segunda-feira, janeiro 30, 2006

Este tempo maluco (e não só...)

Dizia-me outro dia, um colega, que isto do clima está completamente maluco... Pegando no tema, alguns comentários...


1. Mudanças climáticas

Esquecemo-nos muitas vezes que a nossa vida é curta e a nossa escala para medir a natureza é diminuta. Os homens medem aspectos da meteorologia há pouco mais de uma centúria e, quando comparada com dados obtidos do gelo dos pólos, sedimentos ou dos anéis anuais das árvores, a nossa visão do Clima na Terra é muito restrito - basta pensar que há três séculos atrás houve uma pequena idade do gelo, com Invernos rigorosissímos, que uma simples erupção de um vulcão pode provocar vários Verões com neve (ou a ausência aparente de Verão...). Não temos ainda dados suficientes sobre o funcionamento do nosso Sol, os seus ciclos e como estes interferem no clima terrestre, embora Milankovitch tenha deixado boas pistas sobre a acção do Sol no clima. Depois convém lembrar que saímos há pouco mais de 12 mil anos de uma era glaciar, em que se ia a pé para a Inglaterra e que um pouco a norte de Londres havia glaciares ou em que o deserto do Sahara era uma pradaria... Também o aquecimento global (que, penso que todos concordam, está de facto a ocorrer) por causa da libertação de dióxido de carbono para atmosfera, não foi ainda suficientemente estudado para haver modelos fiáveis da evolução do clima terrestre (estudar um parâmetro, quando diversos intervêm no mesmo sistema, leva-nos a resultados pouco fiáveis...).
Disto tudo quero tirar duas conclusões: primo, o homem ainda não sabe como é de facto (a uma escala de tempo razoável) o clima da Terra; secundo, o homem está a abrir uma caixa de Pandora, sem que se saiba ainda o que sairá dela...


2. Neve em Lisboa, Figueira da Foz e Leiria...!


Dentro dos modelos actuais (sem se necessitar de socorrer de novos padrões climáticos) há anos em pode quase não chover, ou até nevar em locais onde este fenómeno já não acontecia há muito tempo. Eu, que estava ausente de Leiria, não vi o espesso manto de neve que cobriu a minha cidade, deliciando miúdos e graúdos (aliás, tendo nascido no distrito da Guarda, já tive a minha quota de neve). Mas, na verdade, os últimos anos têm sido muito estranhos: cheias, secas, vagas de calor, frio extremo, tudo tem afectado o nosso país nos últimos tempos... Cá em Leiria, por exemplo, têm ocorrido, nos últimos 4 anos, temperaturas mínimas que fazem corar de inveja muitas cidades do interior, tal o frio que se atinge todos os Invernos... E sem ninguém que pense em falar um pouco deste enigma...


3. Filme "O Núcleo"

Deu ontem, na TVI, um filme de ficção científica, da corrente apocalíptica, intitulado O Núcleo, mas com aspectos ligados com o Ambiente e a Geologia interessantes... De resto, se Júlio Verne ainda fosse vivo, de certo veria com agrado tal filme. Embora muitos aspectos sejam bastante ficcionados, tem algumas partes em que a Geologia é bem divulgada e permite depois usar esses aspectos em contexto de aula. Mas as perguntas que nos fazem, depois do filme, é se o campomagnético da Terra pode desaparecer (e a resposta, dizem as rochas, é que sim, pois já aconteceu temporariamente no passado...) e se, caso desapareça o campo magnético terrestre, irão acontecer as desgraças apresentadas no filme (e a resposta é talvez, pois há diversas extinções biológicas ligadas com o desaparecimento e/ou inversões do campo magnético).

Com tantas desgraças, convem mesmo é ser optimista...!

sexta-feira, janeiro 27, 2006

VII Congresso Nacional de Geologia (cont.)

PROGRAMA

Conferências & Simpósios

Durante os dias do Congresso serão realizadas quatro conferências por convite, a cargo de especialistas de reconhecido prestígio nacionais e estrangeiros que abordarão aspectos relacionados com as temáticas do Congresso.
Está prevista a realização durante o Congresso de uma série de simpósios, alguns dos quais serão coordenados pelos grupos de especialidade da Sociedade Geológica de Portugal.


