, dropping down in my parachute,
The white city, she is so beautiful
Upon the black-soot icicled roofs,
Ooh, and see how I fall.
See how I fall

("Fall!")

Like the snow.

Come to cover the lovers.

(Cover the lovers,
But don't you wake them up.)

Come to sparkle the dark up.

(Sparkle the dark up,
With just a touch of make-up.)

Come to cover the muck up

(Cover the muck up,
Ooh, with a little luck.)

Oh, I'm coming to cover the lovers.
Ooh, and I'm coming to sparkle the dark up.
Ooh, and I'm coming to cover the muck up.

Jornadas Pedagógicas Ambientais em Idanha-a-Nova


 

XVIII Jornadas Pedagógicas de Educação Ambiental

28 a 30 de Janeiro de 2011

Idanha-a-Nova


Paisagens educativas (LearnScapes) definem-se como “locais onde um programa de aprendizagem foi desenhado para permitir aos usuários interagir com o meio ambiente”. A sua finalidade é promover e ampliar a consciência ambiental, através da apresentação da biodiversidade (e da geodiversidade) como base para a conservação ambiental e o desenvolvimento ecologicamente sustentável. Isto consegue-se através do desenvolvimento de currículos que envolvem os alunos de forma interactiva com o ambiente circundante. Idealmente, LearnScapes incorporam os resultados educacionais, ambientais e sociais, que reflectem as características da comunidade e da escola.

As Jornadas são espaços de participação e de (in)formação em Educação Ambiental e visam proporcionar aos participantes oportunidade de partilhar experiências, boas práticas e reflexões sobre as questões ambientais e de sustentabilidade, bem como estabelecer redes de cooperação inter e intra-instituições. A proposta das XVIII Jornadas de Educação Ambiental é “voltar às origens”, dar protagonismo à natureza e aos princípios e valores que devem reger as relações entre os seres humanos e a restante comunidade de vida, nos diversos espaços naturais e vivenciais. As Jornadas constituir-se-ão como um espaço e uma oportunidade para conhecer, explorar, partilhar, (con)viver, fruir a natureza, nas suas múltiplas facetas, perspectivadas nas suas potencialidades pedagógicas para a educação ambiental para a sustentabilidade.


Ficheiros de Apoio:
ASPEA - Associação Portuguesa de Educação Ambiental



NOTA: programa muito interessante, preço acessível e creditado como Acção de Formação…!

Sócrates, obsessões, bancarrota, manias e o acabar dos reflexos condicionados dos jornalistas

(imagem daqui)
Obsessões



Fernando Pessoa com sabor tropical



Segue o Teu Destino

Segue o teu destino,
Rega as tuas plantas,
Ama as tuas rosas.
O resto é a sombra
De árvores alheias.

A realidade
Sempre é mais ou menos
Do que nos queremos.
Só nós somos sempre
Iguais a nós-próprios.

Suave é viver só.
Grande e nobre é sempre
Viver simplesmente.
Deixa a dor nas aras
Como ex-voto aos deuses.

Vê de longe a vida.
Nunca a interrogues.
Ela nada pode
Dizer-te. A resposta
Está além dos deuses.

Mas serenamente
Imita o Olimpo
No teu coração.
Os deuses são deuses
Porque não se pensam.

in Odes - Ricardo Reis

Fernando Pessoa esquecido no aniversário da sua morte


“Filme do desassossego” marca 75 anos sobre a morte de Fernando Pessoa

Faz, esta terça-feira, 75 anos sobre a morte do escritor português Fernando Pessoa. Aniversário que será assinalado com a exibição do “Filme do Desassossego”, de João Botelho, no Teatro Nacional São Carlos, em Lisboa.

Fernando Pessoa viveu dos sete aos 17 anos em Durban, na África do Sul, onde estudou e aperfeiçoou o seu inglês. Retornado a Portugal, foi tradutor, correspondente comercial, empresário, editor, crítico literário, jornalista e publicitário.

Conhecido pelos seus inúmeros heterónimos, Pessoa morreu em 1935, com 47 anos. Era, também, um amante da astrologia. “Mensagem” e “Livro do desassossego”, do heterónimo Bernardo Soares, são as suas obras mais sonantes.

in A Bola - ler notícia
NOTA: o maior poeta português do século XX (e, para mim, o maior de sempre, em conjunto com Camões) tem apenas direito a uma notícia (e depois digam mal dos jornais diários desportivos...) nos jornais de hoje. Apagada e vil tristeza.

Pessoa em música no dia da sua morte

O mais depressa possível



(imagem daqui)
O art.º 17. º da nossa infâmia

Diz-se que a questão se originou na incomodidade dos quadros do Banco de Portugal (BdP) em se sujeitarem aos cortes salariais previstos na austeridade orçamental. O BdP hospeda e agasalha o melhor das subidas cabeças económicas e políticas da corte que manda no país - sempre tal ouvi afiançar (mas nunca acreditei): Silva Lopes, Tavares Moreira, Miguel Beleza, Vítor Constâncio, Cavaco Silva, Oliveira e Costa, Manuela Ferreira Leite, Octávio Teixeira, Ernâni Lopes e tantos outros. Em suma, que ninguém se equivoque: quando o BdP franze o sobrolho, o regime que temos estremece. As pressões levaram Jaime Gama a pedir um parecer ao BCE. Este, usou do habitual "amiguismo de classe" e sentenciou que a independência do BdP estaria ameaçada caso o Estado português prosseguisse com os cortes salariais nessas tão autónomas e soberanas figuras que jazem no BdP - logo, temos de concluir, para que a emancipação do BdP seja assegurada, o Estado está forçado a recompensar os seus milhares de funcionários e outros tantos aposentados com remunerações muito acima dos restantes servidores públicos e que nunca poderão, sequer, oscilar com os abalroamentos mais terríveis da crise!

Prontamente se percebeu que outras entidades públicas ansiavam por plagiar o exemplo do BdP à custa de qualquer pretexto. Os demais albergues do regime, como a Caixa Geral de Depósitos, acompanhada por uma série de entidades públicas ditas empresariais (como a TAP, CTT, CP e por aí fora), iniciaram nos corredores do poder uma ofensiva que tentava comprovar a mirífica possibilidade de os seus quadros superiores desertarem em massa para outras instituições, pelos vistos sedentas da competência e do mérito que por ali abundam, como é por todos consabido...

