sexta-feira, julho 31, 2009

Notícia no Diário de Coimbra - as imagens




Notícia no Diário de Coimbra

Aventura geológica pelas “catacumbas” da cidade

De impermeável vestido, galochas calçadas e capacete na cabeça, um grupo de aficionados pela geologia e hidrogeologia desceu às “catacumbas” da cidade à descoberta de túneis e canais que contam parte da história do abastecimento de água em Coimbra

A festa do 11.º aniversário está marcada para as 16h00. Mas, as comemorações começam bem cedo, com uma manhã de aventura e descobertas pela Coimbra subterrânea. Francisco mora na Rua Pedro Monteiro, mesmo ao lado da mina de água que abastece o Jardim Botânico. Diariamente, passa pelo pequeno portão com as iniciais “J.B.”, no entanto, nunca lhe tinha passado pela cabeça o que existe do lado de lá.

Ontem o dia foi de festa e a mãe fez-lhe a surpresa, oferecendo-lhe este presente especial. Capacete na cabeça e com a lanterna em punho, o portão abre-se para o Francisco e os restantes elementos do grupo.

Em fila indiana, todos se organizam, porque afinal de contas, tudo começa num túnel estreito e com cerca de 60 centímetros de altura. Portanto, mesmo para o Francisco, com os seus 11 anos, a ordem é para agachar.
De cócoras, começa a descoberta da mina, construída nos finais do século XVIII. «Cuidado. Quando forem andando, deixem espaço em relação à pessoa da frente», aconselha Lídia Catarino, um dos elementos desta organização conjunta do Departamento de Ciências da Terra da Universidade de Coimbra e do Gabinete de Candidatura à Unesco, integrada no programa “Geologia no Verão 2009” da Ciência Viva.

Lá dentro, à medida que se caminha para o interior da mina, mais fácil se torna a circulação. Sempre com a água a correr debaixo dos pés, ali dispensa-se o uso de galochas de borracha, ao contrário da missão no túnel da Ribela, que se seguiria minutos mais tarde.

«Toca. É rijo», diz alguém, enquanto explora a mina do Jardim Botânico, que também deixou encantado o Bruno, igualmente de 11 anos, que vive em Inglaterra e está a passar férias em Coimbra.

Percorridos os primeiros metros, surge o primeiro poço, que, do exterior, se situa na Avenida Afonso Henriques. Aí, o grupo faz uma pausa e fica a saber que um dos buracos existente nas paredes se destinava a acolher uma figura “obrigatória” nestas zonas de espeleologia, a imagem de Santa Bárbara, padroeira dos mineiros.

Aliás, noutros tempos, um barbeiro, com casa aberta junto à Pousada da Juventude, tantas vezes beneficiou da abundância de águas por baixo do chão. Bastava-lhe descer o balde, para conseguir litros e litros que tanta falta lhe faziam para o ofício.

Mais à frente, os pés que ainda se mantinham mais ou menos secos, estão literalmente na água, que atinge os 30 centímetros no segundo poço do percurso. Pelo meio, um ou outro insecto dão “as boas-vindas” aos visitantes. Terminado o percurso, é tempo de voltar para trás e enfrentar novamente o estreito túnel até à saída.

“Toupeiras humanas”

Durante cerca de meia hora, ninguém vê o sol que brilha lá fora. Os túneis e canais encantam miúdos e graúdos, para quem a claustrofobia não é um problema.

Margarida Viegas trabalha na Faculdade de Economia e todos os dias o seu percurso inclui a passagem pelo pequeno portão com as iniciais “J.B.”. Durante muitos anos, ouvia o barulho da água sem perceber o que afinal estava do lado de lá. Só há pouco tempo percebeu que se tratava de uma mina e só ontem teve a oportunidade de a explorar.

Enquanto, uns percorrem a mina do Jardim do Botânico, outros aventuram-se pelo túnel da Ribela, que serviu para abastecimento de água às propriedades agrícolas dos frades crúzios. Depois, invertem-se os papéis.

Entretanto, os dois grupos encontram-se no Jardim da Sereia e aproveitam para trocar algumas impressões. Como autênticas «toupeiras humanas», quem chega da Ribela acusa um maior cansaço. Afinal, a vários metros abaixo do solo, os canais subterrâneos exigem destreza.

«É muito agradável. Extraordinário, mas um bocadinho exigente. Dá para suar», conta ao Diário de Coimbra Pinto Monteiro, que viajou directamente de Aveiro para participar nesta aventura geológica. As galochas ajudam, mas as calças encharcadas são impossíveis de evitar.

A entrada faz-se pela tampa de saneamento junto às instalações da Polícia Municipal, na Avenida Sá da Bandeira. O desafio é descer 10 metros e depois percorrer os 500 metros das galerias e canais subterrâneos, que terminam no Jardim da Sereia.

Para o pequeno João, de sete anos e residente em Leiria, a Geologia faz parte do seu dia-a-dia. O pai é especialista na matéria, como tal, os tempos livres são passados a descobrir os mistérios das pedras e das águas. Se bem que às vezes preferisse que os pais o levassem a um parque de diversões, o João segue as “pisadas” da família, mas garante, que, quando crescer, não quer ser nada ligado à espeleologia. Antes dos passeios, o grupo junta-se na cisterna do Colégio de S. Jerónimo, onde são prestados alguns esclarecimentos aos participantes. «E as centopeias, onde estão?», pergunta de imediato o João.

Identificado há três anos, aquele espaço funcionou como reservatório de águas, mas acabou por se transformar numa espécie de «lixeira» dos Hospitais da Universidade de Coimbra, explica o geólogo Paulo Morgado, lembrando que a cisterna mais antiga conhecida na Universidade é a que foi descoberta no Pátio das Escolas, junto à estátua de D. João III, que datará da época romana, mas que se encontra «em perfeito estado de conservação».

Com capacidade para 115 metros cúbicos de água, a cisterna do Colégio de S. Jerónimo serviu de ponto de partida para uma aventura pela cidade desconhecida, com centenas de anos, e com potencialidades turísticas que, de futuro, poderão ser atractivo regular de quem visita ou vive em Coimbra.

quinta-feira, julho 30, 2009

O pai do rock em português faz 52 anos



O Rui Veloso está de parabéns!

São, apenas, 52 anos - mas vale a pena recordar!


terça-feira, julho 28, 2009

A Astrofesta de Lisboa



Informação recebida da organização do Ano Internacional da Astronomia (via Blog De Rerum Natura):

André Roque, 7 anos, vai juntar-se a investigadores portugueses para falar de Astronomia. Sessões de planetário, passeios pela Lua, Júpiter e Saturno e uma feira de materiais científicos são outras das atracções da Astrofesta de Lisboa

Chama-se André Roque, tem apenas 7 anos e frequenta a Escola de Lamaçães, em Braga. E no dia 1 de Agosto vai estar em Lisboa para orientar uma palestra sobre "O Nascimento do Universo", num palco a que subirão investigadores portugueses da área da Astronomia. Sessões de planetário, passeios pelo céu estrelado, com paragem obrigatória na Lua, Júpiter e Saturno, e uma feira de livros, vídeos e instrumentos científicos são outras das atracções da Astrofesta de Lisboa. A iniciativa decorre de 29 de Julho a 2 de Agosto no Museu da Ciência da Universidade de Lisboa (UL). As entradas são gratuitas.

