sexta-feira, janeiro 05, 2007

Seminário em Évora

Estrutura profunda da margem continental: de Sines (crusta continental) ao Madeira-Tore (crusta oceânica)
Professora Alexandra Afilhado
Departamento de Engenharia Civil
Instituto Superior de Engenharia de Lisboa

Hora: 14:30
Data: 10 de Janeiro de 2007
Local: Anfiteatro 1 - Colégio Luís Verney
Promove: Centro de Geofísica de Évora

Resumo

A estrutura sísmica da crusta e do manto litosférico no segmento sul da margem oeste Ibérica (MOI) foi investigada, ao longo de um perfil ao largo de Sines, entre a plataforma continental e a cadeia submarina Madeira-Tore (IAM5). Este perfil atravessa a planície abissal do Tejo e margem continental adjacente à latitude aproximada de 38ºN. Foram registados dados de reflexão sísmica multicanal e refracção/reflexão grande ângulo, que incluem 6 OBSs e 2 estações sísmicas em terra. Os perfis de anomalia de ar livre e anomalia magnéticas foram extraídos de grelhas disponíveis. O modelo de velocidades IAM5.VELG foi obtido mediante modelação cinemática e dinâmica e verificou-se a sua consistência com o perfil de anomalia de ar livre.

Foram identificados, com base nos dados sísmicos, quatro domínios crustais no perfil IAM5, igualmente consistentes com os mapas dos campos potenciais e respectiva modelação 2D/2.5D no perfil. No domínio continental (9.4ºW a 9.0ºW) está presente a secção completa de crusta continental ligeiramente adelgaçada. O adelgaçamento mais acentuado da crusta continental ocorre no domínio de adelgaçamento (9.7ºW a 9.4ºW), essencialmente na crusta continental inferior, que adelgaça completamente. De 10.5ºW a 9.7ºW a crusta transicional apresenta uma estruturação complexa e elevada heterogeneidade. Sob o talude continental a crusta continental exumada está em contacto directo com o manto litosférico No domínio oceânico (a oeste de 10.5ºW) a estrutura sísmica da crusta é consistente com crusta oceânica, provavelmente gerada num regime de expansão lenta. A existência de contrastes de impedância acústica a cerca de 20km de profundidade, sugere uma estrutura estratificada no manto litosférico.

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