A falta de pudor que assinala os principais responsáveis por esta III República prevaleceu - na passada terça-feira, de forma dissimulada, prestes a encerrar-se o debate na especialidade do OE, em véspera da greve geral e tentando apanhar distraídos os poucos que ainda não prescindiram da capacidade de pensar e de se indignarem com o que resta deste pobre país, o PS, tácita e desgraçadamente apoiado pelo PSD, aprovou uma nova redacção do art.º 17.º do OE, segundo a qual as administrações das empresas públicas poderão ser autorizadas a realizarem "adaptações autorizadas e justificadas pela sua natureza empresarial".

Num ápice, abriu-se o postigo da vergonha! Com estas oito simples palavras está concretizada a tarefa de descobrir uma fresta para, logo de seguida, escancarar o portão das excepções aos cortes salariais, simbolizando na perfeição a notória carência de um mínimo ético por parte de quem tanto nos tem desgovernado.

Os esforços de justificação desta ignomínia ainda são mais reveladores da imensa desconsideração que os responsáveis partidários detêm pela lucidez dos portugueses - tentaram impingir-nos a ínvia fábula que assegurava que caso persistissem os cortes salariais na Caixa aquela rapaziada que para lá foi enviada (ou para outros lugares análogos) como gratificação adquirida por percursos e fretes politiqueiros, debandaria, amuada, para o J.P. Morgan Chase ou para o HSBC, que, claro, os receberiam de braços e bolsas abertas! Quiseram fazer-nos acreditar que os nossos gestores públicos, na sua maioria, autênticos especialistas em afundar as empresas por onde passam, poderão ser aproveitados por alguma entidade privada em que o mérito prevaleça e que não necessite de "Varices", ou seja dos conúbios insalubres entre decisores públicos e privados.

Fiel à sua história recente, o PS abdicou dos princípios e cedeu aos interesses mais torpes. O PSD apadrinhou esse declive ético, mostrando que ainda vê o país a partir da confundida visão da corte.

Numa hora em que importava manifestar, cá dentro e lá fora, que a austeridade é para levar a sério, exibimos os nossos piores vícios: o favoritismo, a discriminação em razão de posições de influência, a ideia de que há servidores públicos com e sem "pedigree".

Cada vez mais, os políticos deste país dão-me náuseas - que venha o FMI e depressa!

ADENDA: por falar em gente maluca, faz 55 anos hoje um, que uma amiga adora:


Billy Idol nome artístico de William Albert Michael Broad em (Middlesex - 30 de Novembro de 1955). Teve a idéia de se auto baptizar Billy Idol a partir de uma atitude que sua ex-professora teve nos tempos do colégio. Ela o proclamou oficialmente o idle (vagabundo, preguiçoso) da classe. Não deu outra: ele fez um trocadilho de " idle " com " idol".

(...)

Iniciou sua carreira musical como integrante do Bromley Contingent, um grupo de seguidores do Sex Pistols, que incluía membros do The Clash e Siouxsie and the Banshees. Billy uniu-se a Tony James (que depois foi para o Sigue Sigue Sputnik e Sisters of Mercy), ambos faziam parte da primeira formação da lendária e famosa banda punk Chelsea, logo depois deixaram o Chelsea e formaram a banda Generation X, cujo nome veio de um livro sobre a Cultura Rock da Juventude dos Anos 60. O Generation X que além do próprio Idol na guitarra e vocal, trazia Tony James no baixo e John Towe na bateria, estourou em Londres em 1979.
Após três discos lançados, o grupo acaba em 1980 e já no ano seguinte, Billy Idol resolve investir em uma carreira solo. Mudou-se em definitivo para os Estados Unidos e ao lado do respeitadíssimo guitarrista Steve Stevens, lançou grandes hits como "Dancing With Myself", "Mony Mony", "White Wedding", "Rebel Yell", "Eyes Without a Face", "Flesh For Fantasy", "Sweet Sixteen", "Don't Need a Gun" e "Cradle Of Love".
Em 19 de janeiro de 1991, Billy Idol fez a sua primeira apresentação no Brasil, na segunda edição do Rock In Rio. No dia seguinte, ele fez outra apresentação no Festival, que foi decidida em cima da hora pela produção, para substituir Robert Plant (ex-Led Zeppelin), que tinha cancelado, na véspera, a sua apresentação. A justificativa: a Guerra do Golfo. Mas, Idol não deixou a desejar e protagonizou, novamente, uma das melhores apresentações daquele festival.
O cantor permaneceu um longo tempo em silêncio na década de 90, onde lançou apenas o álbum "Cyberpunk". Em 2002, ele gravou o acústico “Storytellers” para o canal de TV norte-americano VH-1 e em 2005 volta as paradas com o álbum Devil's Playground.
Em 2008 lançou o CD e DVD "The Very Best Of Billy Idol: Idolize Yourself". Uma colectânea dos principais sucessos e duas faixas novas, John Wayne e New Future Weapon.

Nada de especial...



NOTA: não sei porque isto é notícia - eu conheço um político que fez o mesmo com 10 milhões de pessoas (e em muitos casos foi não consensual - e nem sequer usou lubrificante...) num país que se diz civilizado.

Porque hoje é Dia da Escócia

Alba Gu Brath!

 

Pessoa morreu há 75 anos

Fernando António Nogueira Pessoa (Lisboa, 13 de Junho de 1888 — Lisboa, 30 de Novembro de 1935), mais conhecido como Fernando Pessoa, foi um poeta e escritor português.

É considerado um dos maiores poetas da Língua Portuguesa, e o seu valor é comparado ao de Camões. O crítico literário Harold Bloom considerou a sua obra um "legado da língua portuguesa ao mundo".

Por ter crescido na África do Sul, para onde se mudou aos sete anos em virtude do casamento de sua mãe, Pessoa foi alfabetizado em Inglês. Das quatro obras que publicou em vida, três são na língua inglesa. Fernando Pessoa dedicou-se também a traduções desse idioma.

Durante sua discreta vida, actuou no Jornalismo, na Publicidade, no Comércio e, principalmente, na Literatura. Como poeta, desdobrou-se em diversas personas conhecidas como heterónimos, em torno das quais se movimenta grande parte dos estudos sobre sua vida e sua obra. Centro irradiador da heteronímia, auto-denominou-se um "drama em gente".