No Ano Internacional da Astronomia e depois de ter corrido Portugal de Norte a Sul nos últimos 15 anos, a Astrofesta realiza-se pela primeira vez em casa, no Museu da Ciência da UL, na Rua da Escola Politécnica. O objectivo é envolver a população numa comemoração científica que tem mobilizado milhares de pessoas, ano após ano, por todo o país.

Nos dias 29 e 30 de Julho (quarta e quinta-feira), a Astrofesta arranca às 18.00 horas com palestras sobre o Universo. Às 19.30 horas, no planetário, pequenos e graúdos poderão desfrutar de viagens guiadas pelo céu de Portugal, orientadas por Máximo Ferreira, do Museu da Ciência da UL, seguidas de um passeio telescópico pelo céu nocturno, com paragens na Lua, Júpiter e Saturno, no terraço do Museu da Ciência.

No dia 29, "Galileu - imaginação, espanto, incompreensão" é o tema da palestra de abertura da Astrofesta, com o professor catedrático António Manuel Nunes dos Santos, da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa. No dia 30, o investigador Paulo Crawford, do Observatório Astronómico de Lisboa, vai contar ao público a história do astrofísico que provou, em solo então português, a teoria da relatividade geral de Albert Einstein, na palestra "Eddington e o Eclipse de 1919".

Na sexta-feira, 31 de Julho, às 18.00 horas, terá lugar a sessão oficial de abertura da Astrofesta, com intervenções da directora do Museu da Ciência da UL, Ana Maria Eiró, e do presidente da Sociedade Portuguesa de Astronomia, Miguel Avillez. Às 19h30, Rui Agostinho (Faculdade de Ciências da UL) vai explorar os mistérios do Big-Bang, numa viagem pela formação do Universo e pela evolução das Galáxias. Quando a noite cair, os curiosos poderão embarcar em mais sessões de planetário e de observação do céu por telescópios.

No dia 1 de Agosto, o pequeno André Roque é o primeiro orador de serviço na Astrofesta, às 11 horas, com uma palestra sobre "O Nascimento do Universo". Logo a seguir, os curiosos entram no planetário para uma sessão sobre a Astronomia escondida n' "Os Lusíadas", de Luís de Camões, e na viagem de Vasco da Gama à Índia.

Às 15.00 horas, Miguel Pinto (Clube Celta) vai apresentar filmes astronómicos realizados por astrónomos amadores. Às 16.00 horas terá lugar o lançamento do livro "O Detective do Cosmos", do físico americano Mani Bhaumik.

Máximo Ferreira (Museu da Ciência), Bruno Henriques (Instituto de Cosmologia e Gravitação de Portsmouth), Guilherme de Almeida e Miguel Claro (Associação Portuguesa de Astrónomos Amadores), José Matos (FISUA - Associação de Física da Universidade de Aveiro), Jorge Fontes (Astrotaipas) e João Paulo Vieira (ORION - Sociedade Científica de Astronomia do Minho) são alguns dos oradores que preencherão a tarde e a noite do terceiro dia da Astrofesta, que terá ainda sessões de planetário e observações astronómicas. O Big-Bang, os mitos que continuamos a perpetuar sobre a Lua, a história de Galileu e truques sobre telescópios serão alguns dos temas abordados.

O final da Astrofesta faz-se com um convidado vindo directamente da Universidade de Oxford. No dia 2 de Agosto às 11.00 horas, o investigador Pedro Gil Ferreira fecha os quatro dias de comemorações com uma sessão sobre "O legado de Eddington e Einstein nos dias de hoje".

A Astrofesta é uma iniciativa promovida pelo Museu da Ciência da Universidade de Lisboa e está integrada nas comemorações do Ano Internacional da Astronomia (AIA 2009).

O AIA 2009 é organizado em Portugal pela Sociedade Portuguesa de Astronomia, com o apoio da Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT), da Fundação Calouste Gulbenkian, do Museu da Ciência da Universidade de Coimbra, da Agência Ciência Viva e da European Astronomical Society (EAS).

segunda-feira, julho 27, 2009

Fim-de-semana em Coimbra


Com início na tarde de 6ª, foi mais fantástico fim-de-semana como há muito já fazia... Começou com uma ida ao Centro Comercial Dolce Vita, para jantar e comprar uns livros. Depois uma ida ao Museu da Ciência, onde havia uma actividade Ciência Viva no Verão que era, simultaneamente, Geologia no Verão e Astronomia no Verão: Um pezinho na Lua, por nós aqui já duplamente anunciada. Com a presença das minhas antigas professoras, as Doutoras Elsa Gomes e Celeste Gomes, foi excelente...! Os lançamentos de foguetes, os filmes das missões Apollo, a Exposição sobre Darwin, a exposição permanente, o modelo interactivos, vulgo bola gigante, dos planetas principais do Sistema Solar (mai-la Lua e Sol...), o microscópio petrográfico, as amostras de mão de rochas vulcânicas e a simpatia de todos, tudo valeu a pena.

Depois, uma noite bem dormida, na antiga casa onde vive durante 10 anos em Coimbra e estava pronto para outra Geologia no Verão: Os percursos da água na Coimbra subterrânea. A presença da Doutora Lídia Catarino e dos Doutores Fernando Figueiredo e José Manuel Azevedo (isto para além de um engenheiro geólogo que trabalha na Reitoria e do qual não sei o nome...) foi fantástica. Depois a visita a uma Cisterna no antigo edifício dos Hospitais da Universidade, a ida à Mina que abastece o Jardim Botânico, na zona da Escola Secundária José Falcão e ainda o túnel de Ribela, na zona da Praça da República e Jardim da Sereia, acompanhadas de excelentes explicações e animado convívio, valeram bem a pena! O meu garoto adorou aparecer na notícia do Calinas...!

À tarde, ida ao Fórum Coimbra (depois do banho em casa, um almoço no centro comercial, com aquelas porcarias que só fazem mal mas sabem tão bem...), mais umas compras, seguidas de um frugal jantar chez moi. A seguir, para o puto ficar contente, uma ida à ponte pedonal de Pedro e Inês (que tristeza estar tão vandalizada...), uma visita à zona circundante (a movida chegou a Coimbra...!) e mais uma dormida na antiga casa.

No dia a seguir, uma ida ao Convento de Santa Clara-a-Velha (que, ao domingo de manhã, é de graça....!) , com a curiosidade de lá estar a mulher e o filho de um geopedrado, colega e amigo (o Luís Costa - que ficou, de castigo, em casa, a fazer o almoço) e em seguida o regresso a Leiria.