Sessões Científicas

O Congresso está aberto à apresentação de comunicações em todas as áreas das Ciências da Terra e afins.
As temáticas das sessões científicas foram divididas em dois grandes grupos que por sua vez se encontram divididos em subtemas. No primeiro grupo é dada ênfase particular à evolução geodinâmica de Portugal vista do ponto de vista pluridisciplinar, enquanto que no segundo grupo as comunicações distribuem-se pelos grandes temas em que tradicionalmente são subdivididas as Ciências da Terra.
Embora só após a recepção dos trabalhos a apresentar no congresso (bem como de eventuais sugestões que venham a ser feitas) seja possível apresentar a lista definitiva dos temas, avançamos desde já com um esquema organizativo provisório.

I- Evolução geodinâmica de Portugal
I.1. O ciclo varisco
I.1.1. a herança pré-câmbrica
I.1.2. a extensão do Paleozóico inferior
I.1.3. a colisão do Paleozóico superior
I.1.4. por uma visão de conjunto
I.2. O ciclo alpino
I.2.1. do Varisco ao Alpino
I.2.2. o ciclo de Tethys
I.2.3. o ciclo atlântico
I.2.4. por uma visão de conjunto

II- Temas genéricos
II.1. Geodinâmica Interna
II.1.1. Mineralogia, Geoquímica e Petrologia
II.1.2. Geologia Estrutural e Tectónica
II.1.3. Geofísica
II.2. Geodinâmica Externa
II.2.1. Geologia do ambiente
II.2.2. Geologia marinha
II.2.3. Geoquímica de processos superficiais
II.2.4. Hidrogeologia
II.2.5. Sedimentologia
II.2.6. Estratigrafia
II.2.7. Geomorfologia
II.3. Paleontologia
II.4. Áreas de fronteira
II.4.1. Geologia de Engenharia
II.4.2. História e Ensino da Geologia
II.4.3. Património Geológico e Paleontológico
II.4.4. Recursos Geológicos
II.4.5. Aplicação dos Sistemas de Informação Geográfica e da Detecção Remota às Geociências

EXCURSÕES

Para este congresso foi previsto um amplo leque de excursões que, em conjunto abrangem os aspectos mais significativos da evolução geodinâmica do território português. Na programação destas excursões houve o cuidado de se conseguir um esquema que seja o mais flexível possível. As excursões serão realizadas com um número mínimo de 5 pessoas. Mais detalhes serão divulgados com a 2ª circular.

Os preços definitivos das excursões serão anunciados posteriormente, embora se preveja um valor diário que no máximo deverá rondar os 65 Euros/dia, podendo ser bastante inferior para as excursões com um número significativo de participantes.

Estes preços deverão descer significativamente no caso de excursões com um elevado número de participantes.

Excursões Congresso Nacional de Geologia

ias Excursões
29/6 ExA

30/6 ExJ ExG
1/7


ExB ExE
3/7
4/7
5/7
VII
Congresso
Nacional
Geologia
6/7
ExH
ExH
7/7
8/7 ExC ExF ExI
9/7

10/7


11/7


12/7 ExD ExL
13/7
ExM

ExA - Geotransversal no Varisco do Norte de Portugal - coordenação geral de R. Dias (UÉvora e CGE) e A. Ribeiro (FCUL e LATTEX):
- O autóctone da Serra do Marão - C. Coke (UTAD e LATTEX), R. Dias (UÉvora e CGE) e A. Ribeiro (GeoFCUL e LATTEX)
- Estrutura interna do complexo de mantos parautóctones, sector de Murça - Mirandela - J. Rodrigues (INETI), E. Pereira (INETI) e A. Ribeiro (GeoFCUL e LATTEX)
- Unidades alóctones do maciço de Morais - A. Ribeiro (GeoFCUL e LATTEX), E. Pereira (INETI), L. Ribeiro (INETI) e P. Castro (INETI)

ExB - Bacia lusitaniana - J. C. Kulberg (CIGA-UNL), R. Bordalo Rocha (CIGA-UNL) e A. Ferreira Soares (UCoimbra)

ExC - Geotransversal no Varisco do Sul de Portugal - coordenação geral de A. Araújo (UÉvora e CGE)
- O cisalhamento dúctil na fronteira entre a Zona de Ossa-Morena e a Zona Centro-Ibérica - M. Pereira (UÉvora e CGE), J. Brandão Silva (GeoFCUL e LATTEX), M. Chichorro (CGE)
- Os sectores central e sul da Zona de Ossa-Morena; estrutura e estratigrafia - A. Araújo (UÉvora e CGE), J. Piçarra Almeida (INETI) e J. Borrego (CGE)
- O complexo ofiolítico de Beja-Acebuches e a faixa piritosa ibérica - J. C. Pedro (UÉvora e e CG-FCUL), J. Munhá (GeoFCUL e CG-FCUL), P. Fonseca (GeoFCUL e LATTEX), J. T. Oliveira (INETI) e J. Relvas (GeoFCUL e CREMINER)
- Dos últimos incrementos da orogenia varisca ao rejogo alpino precoce; o litoral sudoeste de Portugal - R. Dias (UÉvora e CGE)