Fernando Pessoa morreu de cirrose hepática aos 47 anos, na cidade onde nasceu. Sua última frase foi escrita em Inglês: "I know not what tomorrow will bring… " ("Não sei o que o amanhã trará").

in Wikipédia


segunda-feira, novembro 29, 2010

Adeus Leslie Nielsen

Morreu o actor canadiano Leslie Nielsen

Leslie Nielsen tinha 84 anos

O actor canadiano Leslie Nielsen morreu ontem num hospital da Florida, nos Estados Unidos, aos 84 anos, anunciou o seu sobrinho Doug Nielsen.

O estado de saúde de Leslie Nielsen, hospitalizado há 12 dias por problemas pulmonares, começou a agravar-se nas últimas 48 horas, indicou Doug Nielsen à rádio CKNW.

No domingo à tarde, "com os seus amigos e a sua mulher, Barbaree, ao seu lado, ele adormeceu e morreu", disse ainda Doug Nielsen.

Leslie Nielsen ficou conhecido pela participação em várias séries de televisão norte-americanas de sucesso como "Peyton Place", "Dr. Kildare", "Le Fugitif", "Kojak" ou "M.A.S.H.".

Posteriormente tornou-se uma celebridade mundial graças à participação em filmes de culto na área da comédia como "Aeroplano" (1980), "Onde Pára a Polícia" (1988), "Onde Pára a Polícia 2 1/2: O Cheiro do Medo" (1991) ou "Onde Pára a Polícia 33 1/3" (1994).

A ética republicana e socialista - versão pressão alta sobre jornalistas açorianos

(imagem daqui)



O país dos recordes

(imagem daqui)

À beira do abismo - cantando e rindo

Bruxelas
Comissão Europeia arrasa previsões do Governo no OE de 2011

O governo comprometeu-se com um resultado inferior a 3 por cento do PIB

A Comissão Europeia arrasou os pressupostos que estão na base do Orçamento do Estado para 2011 ao apontar para um crescimento negativo da economia de 1 por cento e um défice orçamental de 4,9 por cento do PIB, três décimas superior ao compromisso assumido pelo governo.

Segundo as previsões económicas semestrais do Outono divulgadas em Bruxelas, Portugal será, em conjunto com a Grécia, o único país entre os Vinte e Sete da União Europeia (UE) com uma recessão em 2011. Na Grécia, a queda do PIB atingirá 3 por cento.

Por seu lado, o défice orçamental vai ser superior aos 4,6 por cento do PIB com que o governo se comprometeu com os parceiros europeus para sossegar os mercados financeiros e escapar a um resgate da zona euro e do FMI. O que significa que as medidas de austeridade previstas no OE para 2011 não são suficientes para atingir a meta prevista, e terão assim de ser endurecidas. Em 2012, será preciso um novo aperto da austeridade, já que o défice previsto – num cenário de manutenção de políticas – será de 5,1 por cento do PIB. O governo comprometeu-se com um resultado inferior a 3 por cento do PIB.

A dívida pública continuará a subir no próximo ano para 88,8 por cento do PIB – contra 82,8 por cento este ano e 76,1 por cento em 2009. Se as actuais políticas se mantiverem, o endividamento do Estado voltará a saltar para 92,4 por cento em 2012.

O desemprego também vai continuar a subir para 11,1 por cento da população activa em 2011, contra 10,5 por cento este ano e 9,6 por cento no ano passado.

Bruxelas confirma em contrapartida as previsões do governo para este ano tanto em termos de crescimento económico – 1,3 por cento – como de défice orçamental – 7,3 por cento do PIB.

A melhoria do crescimento do PIB foi comum a todos países europeus, confirmando-se um resultado particularmente robusto da Alemanha – 3,7 por cento depois de uma recessão de 4,7 por cento no ano passado.

Irlanda, Grécia e Espanha são os únicos três países que estão este ano em recessão. No ano passado, em contrapartida, só a Polónia, entre os Vinte e Sete, é que conseguiu ter um crescimento positivo (1,7 por cento).

O Fio da Navalha


O Fio da Navalha - Taxi

Tu és completa e perfeita
Ela não é sequer bem feita
Tu pões-me à noite a sonhar
Ela tem a núpcia no olhar
Tu és do tipo cerebral
Ela é apenas emocional

Entre ficar e partir
Nem sempre é fácil decidir
O fio da navalha
O fio da navalha

Tu és submissa nas tuas atitudes
Ela diz sempre palavras rudes

Entre ficar e partir
Nem sempre é fácil decidir
O fio da navalha
O fio da navalha

Novilíngua socrática actualizada

(imagem daqui)
O João Miranda já fez uma pequena recolha  para assuntos de verdade e mentira. Há o “falso”, o “completamente falso”, o “desmentido”, o “desmentido categórico”, a “mentira”, a “inverdade”, o “conhecimento informal” e o “conhecimento oficial”. No Cachimbo de Magritte alertam para o uso de potenciar e dinamizar como verbos substitutos de mudar e alterar, nos casos em que as mudanças são negadas.  A mim fascina-me o recurso à expressão correcções de injustiça como sinónima de vamos cobrar mais impostos ou diminuir determinado apoio social. Sem esquecer o combate à desigualdade como santo e senha para dar conta da aprovação de legislação feita geralmente à pressa e de consequências não pensadas.  Vamos acabar completamente tolinhos.

in Blasfémias - post de Helena F. Matos

O buraco visto de Bruxelas

(imagem daqui)

Não há almoços grátis...

(imagem daqui)
Parque Escolar vai cobrar 50 milhões em rendas em 2011


Em 2015, total das rendas rondará os 153 milhões de euros, 75% dos encargos anuais do TGV

As escolas secundárias intervencionadas pela Parque Escolar vão pagar em 2011 à empresa pública uma média anual de cerca de 500 mil euros de renda. Somadas as 105 escolas que já passaram para a sua dependência, a Parque Escolar encaixa quase 50 milhões de rendas, valor que triplicará daqui a cinco anos - aproximadamente 75% do que o Governo prevê gastar anualmente com o TGV - para quando está prevista a conclusão da intervenção em 330 secundárias.