O Fernando, a Adelaide e o João Martins, mais a tia Céu Machado, agradecem a todos os que lhe proporcionaram três dias tão perfeitos...

Em breve colocaremos mais material (fotos, textos de jornais, etc.) sobre este assunto...


ADENDA: o engenheiro geólogo referido no texto chama-se Paulo Morgado (os nossos agradecimentos à Doutora Lídia pela informação...) e, sendo nosso leitor, há que lhe agradecer aqui as suas simpáticas palavras e dar os parabéns pelo trabalho e por tudo o que fez nesta Acção...

sábado, julho 25, 2009

Dia de Santiago - e viva a Galiza!



Chove en Santiago
meu doce amor
camelia branca do ar
brila entebrecida ao sol.

Chove en Santiago
na noite escura.
Herbas de prata e sono
cobren a valeira lúa.

Olla a choiva pola rúa
laio de pedra e cristal.
Olla no vento esvaido
soma e cinza do teu mar.

Soma e cinza do teu mar
Santiago, lonxe do sol;
agoa da mañan anterga
trema no meu corazón.


PS - hoje que é o Dia da Galiza e de Sant'Iago, recordemos um belo poema (Madrigal á cibdá de Santiago) do gitano Lorca, que amou tanto a Galiza e a sua língua que lhe escreveu este poema, aqui tão bem cantado pelos Luar Na Lubre...

Amada Galiza



Madrigal

Minha Galiza de perfil bonito
Órfã de pátria num asilo austero:
Só por seres portuguesa é que te quero,
E por seres castelhana é que te acredito.

Miguel Torga - Diário VI (Pontevedra, 5 de Setembro de 1951)



¿Que din os rumorosos
na costa verdecente,
ao raio transparente
do prácido luar?
¿Que din as altas copas
de escuro arume arpado
co seu ben compasado
monótono fungar?

Do teu verdor cinguido
e de benignos astros,
confín dos verdes castros
e valeroso chan,
non des a esquecemento
da inxuria o rudo encono;
desperta do teu sono
fogar de
Breogán.

Os bos e xenerosos
a nosa voz entenden
e con arroubo atenden
o noso ronco son,
mais sóo os iñorantes
e féridos e duros,
imbéciles e escuros
non nos entenden, non.

Os tempos son chegados
dos bardos das edades
que as vosas vaguedades
cumprido fin terán;
pois, donde quer, xigante
a nosa voz pregoa
a rendezón da boa
nazón de Breogán.



NOTA: a versão completa dos versos do Hino da Galiza (que, a seguir, colocamos em outra versão) tinha mais esta parte:

Teus fillos vagorosos
en que honor soo late,
a intrépido combate
dispondo o peito van;
se, por ti mesma, libre
de indigna servidume
e de oprobioso alcume,
rexión de Breogán

Á nobre Lusitania
os brazos tende amigos,
ós eidos ben antigos
con un punxente afán;
e cumpre as vaguedades
dos teus soantes pinos
duns máxicos destinos,
¡oh, grei de Breogán!

Amor da terra verde,
da verde terra nosa,
acende a raza briosa
de Ousinde e de Froxán;
que aló nos seus garridos
xustillos, mal constreitos,
os doces e albos peitos
das fillas de Breogán;

que á nobre prole insinen
fortísimos acentos,
non mólidos concentos
que ás virxes só ben están;
mais os robustos ecos
que, ¡oh, patria!, ben recordas
das sonorosas cordas
das arpas de Breogán.

Estima non se alcanza
cun vil xemido brando;
calquer requer rogando
con voz que esquecerán;
mais cun rumor xigante,
subrime e parecido
ao intrépido sonido
das armas de Breogán.

Galegos, sede fortes,
prontos a grandes feitos;
aparellade os peitos
a glorioso afán;
fillos dos nobres celtas,
fortes e peregrinos,
luitade plos destinos
dos eidos de Breogán.



sexta-feira, julho 24, 2009

A tripulação da Apollo XI aterrou na Terra há 40 anos

Há exactamente quarenta anos, às 17.50.35 horas (portuguesas), regressava à Terra a nave espacial (ou o que restou dela - o módulo de comando...) com os três astronautas que partiram rumo à Lua: Neil Armstrong (comandante), Edwin Aldrin (piloto do módulo lunar) e Michael Collins (piloto do módulo de comando e o único da tripulação a não pisar a Lua).



Actividade nocturna no Museu da Ciência de Coimbra


A Pedra da Lua, recolhida pelo astronauta James Irwin (naquela que a NASA considerou a missão tripulada mais bem sucedida de sempre) está quase a deixar o Museu da Ciência e a regressar à NASA. Em Portugal desde Maio, esta pedra da Lua, recolhida pela missão Apollo 15, vai deixar o Museu da Ciência no dia 24 de Julho de 2009 (sexta-feira), pelas 21.00 horas, precisamente na data em que se comemoram os 40 anos do regresso dos primeiros homens a pisarem a superfície lunar (missão Apollo 11). Na despedida, o Museu da Ciência convida o público a fazer das suas pedras de estimação estrelas por uma noite. A ideia é que todos descubram no Laboratorio Chimico, com a ajuda de duas doutoras geólogas da Universidade de Coimbra, as verdadeiras origens das pedras de que tanto gostam. No anfiteatro do Museu, serão exibidos vídeos das missões Apollo e iremos reviver a ida do Homem à Lua. Esta iniciativa integra o programa Ciência Viva de Verão (Astronomia no Verão e Geologia no Verão).



PROGRAMA

ROCHAS DA TERRA E DA LUA

A rocha da Lua em exposição no Museu é um basalto lunar. Mas há tantos basaltos na Terra! Que diferenças podemos encontrar entre os basaltos da Terra e o basalto da Lua em exposição?
Alguns basaltos da Terra estarão à disposição dos visitantes para que possam ser comparados com a rocha lunar em exposição. Responderão a questões as Doutoras Elsa Gomes e Celeste Gomes do Departamento de Ciências da Terra da Universidade de Coimbra.


PERGUNTA AO GEÓLOGO

Vais ter a oportunidade de colocar todas as tuas dúvidas sobre geologia! Podes por exemplo trazer aquela pedra de que tanto gostas e saber mais um bocadinho sobre a sua origem, perguntando às referidas professoras.


VÍDEOS DAS MISSÕES APOLLO

Durante a noite, serão apresentados vídeos das diversas missões lunares. Poderás ver a primeira vez que um ser humano (Neil Armstrong) pisou a Lua, mas também verás saltos divertidos pelos diversos astronautas, corridas com carros lunares, e poderás mesmo assistir a uma experiência possível na Lua e que confirma a teoria de Galileu acerca da queda dos graves: sem o efeito da atmosfera, uma pena e um martelo largados em simultâneo atingem o solo ao mesmo tempo.


LANÇAMENTO DE FOGUETÕES

... E vais poder onstruir e lançar o teu próprio foguetão miniatura!


A Lua de Lorca

NOCHE

Estrellas amaestradas.
Circo azul.
Doña luna sonríe
(Salomé centenaria)
Venus tiene un penacho
de plumas.