ExD - Bacia algarvia - P. Terrinha (GeoFCUL e LATTEX), C. Ribeiro (UÉvora e CGE), M. Cachão (GeoFCUL e CG-FCUL) e R. Bordalo da Rocha (CIGA-UNL)

ExE - Jazigos filonianos hidrotermais e jazigos pegmatíticos espacialmente associados a granitos (Norte de Portugal) - F. Noronha, A. Lima, H. Sant'Ovaia, P. Nogueira, H. C. Martins, A. Almeida, M. A. Ribeiro e A. Dória (GIMEF - CGUP)

ExF - Origem e instalação de granitóides variscos na zona Centro-Ibérica - M. R. Azevedo, B. V. Aguado e A. Esteves (UAveiro e ELMAS)

ExG - Processos holocénicos - C. Andrade (GeoFCUL) e L. Rebelo (INETI)

ExH - Exploração de Mármores da região de Estremoz - L. Lopes (UÉVORA e CGE)

ExI - Sintra - Arrábida - P. Terrinha (GeoFCUL e LATTEX) e J. C. Kullberg (CIGA-UNL)

ExJ - Os complexos vulcano-sedimentares de Toca da Moura e da faixa piritosa em termos de evolução tectonostratigráfica e de mineralizações associadas - J. T. Oliveira (INETI) e J. Relvas (GeoFCUL e CREMINER)

ExL - Os processos dinâmicos de circulação de segregações de fundidos em migmatitos (terrenos de alto-grau metamórfico de Évora, Zona de Ossa-Morena) - M. Pereira (UÉvora e CGE), M. Chichorro (CGE), C. Fernandez (UHuelva), M. D. Azpiroz (USevilha), P. Moita (UÉvora e CGE), J. F. Santos (UAveiro e ELMAS), J. Brandão Silva (GeoFCUL e LATTEX)

ExM - A transição do arco magmático cadomiano para o rifting do Paleozóico inferior (Nordeste Alentejo, Zona de Ossa-Morena) - M. Pereira (UÉvora e CGE), M. Chichorro (CGE), K. Drost (Dresden Museum), U. Linnemann (Dresden Museum) e J. Brandão Silva (GeoFCUL e LATTEX)

quinta-feira, janeiro 26, 2006

VII Congresso Nacional de Geologia


APRESENTAÇÃO
O VII Congresso Nacional de Geologia, realizado sob a égide da Sociedade Geológica de Portugal, será organizado pelo Departamento de Geociências e pelo Laboratório de Investigação de Rochas Industriais e Ornamentais da Universidade de Évora e decorrerá de 29 de Junho a 13 de Julho de 2006, no Pólo de Estremoz da Universidade de Évora. A par das temáticas tradicionais em eventos desta natureza, o VII Congresso dará ênfase especial à evolução geodinâmica do território nacional, à interdependência entre os processos geológicos e ao debate entre geocientistas de diferentes especialidades.

COMISSÃO ORGANIZADORA:

UNIVERSIDADE DE ÉVORA
António Alexandre Araújo
Ausenda Cáceres Balbino
Rui Dias
Isabel Leal Machado
José Mirão

SOCIEDADE GEOLÓGICA DE PORTUGAL
Rogério Bordalo da Rocha
António Ribeiro
António Galopim de Carvalho
Filomena Diniz


ENTIDADES ORGANIZADORAS
Sociedade Geológica de Portugal (SGP)
Departamento de Geociências da Universidade de Évora (DGUEvora)
Laboratório de Investigação de Rochas Industriais e Ornamentais da Universidade de Évora (LIRIO)
Centro de Geofísica de Évora

Mais informações em:
http://www.cge.uevora.pt/viicng/index.php

A busca da segunda Terra

Do Blog Chove sobre Prometeu publicamos hoje a interessante notícia, sobre descoberta de planeta extra-solar.
Actualização: Do press-release do ESO: Representação artística, gráfico incompreensível a não ser para quem não tem vida própria. Também pode ver um video sobre a descoberta.
Desde 1996 que já foram descobertos cerca de 160 planetas a orbitar outras estrelas que não o Sol, na nossa Galáxia.