Mas, já a partir de Janeiro, as 105 escolas que já foram remodeladas passam a pagar uma renda mensal de 1,6 euros por m2, que no final do ano ascenderá a uma média de 461 476 euros, acrescidos de IVA, por estabelecimento. Valores que serão transferidos para as escolas pelo Estado. Em Outubro, o Conselho de Ministros aprovou uma resolução reservando já um total de 59,913 milhões de euros (mais IVA) para este fim, dos quais 11,458 milhões ainda para 2010, presumivelmente para pagamento de rendas retroactivas das escolas já sob a alçada da Parque Escolar. De acordo com os estatutos da empresa, esta passa a deter as escolas que intervenciona.

Os 48,5 milhões de euros para 2011 referem-se, segundo disse ao DN a empresa, a "uma estimativa máxima que depende da conclusão das obras e entrada em fase de operação das escolas e naturalmente das áreas das mesmas". Em causa estão 105 escolas, o que permite chegar ao tal número de mais de 461 mil euros por unidade. Também tendo em conta este valor indicativo, é possível prever que após 2015 - ano em está prevista a conclusão da intervenção em 330 secundárias - o total de encargos anuais com estas rendas rondará os 153 milhões de euros.

No caso da Parque Escolar, os contratos a celebrar com as escolas terão uma duração de 10 anos. As rendas servirão, explica a empresa, para duas componentes. A primeira, será cobrir "os custos operacionais respeitantes à manutenção preventiva e correctiva das escolas e demais equipamentos" e seguros que tem a obrigação de pagar. A outra, "o pagamento dos encargos com o serviço da dívida respeitante ao investimento não suportado pelo Estado ou Fundos Comunitários". Ou seja: as dívidas à banca. Em Maio deste ano, a empresa totalizava já 1,15 mil milhões de euros de empréstimos contraídos.

As rendas e os apoios directos do Estado não serão a única fonte de rendimento da empresa, já que esta passará a gerir e a arrecadar 50% dos alugueres de espaços escolares, como pavilhões.

Por outro lado, existe outra factura pública associada às intervenções, esta resultante da beneficiação das escolas com novos espaços: o aumento das despesas de manutenção.

in DN - ler notícia

domingo, novembro 28, 2010

A segurança rodoviária, as multas e o ministro da propaganda e da Administração Interna

De Manuel João Ramos



No Semanário SOL de 26/11/2010

CAOS NAS MULTAS DE TRÂNSITO

Auditoria da IGAI alerta para a “grave situação” da Autoridade de Segurança Rodoviária
Sónia Graça


UMA AUDITORIA bastou para pôr a nu o que o Governo nunca admitiu: a Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária (ANSR), sucessora da Direcção-Geral de Viação, encontra-se numa “grave situação: os serviços demonstraram um “elevado nível de incapacidade para dar seguimento, em tempo útil, às diversas fases de tramitação dos autos”. Só no ano passado, prescreveram 600 mil processos; em média, por ano, a Polícia abre um milhão.


Em causa, segundo uma auditoria financeira da Inspecção-Geral da Administração Interna (IGAI), estão várias lacunas. Desde logo, a manifesta falta de pessoas: para 164 lugares previstos no quadro, apenas 72 estavam preenchidos no início do ano.


A auditoria - a que o SOL teve agora acesso - foi entregue em Abril ao ministro Rui Pereira. Desconhece-se se foram entretanto adoptadas as recomendações da IGAI.


Só... estruturas

As deficiências apontadas à ANSR, colmatadas pelo outsoursing, estão na origem de outras anomalias. Criada em Maio de 2007, a ANSR ainda não tem um conselho administrativo com serviços de tesouraria e contabilidade para gerir as contas bancárias e os movimentos financeiros.

Uma das 10 contas, por exemplo, é do BES e está reservada para verbas das contra-ordenações. No entanto, nem o BES nem o instituto de Gestão da Tesouraria e Crédito Público enviam à ANSR extractos detalhados sobre as centenas de milhares de movimentos de conta, cujo controlo é “quase inexistente”.


Razões pelas quais, denuncia a IGAI, “não estão garantidas, de forma alguma, as boas práticas da gestão dos dinheiros públicos”. Passados três anos, não existe um arquivo de documentação dos processos que dê resposta quer às necessidades da própria ANSR, quer às múltiplas solicitações de entidades externas. Há uma grande dificuldade de preparação dos processos para remessa a tribunal”, lê-se na auditoria.


Os inspectores confirmaram o pior quando solicitaram a responsáveis deste organismo 39 processos (suporte físico) para verificar o seu controlo: 14 pura e simplesmente não foram localizados e os restantes estavam deficientemente organizados”, dada a falta de documentação (originais dos autos, gulas de pagamento, avisos de recepção de notificações, etc).


86% de prescrições...

Quase todos os processos analisados, aliás, tramitaram no SIGA (sistema informático de gestão de autos) sem que existisse o original do auto ou o comprovativo do seu pagamento. São, portanto, tomadas decisões como se o infractor ainda não tivesse pago a coima. À conta deste erro, acaba por ser condenado ao agravamento da multa, acrescida de custas e da aplicação da sanção acessória.

As fragilidades do sistema informático são muitas: como o SIGA não gera listagens de situações relativamente às quais devem ser feitos reembolsos. Nem existem mecanismos de controlo automático para o efeito, são muitas vezes os próprios condutores que reclamam a devolução das quantias, uma vez absolvidos ou prescrito o auto.

A prescrição é, de resto, o desfecho da maioria dos processos. No ano passado, assim terminaram 598.013 autos - dos quais 516.400 (86%) “morreram” numa “fase muito embrionária” antes de ter sido proferida qualquer decisão (297.048 ainda não tinham sido registados no sistema).


Recorde-se que em Março de 2008, quando a ANSR celebrou um protocolo com a Ordem dos Advogados, sob orientação do Ministério da Administração Interna (MAI), para agilizar o processamento dos autos, o ministro Rui Pereira prometia: “Daqui a um ano não haverá processos atrasados nem em risco de prescrição».


E menos 12 milhões de receita

Em termos práticos, a prescrição significa que deixam de ser aplicadas sanções acessórias de inibição de condução e ficam por registar, no Registo Individual do Condutor, as infracções graves e muito graves. Resultado: o condutor continua muitas vezes a beneficiar de penas suspensas e atenuação especial das sanções», diz a IGAl. Facto que, advertem os inspectores, “em nada contribui para a diminuição dos comportamentos de risco na estrada, antes potencia convicções de impunidade”.