Arena de niebla,
Lámparas de sueños,
Caballitos luceros
van y vienen
salpicando rocío
y luz de amanecer.

¡Oh corazón mío,
corazón con alas,
da tu salto mortal
Sobre el arco de la noche!

Federico García Lorca

quinta-feira, julho 23, 2009

Recordar o adeus de Manuel Alegre ao parlamento

Hoje o parlamento nacional ficou mais pobre - o poeta Manuel Alegre deixou-o, após 34 anos...

Para recordar a data, nada melhor do que a voz do próprio, acompanhada pela Guitarra de Coimbra do seu amigo Carlos Paredes, que nos deixou há 5 anos também nesta data:


Et tu, Brute?

Morte de César - Vincenzo Camuccini
Jaime Gama faz reparos à bancada do PS

Na sessão da tarde, no período destinado a declarações políticas, o social-democrata Miguel Frasquilho voltou a desafiar os socialistas a aceitarem que a Unidade Técnica de Apoio Orçamental (UTAO), que funciona junto da comissão parlamentar de Economia, "avalie o verdadeiro estado das contas públicas".

Na resposta, Vítor Baptista, do PS, acusou o PSD de "levar a demagogia ao limite" e desvalorizou a competência técnica da UTAO, por "só ter um economista e uma licenciada em gestão" e por "estar sob avaliação da comissão

Terminada a discussão, Jaime Gama anunciou que deu orientação para que todos "os pareceres e relatórios da UTAO sejam publicitados". Porque, disse, "representam um reforço da capacitação técnica da Assembleia da República". Os socialistas ficaram em silêncio.

A seguir, a bloquista Helena Pinto levou a plenário, como o apoio de toda a Oposição "o escândalo nacional, que é o negócio do Governo com a Liscont/Mota Engil para o parque de contentores do porto de Lisboa". O PS nada disse, mas Gama voltou a deixar um recado ao seu partido, ao fazer questão de dizer que já fez seguir para a Procuradoria Geral da República os relatórios da comissão parlamentar de Obras Públicas, que dão conta das dúvidas sobre a transparência e a bondade do negócio para o Estado. O silêncio socialista permaneceu.
in JN - ler notícia


PS - para puristas, a versão culta do título do post é "Tu quoque, Brute, fili mi" (Também tu, meu filho Brutus) e a explicação do mesmo, para engenheiros e em português técnico: já nas vascas da morte, o ditador Júlio César recrimina o filho por estar entre os seus assassinos...

O Maioral - música para um parvo...

... e em dose dupla, porque o moço merece...







Sou Bom


Eu cá sou bom
Sou muito bom
Eu cá sou bom, Sou muito bom
Sou sempre a abrir !
Eu cá sou bom
Sou muito bom
Eu cá sou bom, Sou muito bom
Sou um partir!

E sou tão bom
E sou tão belo
E sou tão alto
E sou tão forte
E tão gentil
Eu cá sou bom
Sou muito bom
Sou do baril
Vocês são tam...
Não valem ná...
Eu cá sou bom
Sou bom bom bom

Eu cá sou bom
Sou muito bom
Eu cá sou bom, Sou muito bom
Paranormal
Eu cá sou bom
Sou muito bom
Eu cá sou bom, Sou muito bom
Sou o maioral

E sou tão bom
E sou tão belo
Esou tão alto
E sou tão forte
E tão gentil
Eu cá sou bom
Sou muito bom
Vim do Brasil

Vocês são tam...
Não valem ná...
Eu cá sou bom

Como consegues ser tão bom?
És sem dúvida o maior !


Vocês são tam...
Não valem ná...
Eu cá sou bom.

Como consegues ser tão bom ?
És sem dúvida o maior!

Recordar o génio da Guitarra de Coimbra


Porque eu sou bom, sou munta bom, sou sempr'ábrir...

Sócrates diz que não há melhor primeiro-ministro

“Ainda está para nascer um primeiro-ministro que faça melhor do que eu”, afirmou ontem à noite, no Porto, o secretário-geral do PS, José Sócrates. O primeiro-ministro falava perante 150 empresários.

SocrasAlinhar ao centro

In your face, Aníbal!!!

in A Educação do meu Umbigo

PS: como o Paulo Guinote se esqueceu, há mais uma coisa a dizer sobre este assunto:

Os tiranos não são loucos: enlouquecem (Alçada Baptista em Tia Suzana, Meu Amor)

Carlos Paredes partiu há 5 anos

No dia em passam 5 anos que nos deixou o génio da Guitarra de Coimbra, recordemos o Homem e, sobretudo, a sua guitarra...

Da Wikipédia, um pequeno resumo da sua vida:

Carlos Paredes (Coimbra, 16 de Fevereiro de 1925Lisboa, 23 de Julho de 2004) foi um compositor e guitarrista português.

Foi um dos grandes guitarristas e é um símbolo ímpar da cultura portuguesa. É um dos principais responsáveis pela divulgação e popularidade da guitarra portuguesa e grande compositor. Carlos Paredes é um guitarrista que para além das influências dos seus antepassados - pais, avós, tios, todos eles exímios guitarristas de Coimbra - mantém um estilo Coimbrão, a sua guitarra é de Coimbra, e própria afinação. A sua vida em Lisboa marcou-o e inspirou-lhe muitos dos seus temas e composições.

Filho, neto e bisneto dos famosos guitarristas Artur, Gonçalo Paredes e José Paredes, começou a estudar guitarra portuguesa aos quatro anos com o seu pai, embora a mãe preferisse que o filho se dedicasse ao piano; frequenta o Liceu Passos Manuel, começando também a ter aulas de violino na Academia de Amadores de Música. Na sua última entrevista, recorda: "Em pequeno, a minha mãe, coitadita, arranjou-me duas professoras de violino e piano. Eram senhoras muito cultas a quem devo a cultura musical que tenho".

Em 1934, muda-se para Lisboa com a família, e abandona o violino para se dedicar, sob a orientação do pai, completamente à guitarra. Carlos Paredes fala com saudades desses tempos: "Neste anos, creio que inventei muita coisa. Criei uma forma de tocar muito própria que é diferente da do meu pai, do meu avô, bisavô e tetratavô".

Carlos Paredes inicia em 1939 uma colaboração regular num programa de Artur Paredes na Emissora Nacional e termina os estudos secundários num colégio particular. Em 1943 faz exame de admissão ao Curso Industrial do Instituto Superior Técnico, que não chegou a concluir e inscreve-se nas aulas de canto da Juventude Musical Portuguesa, tornando-se em 1949 funcionário administrativo do Hospital de São José.

Em 1957 grava o seu primeiro disco, a que chamou simplesmente "Carlos Paredes".