Hoje é meu grande prazer trazer-vos uma notícia em primeira mão. Foi-me confirmado há pouco pelo The Particle Physics and Astronomy Research Council (friends in high places!) que foi descoberto o planeta mais parecido de sempre com a Terra. A notícia está embargada, e por isso é “secreta”, até ser publicada na edição de 26 de Janeiro da Nature (que é a razão do secretismo). Esperam-se imagens artísticas e animações!

Acerca do planeta. Tem cerca de 5 vezes a massa da Terra, e é por isso o planeta extrasolar mais leve alguma vez descoberto à volta de uma estrela “normal”. Este facto constitui uma descoberta revolucionária na busca de planetas parecidos com o nosso (até hoje os planetas descobertos são a maior parte da ordem de tamanho de Júpiter que é muito maior que a Terra). A estrela orbitada por esse planeta é uma anã-vermelha, com cerca de 1/5 a massa do nosso Sol, e está situada a cerca de 25 000 anos-luz da Terra, perto do centro da nossa Galáxia, a Via Láctea! O planeta foi baptizado OGLE-2005-BLG-390Lb (será que este vai ter um nome não-oficial? Qual será a série de TV que vai inspirar? Eu voto no filme Resident Evil ;-) ). Foi calculado que um ano desse planeta corresponde a 10 dos nossos. Demora então 10 anos a dar uma volta à sua estrela, e fá-lo a uma distância 3 vezes superior à da Terra ao Sol.

Infelizmente, desengane-se quem já imagina pequenos insectos, ou políticos a vaguear pelo novo planeta, pois a temperatura à superfície deverá rondar os 220ºC negativos. Por isso não é de esperar água no estado líquido, que se pensa ser necessária para a existência de vida. Outra característica provável é que o planeta esteja coberta por um oceano de gelo, e que a sua “verdadeira” superfície rochosa esteja debaixo desse gelo. Este conjunto de características que faz com que este planeta seja de facto mais parecido com Plutão do que com a Terra. Diga-se de passagem que veio mesmo a calhar! A sonda New Horizons partiu a semana passada em direcção a Plutão.

O planeta foi descoberto através de “microlentes” gravitacionais, um efeito previsto por Einstein em 1912 (este assunto fica para outra altura). Este método concerteza permitirá a descoberta de mais planetas do género.

É notável termos conseguido “caçar” um planeta só 5 vezes mais massivo que a Terra a uma distância considerável como esta! Quanto tempo faltará para encontrarmos um planeta muito semelhante ao nosso à volta de outra estrela? E quando encontrarmos, será que conseguiremos perceber se haverá vida por lá ou não? Será possível comunicar, caso esta o seja capaz? Perguntas para um post futuro. Para já, vamos ao espumante!

terça-feira, janeiro 24, 2006

Sistema Moodle - curso


Curso não presencial (ensino a distância) de formação de professores na utilização do Moodle, promovido pelo GEOTIC em colaboração com Moodle@FCTUNL

http://www.dcsa.fct.unl.pt/geotic/

http://www.geopor.pt:16080/geotic/moodle/index.html

PROGRAMA RESUMIDO
do Curso

Sessão prévia
- Criação de conta e registo no sistema (feito em colaboração com os formadores).
- Inscrição na página moodle que servirá de base de aprendizagem e de trabalho.

1ª sessão (20/Fev.)
Introdução ao sistema Moodle de gestão de ensino/aprendizagem e de trabalho colaborativo (conceitos gerais, página, níveis de utilização e administração, blocos-unidades estruturais da página, recursos e actividades):
- consulta de página-exemplo;
- visionamento de vídeo interactivo demonstrativo;
- documentação em língua portuguesa e em formato electrónico (em linha e/ou descarregável para computador — pdf , flash paper)

Estima-se duração de trabalho individual de 3h.

2ª sessão (21/Fev.)
- Criação (configuração e estruturação) e administração da página: inscrição de utilizadores, criação de grupos de trabalho, relatórios de actividade (estatisticas de acesso e utilização).
- Formatação e utilização dos blocos estruturais da página – calendário, últimas notícias, actividade recente, utilizadores online, etc.)
- Criação e formatação de recursos – etiqueta, página de texto, página web, apontador para ficheiro ou para página, arquivo/pasta)

Estima-se duração de trabalho individual de 3h.

3ª sessão (22/Fev.)
- Criação e formatação de actividades – chat, fórum, glossário, entrega de trabalhos, testes, wiki, questionários e referendos.
- Administração de notas e de escalas de classificação.

Estima-se duração de trabalho individual de 3h.