Quando, além disso, as decisões implicam sanções pecuniárias (coimas e custas), a prescrição significa a não arrecadação da receita – que registou, aliás, uma quebra de 13% entre 2008 e 2009, equivalente a cerca de 12milhões de euros.

Mas há erros - descobriu a IGAL -, que começam nas entidades fiscalizadoras. Em 2009, a ANSR devolveu nove caixotes com originais e duplicados de autos à Direcção-Nacional da PSP e seis ao Comando Geral da GNR. Uns foram recebidos em situação irregular ou sem documentação essencial. Outros diziam respeito a infracções cometidas há mais de dois anos (neste caso, a IGAI recomenda que se apurem os motivos que levaram à prescrição dos autos na posse das polícias).

Enviada ao presidente do Sistema de Controlo Interno da Administração Financeira do Estado e ao controlador financeiro do MAI, o relatório da IGAL deixa um recado ao Governo: “Esta realidade deverá motivar uma cuidada reflexão, sob pena de estarmos perante a completa descredibilização das entidades intervenientes em todo o processo relacionado com as infracções estradais”.

Semana da Ciência e da Tecnologia - Tertúlia on-line (IV)


Pedra Filosofal

Eles não sabem que o sonho
é uma constante da vida
tão concreta e definida
como outra coisa qualquer,
como esta pedra cinzenta
em que me sento e descanso,
como este ribeiro manso
em serenos sobressaltos,
como estes pinheiros altos
que em verde e oiro se agitam,
como estas aves que gritam
em bebedeiras de azul.

eles não sabem que o sonho
é vinho, é espuma, é fermento,
bichinho álacre e sedento,
de focinho pontiagudo,
que fossa através de tudo
num perpétuo movimento.

Eles não sabem que o sonho
é tela, é cor, é pincel,
base, fuste, capitel,
arco em ogiva, vitral,
pináculo de catedral,
contraponto, sinfonia,
máscara grega, magia,
que é retorta de alquimista,
mapa do mundo distante,
rosa-dos-ventos, Infante,
caravela quinhentista,
que é cabo da Boa Esperança,
ouro, canela, marfim,
florete de espadachim,
bastidor, passo de dança,
Colombina e Arlequim,
passarola voadora,
pára-raios, locomotiva,
barco de proa festiva,
alto-forno, geradora,
cisão do átomo, radar,
ultra-som, televisão,
desembarque em foguetão
na superfície lunar.

Eles não sabem, nem sonham,
que o sonho comanda a vida,
que sempre que um homem sonha
o mundo pula e avança
como bola colorida
entre as mãos de uma criança.


in Movimento Perpétuo, 1956 - António Gedeão

Notícia no Público sobre Banco Alimentar

(imagem daqui)
 
"O Banco Alimentar Contra a Fome é gerido como uma empresa", diz Isabel Jonet, um "relógio suíço"


O Banco Alimentar é dos mais eficazes da Europa. O seu papel pode ser cada vez mais importante, à medida que a crise se agrava. Mas tem um limite.

NOTA: é favor ler o texto do Público para perceber a enormidade da tarefa do Banco Alimentar e a qualidade do trabalho dos voluntários. Nesta altura em que a fome vai apertar (na minha Escola já o notamos...) todos somos poucos para ajudar - bora lá ajudar o Banco Alimentar...!

Humor - a crise vista pelo Bandeira


Bandeira de Papel

Cravo & Ferradura, DN, Outubro/Novembro 2010

Mas uma demissão incómoda para o PM

O Grito - Edvard Munch

sábado, novembro 27, 2010

Semana da Ciência e da Tecnologia - Tertúlia on-line (III)

Reeditamos o vídeo feito por nós para a Semana da Ciência e Tecnologia de 2007, com a poesia de António Gedeão cantada por Adriano Correia de Oliveira, com música de José Niza:

Lágrima de Preta

Encontrei uma preta
que estava a chorar,
pedi-lhe uma lágrima
para a analisar.

Recolhi a lágrima
com todo o cuidado
num tubo de ensaio
bem esterilizado.

Olhei-a de um lado,
do outro e de frente:
tinha um ar de gota
muito transparente.

Mandei vir os ácidos,
as bases e os sais,
as drogas usadas
em casos que tais.

Ensaiei a frio,
experimentei ao lume,
de todas as vezes
deu-me o que é costume:

Nem sinais de negro,
nem vestígios de ódio.
Água (quase tudo)
e cloreto de sódio.

Semana da Ciência e da Tecnologia - Tertúlia on-line (II)


Adriano Correia de Oliveira - Fala do Homem Nascido 

Poema: António Gedeão
Música: José Niza



Venho da terra assombrada,
Do ventre de minha mãe;
Não pretendo roubar nada
Nem fazer mal a ninguém.

Só quero o que me é devido
Por me trazerem aqui,
Que eu nem sequer fui ouvido
No acto de que nasci.

Trago boca para comer
E olhos para desejar.
Tenho pressa de viver,
Que a vida é água a correr.
Venho do fundo do tempo;
Não tenho tempo a perder.

Minha barca aparelhada
Solta o pano rumo ao norte;
Meu desejo é passaporte
Para a fronteira fechada.
Não há ventos que não prestem
Nem marés que não convenham,
Nem forças que me molestem,
Correntes que me detenham.

Quero eu e a Natureza,
Que a Natureza sou eu,
E as forças da Natureza
Nunca ninguém as venceu.

Com licença! Com licença!
Que a barca se fez ao mar.
Não há poder que me vença.
Mesmo morto hei-de passar.
Com licença! Com licença!
Com rumo à estrela polar.

(in "Cantaremos", Orfeu, 1970, reed. Movieplay, 1999)

Enterrar os mortos e cuidar dos vivos

(imagem daqui)

BANCO ALIMENTAR:

Em bom rigor, hoje não faltava nada lá em casa.
Mesmo assim, achei que era minha obrigação descer a um supermercado e fazer compras para o Banco Alimentar. Sugiro que façam o mesmo. Com o que puderem. Com sorte até com desconto em cartão ou produtos em promoção. O que for. Todos não seremos demais para acudir às vítimas da bancarrota Sócrates.

in Mar Salgado
- post de Vasco Lobo Xavier

NOTA: eu fiz o mesmo - ajudei no pouco que posso. E tu aí?