Em 1958, é preso pela PIDE por fazer oposição a Salazar, é acusado de pertencer ao Partido Comunista Português, de que era de facto militante, sendo libertado no final de 1959 e expulso da função pública na sequência de julgamento. Durante este tempo andava de um lado para o outro da cela fingindo tocar música, o que levou os companheiros de prisão a pensar que estaria louco - de facto, o que ele estava a fazer, era compor músicas na sua cabeça. Quando voltou para o local onde trabalhava no Hospital, uma das ex-colegas, Rosa Semião, recorda-se da mágoa do guitarrista devido à denúncia de que foi alvo: «Para ele foi uma traição, ter sido denunciado por um colega de trabalho do hospital. E contudo, mais tarde, ao cruzar-se com um dos homens que o denunciou, não deixou de o cumprimentar, revelando uma enorme capacidade de perdoar!»

Em 1962, é convidado pelo realizador Paulo Rocha, para compor a banda sonora do filme Os Verdes Anos: «Muitos jovens vinham de outras terras para tentarem a sorte em Lisboa. Isso tinha para mim um grande interesse humano e serviu de inspiração a muitas das minhas músicas. Eram jovens completamente marginalizados, empregadas domésticas, de lojas - Eram precisamente essas pessoas com que eu simpatizava profundamente, pela sua simplicidade». Recebeu um reconhecimento especial por “Os Verdes anos”.

Tocou com muitos artistas, incluindo Charlie Haden, Adriano Correia de Oliveira e Carlos do Carmo. Escreveu muitas músicas para filmes e em 1967 gravou o seu primeiro LP "Guitarra Portuguesa".

Quando os presos políticos foram libertados depois do 25 de Abril de 1974, eram vistos como heróis. No entanto, Carlos Paredes sempre recusou esse estatuto, dado pelo povo. Sobre o tempo que foi preso nunca gostou muito de comentar. Dizia «que havia pessoas, que sofreram mais do que eu!». Ele é reintegrado no quadro do Hospital de São José e percorre o país, actuando em sessões culturais, musicais e políticas em simultâneo, mantendo sempre uma vida simples, e por incrível que possa parecer, a sua profissão de arquivista de radiografias. Várias compilações de gravações de Carlos Paredes são editadas, estando desde 2003 a sua obra completa reunida numa caixa de oito CDs.

A sua paixão pela guitarra era tanta que, conta que certa vez, a sua guitarra se perdeu numa viagem de avião e ele confessou a um amigo que «pensou em se suicidar».

Uma doença do sistema nervoso central (mielopatia), impediu-o de tocar durante os últimos 11 anos da sua vida. Morreu em 23 de Julho de 2004 na Fundação Lar Nossa Senhora da Saúde em Lisboa, sendo decretado Luto Nacional.

quarta-feira, julho 22, 2009

Mike Oldfield - Moonlight Shadow



The last that ever she saw him
The last that ever she saw him
Carried away by a moonlight shadow
He passed on worried and warning
Carried away by a moonlight shadow.
Lost in a riddle that saturday night
Far away on the other side.
He was caught in the middle of a desperate fight
And she couldn't find how to push through

The trees that whisper in the evening
Carried away by a moonlight shadow
Sing a song of sorrow and grieving
Carried away by a moonlight shadow
All she saw was a silhouette of a gun
Far away on the other side.
He was shot six times by a man on the run
And she couldn't find how to push through

I stay
I pray
I see you in heaven far away

I stay
I pray
I see you in heaven far away

Four AM in the morning
Carried away by a moonlight shadow
I watched your vision forming
Carried away by a moonlight shadow
Star was light in a silvery night
Far away on the other side
Will you come to talk to me this night
But she couldn't find how to push through


I stay, I pray, I see you in heaven far away.
I stay, I pray, I see you in heaven one day.
Four AM in the morning...
I stay, I pray, I see you in heaven far away.
I stay, I pray, I see you in heaven one day

Far away on the other side.

Caught in the middle of a hundred and five
The night was heavy but the air was alive
She couldn't find how to push through

Carried away by a moonlight shadow
Carried away by a moonlight shadow
Far away on the other side.

NOTA: para iconoclastas outra versão:

O eclipse em directo

Para os noctívagos ainda acordados, outro local da Internet para verem o eclipse em directo:

A Lua de Torga

À Lua

Lua passada de moda,
Velha roda
Da fortuna dos poetas!
Dessa fortuna inconstante
Que tem o quarto minguante
No caixilho das selectas.

A vida já te não olha,
A terra já te não quer!
Desce luz a cada folha,
Mas é do sol, se ta der...

Musa fria!
Solidão de menopausa...
Poesia
Com rima e com melodia,
Mas sem causa!

Que importa o charco a brilhar,
Se é mentira?
Se a razão há-de acordar
O menestrel a sonhar
E a corda tonta da lira?

Velha lua...
Prostituta podre e nua
À porta de um bordel...
Muda as rugas da face,
Mas a velhice renasce
Do musgo da tua pele!

Bem sei que na fase nova
Podes ter um namorado...
Uma ilusão que te prova
Como a um fruto da renova
De um pomar que foi podado...

Remendos de mocidade.
Lume que acende e não dura.
Não regressa a virgindade
A quem, corrupto, a procura.

Mas tens ainda maneira
De te salvar, velha amiga:
É morrer numa fogueira
De ironia verdadeira
Que algum Poeta te diga...

in Odes (1946) - Miguel Torga

Novidades astronómicas

Do Blog AstroLeiria publicamos, pela actualidade, o seguinte post:


Neste Ano Internacional da Astronomia, numa altura em que tanto se fala desta Ciência, duas novidades interessantes...

1. Site do Público sobre o Ano Internacional da Astronomia


Com notícias fresquinhas, links para sites, blogues e afins, críticas a livros, referência a actividades, é um local excelente para visitar:



2. Google Moon


Para quem usa o Google Earth ou o Google Maps, é um local delicioso para visitar: localização das alunagens, alguns mapas topográficos e geológicos, fotografias e muitas outras coisas para descobrir:


Notícia do Público sobre o Eclipse Total do Sol de 22.07.2009

Investigadores vão aproveitar fenómeno para estudar o Sol
Ásia vai escurecer amanhã com o eclipse solar mais longo do século
21.07.2009 - 18h04 PÚBLICO

Um eclipse solar total vai passar pela Ásia, Japão e pelo Pacífico durante quarta-feira. Será o eclipse solar mais longo deste século, com uma duração maior do que cinco minutos.

O eclipse vai ter início no golfo de Khambhat, a Norte de Bombaim, e vai mover-se para Este, escurecendo a Índia, o Nepal, Burma, Bangladesh, Butão e a China. Depois continua para o Pacífico passando pelo Japão, e será visto pela última vez a partir da ilha de Nikumaroro, no Kiribati.

Mas a maior parte do continente asiático vai pelo menos ter oportunidade de ver parcialmente o eclipse. O fenómeno astronómico vai ter início esta madrugada às 01h14m54s (hora de Lisboa), e vai durar cerca de quatro horas. Pode ser seguido em tempo real no site Live! Eclipse 2009.