Sismo ao largo do Algarve

Recebido via e-mail do IM:

Aviso de Sismo no Continente 27-11-2010 07:14

O Instituto de Meteorologia informa que no dia 27-11-2010 pelas 07:14 (hora local) foi registado nas estações da Rede Sísmica do Continente, um sismo de magnitude 3.3 (Richter) e cujo epicentro se localizou a cerca de 35 km a Oeste-Noroeste de Aljezur. 

Até à elaboração deste comunicado não foi recebida nenhuma informação confirmando que este sismo tenha sido sentido. 

Se a situação o justificar serão emitidos novos comunicados. Sugere-se o acompanhamento da evolução da situação através da página do IM na Internet (www.meteo.pt) e a obtenção de eventuais recomendações junto da Autoridade Nacional de Protecção Civil (www.prociv.pt).

A crise e as fardas baratinhas do Hospital de São João

(imagem daqui)



NOTA: quando eu for grande quero ser estilista, moço de recados do governo ou amigo da direcção. Bendito dinheiro que nos roubam a partir de Janeiro, que vai ser admiravelmente gasto em trapinhos para enfermeiras...

A crise e a adaptação dos boys


A crise como pretexto para calar vozes incómodas


Maqueta da Lisboa ante sismo de 1755 disponível para visita

Projecto levou cinco anos a ser concretizado
Lisboa de 1755 num ecrã táctil

Directora do Museu da Cidade diz que projecto implicou grande processo de investigação

A reconstituição tridimensional da cidade de Lisboa antes do grande terramoto de 1755 foi esta quinta-feira apresentada pelo Museu da Cidade. Consiste numa “leitura pormenorizada” da maqueta feita em 1955 por Ticiano Violante.

O programa "é uma ideia bastante antiga e queremos oferecer ao público uma leitura mais pormenorizada da maqueta feita em 1955 e 1958 por Ticiano Violante, valorizando a peça e explorando toda a informação que ela tem para nos oferecer", disse ao CM a Directora do Museu da Cidade, Ana Cristina Leite.

O projecto, que começou em 2005, implicou um grande processo de investigação, onde a equipa do museu reuniu toda a documentação "cartográfica, iconográfica, documental e textos escritos sobre todas as teses da cidade nestes últimos anos", disse a directora.

Ana Leite acrescentou que a grande novidade "é o material e a informação inédita que tínhamos, vinda de intervenções arqueológicas feitas nos últimos dez anos pelo museu, que redescobriram parte da cidade pré-terramoto."

Para já, o projecto não se encontra acabado, uma vez que este não é "de maneira nenhuma um modelo fechado".

"É o que nos permite estes modelos virtuais. Se tivermos dados novos, é sempre possível rectificar ou acrescentar."


VINTE PONTOS PARA PESQUISAR

Os visitantes terão a possibilidade de pesquisar individualmente os cerca de 20 pontos virtuais da cidade lisboeta, através de ecrãs tácteis, onde, consoante o que quiserem ver, surgirá uma luz sob a maqueta para melhor localizar as pessoas.

"Fundamentalmente é fazer uma viagem no tempo, e saber como era a cidade antes de 1755, que hoje tem uma configuração completamente diferente do que tinha antes. Pretendemos captar novos públicos, melhorar a comunicação com os nosso públicos, e ao mesmo tempo é um projecto importante para o museu e para a cidade", disse a responsável.

O Centro de História de Arte da Universidade de Évora denunciou um abuso de contactos - com um investigador norte-americano que veio a Lisboa a seu convite - e o silenciamento da hipótese de parceria. Ana Leite diz desconhecer a controvérsia, sublinhando que "o Museu da Cidade fez isto como equipa interna".

"O senhor Bernard Frischer teve conhecimento do nosso projecto, viu-o e pronunciou-se sobre o modelo depois de um jornalista cultural da câmara o ter entrevistado. Penso que isso é uma questão democrática", respondeu.

Na inauguração estiveram presentes o presidente da Câmara de Lisboa, António Costa, e a vereadora da Cultura, Catarina Vaz Pinto.

in CM - ler notícia

Notícia astronómica no Correia da Manhã

Não há condições para se desenvolver vida, avisam cientistas
Há oxigénio em Reia, uma das luas de Saturno

Reia é uma lua gelada, sem água em estado líquido

Há oxigénio na atmosfera de Reia, uma das luas de Saturno, detectou a sonda Cassini da NASA, que está a estudar o sistema de Saturno. É a primeira vez que este gás, chave da vida na Terra, é detectado directamente na atmosfera de outro planeta.

A atmosfera - ou exosfera, como se chama por ser noutro planeta que não a Terra -, contém também dióxido de carbono. É muito ténue: à superfície o oxigénio é cinco biliões (milhões de milhões) de vezes menos denso do que no nosso planeta, diz um comunicado da NASA.

Mas desengane-se quem está já a sonhar com extraterrestres, pelo menos com plantas extraterrestres, que façam fotossíntese, respirando dióxido de carbono e libertando oxigénio. Estes gases devem ser libertados devido à acção de partículas de altas energias da magnetosfera de Saturno que bombardeiam a superfície gelada desta lua, onde há gelo de água, adianta o artigo publicado esta semana na revista “Science”, onde é descrita a descoberta.

Se há oxigénio, faltará outro componente essencial: água no estado líquido: “Todos os dados da Cassini indicam que Reia é demasiado fria e desprovida de água líquida, necessária para que exista vida tal como a conhecemos”, diz Ben Teolis, do Southwest Research Institute, o primeiro autor do trabalho, citado pela agência espacial norte-americana.

O que isto quer dizer é que podem ser relativamente comuns reacções químicas com oxigénio – um gás que não é assim tão banal – no nosso sistema solar, e se calhar no Universo. Mesmo que não haja vida – embora seja um sinal auspicioso para que se venha a desenvolver, num planeta ou lua que tenha condições para ter água em estado líquido, à superfície ou até mesmo no seu interior. “Esta química pode ser um pré-requisito para o surgimento da vida”, disse ainda Teolis, citado no comunicado da NASA.

in CM - ler notícia


ADENDA: um nosso leitor (Feitiço da Lua), em comentário a este post, refere uma incorrecção desta notícia, que numa rápida leitura deixámos passar sem comentário:

As plantas não respiram CO2 - Correcção à notícia!
As plantas respiram, à semelhança dos restantes seres vivos aeróbios (que usam oxigénio no processo de obtenção de energia - respiração aeróbia), oxigénio. O dióxido de carbono é incorporado pelas plantas e demais seres fotossintéticos num processo chamado fotossíntese, que ocorre, neste caso, num organito celular chamado cloroplasto. Na fotossíntese as plantas vão buscar água e elementos minerais ao solo, incorporam um fonte de carbono inorgânico (neste caso o dióxido de carbono) e utilizando a energia do SOL (no espectro do visível) sintetizam compostos orgânicos que vão servir para a sua nutrição, crescimento e ainda estão na base da alimentação das cadeias e redes alimentares. Num outro processo, a respiração aeróbia, as plantas consomem oxigénio para permitir um conjunto de reacções que ocorrem a nível celular, num organito chamado mitocôndria, onde os compostos orgânicos sintetizados na fotossíntese, são agora mobilizados para a produção de energia utilizável pela célula, sob a forma de ATP. Neste processo liberta-se como subproduto o dióxido de carbono, que poderá ser captado para o processo de fotossíntese.

Os nossos agradecimentos...

sexta-feira, novembro 26, 2010

Burros e mentirosos...


Costa Pina: “A pressão está agora centrada em Espanha”

Secretário de Estado do Tesouro e Finanças disse hoje que Portugal tem “conseguido resistir de forma notável à pressão dos mercados” e que a pressão “está agora centrada em Espanha”.

.

  • Taxa de juro das obrigações portuguesas a 10 anos: 7%
  • Taxa de juro das obrigações espanholas a 10 anos: 5.2%
in Blasfémias - post de João Miranda

Burros ou mentirosos...?!?

(imagem daqui)


Saberão o que andam a fazer?

Muito bem observado pelo blog Ecotretas. Em Setembro Sócrates dizia que as energias renováveis permitem a Portugal poupar 100 milhões de euros anuais em importações de petróleo. Em Outubro Sócrates já dizia que a poupança era de 700 milhões. Em Abril, Carlos Zorrinho tinha dito que a poupança era de 500 milhões. Ontem, o mesmo Carlos Zorrinho dizia que a poupança é de 800 milhões.

.Como é evidente, comparar, como faz Carlos Zorrinho, o sobrecusto das renováveis com o que eventualmente se poupará em importações não faz qualquer sentido. O sobrecusto é já a diferença entre o que se gasta em renováveis e o que se poupa em combustíveis. A redução de importações de combustíveis não constitui um ganho para a economia nacional se essa redução for conseguida à custa de energia mais cara para o consumidor. Por detrás desse aumento de custos está um aumento do endividamento e da importação de equipamentos para construir eólicas.


in Blasfémias - post de João Miranda

NOTA: neste Blog gostamos de energias renováveis e do seu uso, não gostamos é de demagogos que mentem sobre elas.

Humor no 31 da Armada - três exemplos

Palavra!


Lino e Campos - Beja_


Lino Beja.jpg

Aeroporto Internacional (lol) de Beja "derrapa" dos 34 milhões de euros para os 74 milhões.

"A pista continua a não ter a solidez necessária para ser utilizada por aviões comerciais."

Sim, os custos do aeroporto derraparam e a pista tem asfalto e betão a menos.

Havia um tempo em que os governantes nos justificavam as derrapagens orçamentais com as expressões "trabalhos extra", "reforço da obra", "consolidação", "investimento em segurança"...

Hoje, temos um aeroporto internacional que não tem a infraestrutura mais básica: a pista.

Houve derrapagem e falta betão. Por isso, sinto-me duplamente roubado.

Pronto. Disse. Agora podemos todos voltar a assobiar para o ar.

XVI Feira Internacional de Minerais de Coimbra



A XVI feira Internacional de minerais de Coimbra vai realizar-se nos próximos dias 26, 27 e 28 de Novembro, entre as 10.00 e as 20.00 horas, no Departamento de Ciências da Terra da Universidade de Coimbra. Vai contar com a presença de cerca de 15 expositores, tanto nacionais como estrangeiros.

Vale a pena visitar esta feira ímpar em Coimbra, em que se pode encontrar desde minerais para colecção como fósseis, artigos de bijutaria, pedras preciosas e semi-preciosas, material didáctico, entre outros.



Entrada Livre

in blog GeoMinerais

Semana da Ciência e da Tecnologia - Tertúlia on-line

Rómulo Vasco da Gama de Carvalho/António Gedeão
(Lisboa, 24.11.1906 - Lisboa, 17.02.1997)
(Caricatura in Blog Desenhos do Rui)

Filho de um funcionário dos correios e telégrafos e de uma dona de casa, Rómulo Vasco da Gama de Carvalho nasceu a 24 de Novembro de 1906 na lisboeta freguesia da Sé. Aí cresceu, juntamente com as irmãs, numa casa modesta da rua do Arco do Limoeiro (hoje rua Augusto Rosa), no seio de um ambiente familiar tranquilo, profundamente marcado pela figura materna, cuja influência foi decisiva para a sua vida.

Na verdade, a sua mãe, apesar de contar somente com a instrução primária, tinha como grande paixão a literatura, sentimento que transmitiu ao filho Rómulo, assim baptizado em honra do protagonista de um drama lido num folhetim de jornal. Responsável por uma certa atmosfera literária que se vivia em sua casa, é ela que, através dos livros comprados em fascículos, vendidos semanalmente pelas casas, ou, mais tarde, requisitados nas livrarias Portugália ou Morais, inicia o filho na arte das palavras. Desta forma Rómulo toma contacto com os mestres - Camões, Eça, Camilo e Cesário Verde, o preferido - e conhece As Mil e Uma Noites, obra que viria a considerar uma da suas bíblias. 
 
Criança precoce, aos 5 anos escreve os primeiros poemas e aos 10 decide completar "Os Lusíadas" de Camões. No entanto, a par desta inclinação flagrante para as letras, quando, ao entrar para o liceu Gil Vicente, toma pela primeira vez contacto com as ciências, desperta nele um novo interesse, que se vai intensificando com o passar dos anos e se torna predominante no seu último ano de liceu.