O último eclipse total, em Agosto de 2008, durou 2m27s, este vai chegar aos 6m39s. A grande duração vai ajudar os cientistas a estudar fenómenos solares. “Vamos ter que esperar algumas centenas de anos para ter outra oportunidade para observar o eclipse solar que dure tanto tempo, por isso é uma oportunidade muito especial”, disse à AP Shao Zhenyi, astrónomo do Observatório Astronómico de Xangai, na China.

in Público - ler notícia (via Blog AstroLeiria)



NOTA: é já esta madrugada que pode ser visto, ao vivo ou via Internet, este eclipse. Para os azarados que não foram para a Índia, China, Japão ou Kiribati, aqui fica o site Live! Eclipse 2009 referido na notícia:

terça-feira, julho 21, 2009

Skip James (21.07.1902 - 03.10.1969)

Skip James - 22-20 Blues



Oh, Mr. Crest, Mr. Crest
How in the world you
Expect for me to rest?
Oh, Mr. Crest, Mr. Crest
How in the world you
Expect for me to rest?
You've got my 22-20
Layin' up across my breast

Oh, if I send for my baby
An she act a fool
An she don't never come
If I send for my baby
She act a fool
An she don't never come
All the doctors in New York City
I declare, they can't help her none

You know, sometimes she gets unruly
An she act like she just don't wanna do
Sometimes she gets unruly
An she act like she just don't wanna -
But I get my 22-20
I cut that woman half in two

Oh, your.38 Special
Buddy, it's most too light
Your .38 Special
Buddy, it's most too light
But my 22-20
Will make ev'rything, alright

Ah-or, your .44-40
Buddy, it'll do very well
Your .44-40
Buddy, it'll do very well
But my .22-20
I declare you, it's a-burnin' hell

I was stranded on the highway-hi
With my 22-20 in my -
I was standin' on the highway
With my 22-20 in my -
They got me 'cussed for murder
I declare, I never have harmed a man

Lord, oh I measured my gun
An it's just a-long as my right arm
I measured my gun
An it's just a-long as my right -
I'm gon' raise me some sand
And back down the road, I declare.

É com consternação que informo que...

Ministra da Educação falta a audição no Parlamento por indisposição

PS - cara senhora, isto passa-lhe com uma demissão (e já vai com quase quatro anos e meio de atraso...) e chá - muito chá.

Walking on the Moon with The Police




Giant steps are what you take
Walking on the moon
I hope my legs dont break
Walking on the moon
We could walk for ever
Walking on the moon
We could live together
Walking on, walking on the moon

Walking back from your house
Walking on the moon
Walking back from your house
Walking on the moon
Feet they hardly touch the ground
Walking on the moon
My feet dont hardly make no sound
Walking on, walking on the moon

Some may say
Im wishing my days away, no way
And if its the price I pay, some say
Tomorrows another day, youll stay
I may as well play

Giant steps are what you take
Walking on the moon
I hope my legs dont break
Walking on the moon
We could walk for ever
Walking on the moon
We could be together
Walking on, walking on the moon

Some may say
Im wishing my days away no way
And if its the price I pay, some say
Tomorrows another day, youll stay
I may as well play

That's one small step for man, one giant leap for mankind

Muitos portugueses, amontoados junto às raras televisões da época, viram o momento histórico. Depois de um descanso obrigatório e de ter vestido o fato espacial, Neil Armstrong pode dizer a sua histórica frase e deixar as suas pegadas na Lua... Passeou na Lua (o comandante Armstrong, seguido do piloto do módulo lunar Aldrin) durante duas horas, trinta e seis minutos e quarenta segundos, tendo estado no nosso satélite apenas vinte e uma horas trinta e um minutos e vinte segundos (trazendo apenas 21,55 kg de rochas selenitas...) mas fez-se História...!


Esposa, filha ou irmã da terra

Do Blog Sopas de Pedra, do geólogo Professor Doutor Galopim de Carvalho, publicamos, com a devida vénia, o seguinte post:


FAZ HOJE 40 anos que Neil Armstrong pisou o solo lunar, um facto notável que testemunha não só o poder da ciência e da tecnologia, mas também a bravura dos que protagonizaram aventura semelhantes, a começar pelos navegadores de quinhentos que deram “novos mundos ao mundo”.

Muito se escreveu e continua a escrever sobre o nosso inseparável e belo satélite natural. Da ficção à ciência, passando pela poesia, a Lua sempre esteve presente bem dentro das nossas vidas. Como geólogo, sempre esta nossa companheira ocupou parte importante da minha curiosidade. Acompanhei com o maior entusiasmo, sobretudo, através da imprensa escrita, a competição americano-soviética pela conquista do espaço, a meados do século que passou. Recordo o discurso do presidente John F. Kennedy, no início dos anos 60, em que afirmou que, até ao fim da década, a América enviaria uma missão tripulada ao solo lunar e trá-la-ia, em segurança, de volta à Terra. Recordo a madrugada de 20 de Julho de 1969, dia em que essa promessa foi cumprida, Colado ao televisor, vi, em directo, Neil Armstrong descer a escada da Apollo 11 e deixar no solo selenita a primeira pegada daquele passo gigantesco do génio humano.

Sem água nem atmosfera, não há na Lua o tipo de erosão que bem conhecemos na Terra. Por isso, o nosso satélite mostra-nos o mesmo visual de há mais de três mil milhões de anos. Uma superfície marcada por esparsos e vastos derrames de basalto – os chamados mares lunares – em contraste com vastíssimas regiões densamente pejadas de crateras de impacto meteorítico, pode ser vista por qualquer um com a simples ajuda de uns binóculos vulgares. Uma tal ausência de actividade erosiva faz com que a celebérrima pegada deixada pelo primeiro homem que ali chegou persista intacta por muitas dezenas de milhões de anos.

Aquando da minha estadia na capital dos franceses nos primeiros anos da década de 60, o nosso satélite era tema de ensino nas aulas de geologia da Universidade, ministradas pelo Prof. Charles Pomerol, cientista e grande divulgador, com quem tive frequente e proveitoso contacto. Ensinava ele que relativamente à origem da Lua se debatiam três concepções dominantes: A “Lua filha da Terra”, como uma porção desta que, desde muito cedo, se teria separado dela; a “Lua esposa da Terra”, como um corpo planetário estranho, vindo de algures e por ela capturado graviticamente; e a “Lua irmã da Terra”, de formação independente e simultânea, ambas geradas, lado a lado, nos primórdios da evolução do Sistema Solar. Para este professor, e segundo os elementos científicos então disponíveis, esta última concepção era a mais verosímil. Passaram quarenta anos de estudo intenso do nosso satélite e a convicção da maioria dos cientistas do presente é aquela que então se referia à Lua como filha da Terra.

Publicado no «DN» de 18 de Julho de 2009

Fly me to the Moon...




Fly me to the moon
Let me sing among those stars
Let me see what spring is like
On jupiter and mars

In other words, hold my hand
In other words, baby kiss me

Fill my heart with song
Let me sing for ever more
You are all I long for
All I worship and adore

In other words, please be true
In other words, I love you

A conquista da Lua vista por Gedeão

Poema do homem novo

Niels Armstrong pôs os pés na Lua
e a Humanidade saudou nele
o Homem Novo.
No calendário da História sublinhou-se
com espesso traço o memorável feito.

Tudo nele era novo.
Vestia quinze fatos sobrepostos.
Primeiro, sobre a pele, cobrindo-o de alto a baixo,
um colante poroso de rede tricotada
para ventilação e temperatura próprias.
Logo após, outros fatos, e outros e mais outros,
catorze, no total,
de película de nylon
e borracha sintética.
Envolvendo o conjunto, do tronco até aos pés,
na cabeça e nos braços,
confusíssima trama de canais
para circulação dos fluidos necessários,
da água e do oxigénio.

A cobrir tudo, enfim, como um balão ao vento,
um envólucro soprado de tela de alumínio.
Capacete de rosca, de especial fibra de vidro,
auscultadores e microfones,
e, nas mãos penduradas, tentáculos programados,
luvas com luz nos dedos.

Numa cama de rede, pendurada
das paredes do módulo,
na majestade augusta do silêncio,
dormia o Homem Novo a caminho da Lua.

Cá de longe, na Terra, num borborinho ansioso,
bocas de espanto e olhos de humidade,
todos se interpelavam e falava,
do Homem Novo,
do Homem Novo,
do Homem Novo.

Sobre a Lua, Armstrong pôs finalmente os pés.
caminhava hesitante e cauteloso,
pé aqui,
pé ali,
as pernas afastadas,
os braços insuflados como balões pneumáticos,
o tronco debruçado sobre o solo.

Lá vai ele.
Lá vai o Homem Novo
medindo e calculando cada passo,
puxando pelo corpo como bloco emperrado.
Mais um passo.
Mais outro.

Num sobre-humano esforço
levanta a mão sapuda e qualquer coisa nela.
com redobrado alento avança mais um passo,
e a Humanidade inteira, com o coração pequeno e ressequido
viu, com os olhos que a terra há-de comer,
o Homem Novo espetar, no chão poeirento da Lua, a bandeira da sua Pátria,
exactamente como faria o Homem Velho.


in Novos Poemas Póstumos (1990) - António Gedeão

Há 61 anos nasceu Cat Stevens

O cantor anglo-heleno-cipriota, com um bocadinho de sangue sueco, nasceu há 61 anos. Hoje já não se chama assim - passou a ser Yusuf Islam - mas a sua música não se perdeu.

Aqui fica um bom exemplo, que tem a ver com a data que hoje comemoramos:

Cat Stevens - Moonshadow

segunda-feira, julho 20, 2009

Houston, Tranquility Base here - the Eagle has landed

Google Doodle de hoje...!

Às 21.17.40 horas (portuguesas...) aterrou, no Mar da Tranquilidade, o módulo lunar (a Águia...). Depois de uma descida com problemas (e incerteza, até ao fim, de se saber se conseguia aterrar sem gastar todo o combustível, pois tinha de haver que chegasse para voltar até ao reencontro com o módulo de comando), lá aterraram naquela maravilhosa desolação...


Música adequada ao dia

Baden Powell - O Astronauta (letra de Vinicius de Moraes)


Quando me pergunto
Se você existe mesmo, amor
Entro logo em órbita
No espaço de mim mesmo, amor

Será que por acaso
A flor sabe que é flor
E a estrela Vênus
Sabe ao menos
Porque brilha mais bonita, amor

O astronauta ao menos
Viu que a Terra é toda azul, amor
Isso é bom saber
Porque é bom morar no azul, amor

Mas você, sei lá
Você é uma mulher, sim
Você é linda porque é

A Lua de Fernando Pessoa

A Lua (dizem os Ingleses)
É feita de queijo verde.
Por mais que pense mil vezes
Sempre uma ideia se perde.

E era essa, era, era essa,
Que haveria de salvar
Minha alma da dor da pressa
De... não sei se é desejar.

Sim, todos os meus desejos
São de estar sentir pensando...
A Lua (dizem os Ingleses)
É azul de quando em quando.

Fernando Pessoa

domingo, julho 19, 2009

Rainha

II - Os Castelos
Primeira Parte | Brasão



Sétimo (II) - D. Filipa de Lencastre

Que enigma havia em teu seio
Que só génios concebia?
Que arcanjo teus sonhos veio
Velar, maternos, um dia?

Volve a nós teu rosto sério,
Princesa do Santo Gral,
Humano ventre do Império,
Madrinha de Portugal!


Fernando Pessoa - Mensagem

Filipa de Lencastre morreu há 594 anos


Entrada de D. João I na cidade do Porto para celebrar o seu casamento com Filipa de Lencastre - azulejos de Jorge Colaço (1864-1942) na Estação de São Bento, Porto (fonte - Wikipédia)


Filipa de Lencastre (Leicester, 1359 - Lisboa, 19 de Julho de 1415) foi uma princesa inglesa da casa dos Plantagenetas, filha de João de Gant, 1º Duque de Lencastre, pela sua mulher Branca de Lencastre.

Tornou-se rainha consorte de Portugal através do casamento com o rei D. João I, celebrado em 1387 na cidade do Porto. Este casamento foi acordado no âmbito da Aliança Luso-Inglesa, contra o eixo França-Castela. Foi-lhe atribuída a distinção inglesa da Ordem da Jarreteira.

As rainhas de Portugal contaram, desde muito cedo, com os rendimentos de bens, adquiridos na sua grande maioria por doação. D. Filipa de Lencastre recebeu as rendas da alfândega de Lisboa, bem como as vilas de Alenquer, Sintra, Óbidos, Alvaiázere, Torres Novas e Torres Vedras.

Foi uma rainha generosa e amada pelo povo. Os seus filhos que chegaram à idade adulta seriam lembrados como a ínclita geração, de príncipes cultos e respeitados em toda a Europa.

Filipa morreu de peste negra nos arredores de Lisboa, poucos dias antes da partida para a expedição a Ceuta; segundo uns, terá sido no convento de Odivelas; segundo outros, no convento de Sacavém. Está sepultada na Capela do Fundador do Mosteiro de Santa Maria da Vitória, na Batalha, ao lado do seu esposo.



Retrato de uma princesa desconhecida


Para que ela tivesse um pescoço tão fino
Para que os seus pulsos tivessem um quebrar de caule
Para que os seus olhos fossem tão frontais e limpos
Para que a sua espinha fosse tão direita
E ela usasse a cabeça tão erguida
Com uma tão simples claridade sobre a testa
Foram necessárias sucessivas gerações de escravos
De corpo dobrado e grossas mãos pacientes
Servindo sucessivas gerações de príncipes
Ainda um pouco toscos e grosseiros
Ávidos cruéis e fraudulentos

Foi um imenso desperdiçar de gente
Para que ela fosse aquela perfeição
Solitária exilada sem destino


in Dual - Sophia de Mello Breyner Andresen (1972)

Poesia

NOITE

Encontraram-no caído
ao fundo daquela rua;
chamaram-no pelo nome, e era eu!
- O Poeta andava à lua
e adormeceu...