Este factor será decisivo para a escolha do caminho a tomar no ano seguinte, aquando da entrada na Universidade, pois, embora a literatura o tenha acompanhado durante toda a sua vida, não se mostrava a melhor escolha para quem, além de procurar estabilidade, era extremamente pragmático e se sentia atraído pelas ciências justamente pelo seu lado experimental. Desta forma, a escolha da área das ciências, apesar de não ter sido fácil, dá-se.

E assim, enquanto Rómulo de Carvalho estuda Ciências Físico-Químicas na Faculdade de Ciências da Universidade do Porto, as palavras ficam guardadas para quando, mais tarde, surgir alguém que dará pelo nome de António Gedeão.

Em 1932, um ano depois de se ter licenciado, forma-se em ciências pedagógicas na faculdade de letras da cidade invicta, prenunciando assim qual será a sua actividade principal daí para a frente e durante 40 anos - professor e pedagogo.

Começando por estagiar no Liceu Pedro Nunes e ensinar durante 14 anos no Liceu Camões, Rómulo de Carvalho é, depois, convidado a ir leccionar para o liceu D. João III, em Coimbra, permanecendo aí até, passados oito anos, regressar a Lisboa, convidado para professor metodólogo do grupo de Físico-Químicas do Liceu Pedro Nunes.

Exigente, comunicador por excelência, para Rómulo de Carvalho ensinar era uma paixão. Tal como afirmava sem hesitar, ser Professor tem de ser uma paixão - pode ser uma paixão fria mas tem de ser uma paixão. Uma dedicação. E assim, além da colaboração como co-director da "Gazeta de Física" a partir de 1946, concentra, durante muitos anos, os seus esforços no ensino, dedicando-se, inclusive, à elaboração de compêndios escolares, inovadores pelo grafismo e forma de abordar matérias tão complexas como a física e a química. Dedicação estendida, a partir de 1952, à difusão científica a um nível mais amplo através da colecção Ciência Para Gente Nova e muitos outros títulos, entre os quais Física para o Povo, cujas edições acompanham os leigos interessados pela ciência até meados da década de 1970. A divulgação científica surge como puro prazer - agrada-lhe comunicar, por escrito e com um carácter mais amplo, aquilo que, enquanto professor, comunicava pela palavra.

A dedicação à ciência e à sua divulgação e história não fica por aqui, sendo uma constante durante toda a sua a vida. De facto, Rómulo de Carvalho não parou de trabalhar até ao fim dos seus dias, deixando, inclusive trabalhos concluídos, mas por publicar, que por certo vêm engrandecer, ainda mais, a sua extensa obra científica.

Apesar da intensa actividade científica, Rómulo de Carvalho não esquece a arte das palavras e continua, sempre, a escrever poesia. Porém, não a considerando de qualidade e pensando que nunca será útil a ninguém, nunca tenta publicá-la, preferindo destruí-la.

Só em 1956, após ter participado num concurso de poesia de que tomou conhecimento no jornal, publica, aos 50 anos, o primeiro livro de poemas Movimento Perpétuo. No entanto, o livro surge como tendo sido escrito por outro, António Gedeão, e o professor de física e química, Rómulo de Carvalho, permanece no anonimato a que se votou.

O livro é bem recebido pela crítica e António Gedeão continua a publicar poesia, aventurando-se, anos mais tarde, no teatro e,depois, no ensaio e na ficção.

A obra de Gedeão é um enigma para os críticos, pois além de surgir, estranhamente, só quando o seu autor tem 50 anos de idade, não se enquadra claramente em qualquer movimento literário. Contudo o seu enquadramento geracional leva-o a preocupar-se com os problemas comuns da sociedade portuguesa, da época.
Nos seus poemas dá-se uma simbiose perfeita entre a ciência e a poesia, a vida e o sonho, a lucidez e a esperança. Aí reside a sua originalidade, difícil de catalogar, originada por uma vida em que sempre coexistiram dois interesses totalmente distintos, mas que, para Rómulo de Carvalho e para o seu "amigo" Gedeão, provinham da mesma fonte e completavam-se mutuamente.

A poesia de Gedeão é, realmente, comunicativa e marca toda uma geração que, reprimida por um regime ditatorial e atormentada por uma guerra, cujo fim não se adivinhava, se sentia profundamente tocada pelos valores expressos pelo poeta e assim se atrevia a acreditar que, através do sonho, era possível encontrar o caminho para a liberdade. É deste modo que "Pedra Filosofal", musicada por Manuel Freire, se torna num hino à liberdade e ao sonho.E, mais tarde, em 1972, José Nisa compõe doze músicas com base em poemas de Gedeão e produz o álbum "Fala do Homem Nascido".

O professor Rómulo de Carvalho, entretanto, após 40 anos de ensino,em 1974, motivado em parte pela desorganização e falta de autoridade que depois do 25 de Abril tomou conta do ensino em Portugal, decide reformar-se. Exigente e rigoroso, não se conforma com a situação. Nessa altura é convidado para leccionar na Universidade mas declina o convite.

Incapaz de ficar parado, nos anos seguintes dedica-se por inteiro à investigação publicando numerosos livros, tanto de divulgação científica, como de história da ciência. Gedeão também continua a sonhar, mas o fim aproxima-se e o desejo da morrer determina, em 1984, a publicação de Poemas Póstumos.

Em 1990, já com 83 anos, Rómulo de Carvalho assume a direcção do Museu Maynense da Academia das Ciências de Lisboa, sete anos depois de se ter tornado sócio correspondente da Academia de Ciências, função que desempenhará até ao fim dos seus dias.

Quando completa 90 anos de idade, a sua vida é alvo de uma homenagem a nível nacional. O professor, investigador, pedagogo e historiador da ciência, bem como o poeta, é reconhecido publicamente por personalidades da política, da ciência, das letras e da música.

Infelizmente, a 19 de Fevereiro de 1997 a morte leva-nos Rómulo de Carvalho. Gedeão, esse já tinha morrido alguns anos antes, aquando da publicação de Poemas Póstumos e Novos Poemas Póstumos.

Avesso a mostrar-se, recolhido, discreto, muito calmo, mas ao mesmo tempo algo distante, homem de saberes múltiplos e de humor subtil, Rómulo de Carvalho que nunca teve pressa, mas em vida tanto fez, deixa, em morte, uma saudade imensa da parte de todos quantos o conheceram e à sua obra.