Foi o que disse e jurou
pela sua salvação
a Perdida
que viu tudo da janela...
E o guarda soube por Ela,
pelo pranto que chorava,
quem era na minha vida
o Guarda que me guardava...

- Andar à lua é proibido...
Mas Ela pagou a lei
por um beijo que lhe dei
antes ou depois de ter caído,
nem eu sei...

in O Outro Livro de Job (1936) - Miguel Torga

sábado, julho 18, 2009

Geoturismo e Glaciares

Moving Glacier

A Natureza tem fenómenos extremos. No entanto, estes são tão raros que a maior parte de nós não tem a noção da sua potência. Sismos, tsunamis, erupções vulcânicas, deslizamentos de terra e avalanches são alguns dos exemplos mais conhecidos mas por vezes o perigo vêm de onde não se espera. Numa altura em que o geoturismo cresce (o que é muito bom) convém ter em mente que não se deve facilitar. Este é um bom exemplo da falta de noção do poder de alguns fenómenos naturais. Por acaso todos sobreviveram sem grandes ferimentos.

Música para ministra (e ajudantes) em fase terminal

Cranberries - When You’re Gone




Hold onto love that is what I do now that I've found you.
And from above everything's stinking, they're not around you.

And in the night, I could be helpless,
I could be lonely, sleeping without you.

And in the day, everything's complex,
There's nothing simple, when I'm not around you.

But I'll miss you when you're gone, that is what I do. Hey, baby!
And it's going to carry on, that is what I do. Hey, baby...

Hold onto my hands, I feel I'm sinking, sinking without you.
And to my mind, everything's stinking, stinking without you.

And in the night, I could be helpless,
I could be lonely, sleeping without you.

And in the day, everything's complex,
There's nothing simple, when I'm not around you.

But I'll miss you when you're gone, that is what I do. Hey, baby!
And it's going to carry on, that is what I do. hey, baby...

Estou na Lua


Observar o Céu sem poluição luminosa

Dez cidades aderem à Noite das Estrelas
Portugal apaga-se em nome do céu nocturno e do brilho das estrelas
18.07.2009 - 08h17 Ana Machado, Romana Borja-Santos

Perder a hipótese de observar um céu nocturno cheio de estrelas ou desperdiçar energia são as principais consequências da poluição luminosa, um problema que afecta a maior parte das cidades. Para sensibilizar a sociedade para este problema, astrónomos e amantes da observação dos céus juntam-se hoje em vários pontos do país para celebrar a Noite das Estrelas e para pedir legislação específica que proteja o direito ao céu nocturno.

Um bem que gostavam que a UNESCO elevasse a Património da Humanidade, começando, por exemplo, por criar "reservas de estrelas", zonas onde os interessados pudessem voltar a olhar para o lado negro do Universo.

Rosa Doran, astrónoma e investigadora do Centro de Astronomia e Astrofísica da Universidade de Lisboa, vai estar na praia dos pescadores, na baía de Cascais, com o Núcleo Interactivo de Astronomia, para mostrar aos que aparecerem como é bom observar o céu nocturno. Além de Cascais, as luzes apagam-se em dez locais de norte a sul do país, entre eles a Torre de Belém, em Lisboa, o Pátio das Escolas, em Coimbra, Moimenta da Beira, ilha Terceira (Açores) e Calheta (Madeira). Apesar de a iniciativa abranger apenas a iluminação pública, se todo o país fosse "desligado" durante apenas uma hora isso já permitiria uma redução entre os cinco e os dez por cento no consumo. Mas a ideia de hoje é mais fazer uma homenagem ao céu e exigir que este não seja ofuscado por nenhum brilho artificial.

"Quando entramos de avião em Lisboa vemos a Ponte 25 de Abril toda iluminada, mas não vemos a Ponte Vasco da Gama. É bonita de ver a ponte iluminada, mas não passa disso. É dinheiro que se gasta. Começamos a despertar para este problema da poluição luminosa que nos afecta dentro das cidades", lembra Rosa Doran sobre o problema que reduz aos planetários a hipótese de observação do céu: "As crianças perderam os céus".

"Mais do que ver as estrelas, olhar para o céu é descobrir o Universo", frisa a investigadora, recordando o mote do Ano Internacional da Astronomia, que se celebra ao longo deste ano em que se completam 400 anos sobre as primeiras observações de Galileu. Também o astrónomo Máximo Ferreira, do Centro Ciência Viva de Constância, defende um regresso às origens e sugere que se observe primeiro a olho nu. "Os instrumentos permitem ver mais longe, mas tiram a beleza do contacto directo com o céu."

Pedro Russo, astrofísico português a trabalhar no Observatório Europeu do Sul, em Munique, Alemanha, e coordenador do Ano Internacional da Astronomia, lembra que o impacto da poluição luminosa no ser humano não é grande, mas noutras espécies sim, o que leva já alguns países a aplicar legislação de protecção do céu nocturno.

"Estudos indicam que 40 por cento da iluminação é desperdiçada e nunca se provou a relação entre o aumento da criminalidade e a falta de iluminação", frisa o investigador, que aproveita para lançar o desafio a que Portugal adopte legislação específica. "Poderia até servir o turismo."

in Público -ler notícia (Via Blog AstroLeiria)

Luar Na Lubre



Madrugada, o porto adormeceu, amor,
a lúa abanea sobre as ondas
piso espellos antes de que saia o sol
na noite gardei a túa memoria.

Perderei outra vez a vida
cando rompa a luz nos cons,
perderei o día que aprendín a bicar
palabras dos teus ollos sobre o mar,
perderei o día que aprendín a bicar
palabras dos teus ollos sobre o mar.

Veu o loito antes de vir o rumor,
levouno a marea baixo a sombra.
Barcos negros sulcan a mañá sen voz,
as redes baleiras, sen gaivotas.

E dirán, contarán mentiras
para ofrecerllas ao Patrón:
quererán pechar cunhas moedas, quizais,
os teus ollos abertos sobre o mar,
quererán pechar cunhas moedas, quizais,
os teus ollos abertos sobre o mar.

Madrugada, o porto despertou, amor,
o reloxo do bar quedou varado
na costeira muda da desolación.
Non imos esquecer, nin perdoalo.

Volverei, volverei á vida
cando rompa a luz nos cons
porque nós arrancamos todo o orgullo do mar,
non nos afundiremos nunca máis
que na túa memoria xa non hai volta atrás:
non nos humillaredes NUNCA MÁIS.


PS - como estão tão próximas as datas (a da conquista da Lua e a do Dia da Galiza), celebremo-las antecipadamente com música dos Luar Na Lubre, numa canção que fala da Lua reflectida no mar e do desastre do Prestige (como é possível que o Homem, com a sua tecnologia, consiga em tão pouco tempo ir à Lua e matar fauna e flora das rias galegas...) - NUNCA MAÍS...

sexta-feira, julho 17, 2009

Lua