4ª sessão (23/Fev.)
Interacção entre formandos nos papeis de professor e de aluno.

Duração de trabalho individual de acordo com a disponibilidade do formando.

5ª sessão (24/Fev.)
Notas finais (manutenção: cópia de segurança e restauro de página).
Finalização de actividades.
Auto e hetero-avaliação.
Feedback.

Os formandos poderão continuar a utilizar o sistema após o curso.
Serã emitido certificado de participação no curso.

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Pré-inscrição, até 10 de Fevereiro
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Enviar e-mail para: jpsf@fct.unl.pt ou pal@fct.unl.pt indicando:

Subject: Pre-inscrição curso Moodle (GEOTIC)
Nome e Apelido
E-mail (para utilização durante o curso)
Contacto telefónico, skype ou messenger (facultativo)
Dúvidas/questões sobre o curso (facultativo)
Profissão e/ou instituição (facultativo)

segunda-feira, janeiro 23, 2006

Sismos (e mais sismos) em Portugal

Continua agitado o território nacional... Mas dividamos o mal pelas aldeias...!

1. Açores


A crise sísmica na região Fogo/Congro (mais exactamente a Caldeira do Fogo e a Lagoa do Congro, que marcam falha de direcção aproximada N-S) continua. Iniciada a crise a 10 de Maio de 2005, abundantemente relatada em post anteriores, continua a provocar pequenos sismos (04.10.2005, 21.12.2005 e 19.01.2006) e segundo o SIVISA:
"Recomenda-se a toda a população das freguesias da costa sul entre Lagoa e Ponta Garça e da costa norte entre Ribeira Grande e Maia que não permaneça em habitações que não ofereçam resistência à acção sísmica, nem circulem em estradas ou caminhos junto a taludes ou falésias instáveis. Também nas Furnas se torna necessário seguir as mesmas precauções."


2. Alentejo

Depois dos sismos de 29.12.2005, na proximidade de Mora (dois sismos, com magnitude de 4,2 e 4,4) e de um próximo de Arraiolos (2,9 de magnitude) em 26.12.2005, a Terra torna a tremer, agora em Espanha (e alguns portugueses, nomeadamente de Elvas, a sentir).

Texto publicado pelo IM:
"O Instituto de Meteorologia informa que no dia 22 / 01 / 2006 pelas 16 h 27 min (hora local) foi registado nas estações da Rede Sísmica do Continente, um sismo de magnitude 4,1 (Richter) e cujo epicentro se localizou a cerca de 56 km a SW de Mérida (ESP).
Este sismo, de acordo com a informação disponível até ao momento, não causou danos pessoais ou materiais e foi sentido com intensidade máxima III/IV (escala de Mercalli modificada) na região de Elvas."


3. Banco Josephine e Golfo de Cádiz

O limite entre a Placa Africana e a Placa Euroasiática continua a mexer, embora menos e com menores magnitudes, o que, de facto, é bom (a energia vai-se dissipando pouco a pouco). Continuam os valores díspares entre o IM (Portugal) e o IGN (Espanha) sem que se percebe o porque das diferenças...

Sismo de 19.01.2006, pelas 15:20 horas, a W do Cabo de S. Vicente (que o IM de Portugal não registou e a que o IGN de Espanha deu magnitude 3,6...).

TPC - Sugestões de Leitura:

LIMA, Fernando Vidal Quadros Corte Real (1998) - Introdução à Sismologia, Universidade de Aveiro, 155 p., Aveiro.

LEVY, Matthys & SALVADORI, Mario (2001) - Porque treme a Terra - Terramotos e Vulcões, Editorial Notícias, 247 p., s.l. .

ADENDA:
De um anónimo bem informado (ver comentários) recebemos o seguinte texto:
"A Lagoa do Fogo e a Lagoa do Congro estão inseridas na região sismogénica, não são a região.
O alinhamento da Lagoa do Fogo e da Lagoa do Congro não fazem um alinhamento N-S, mas sim NW-SE."
Os nossos agradecimentos pela leitura do Blog, pelos comentários e pela precisão do mesmo (note-se que o meu objectivo quando falo nas lagos é de situar no mapa os dos pontos de referência e não de restringir a falha ou a zona em risco sísmico e que digo da direcção da falha"aproximada N-S").

quinta-feira, janeiro 19, 2006

Partiu...!

Hoje, dia 19.01.2006, 5ª-feira, às 19.00 horas (hora de Portugal Continental) a sonda New Horizons partiu finalmente, rumo a Plutão e à Cintura de Kuiper. Foi emocionante assistir (com o meu filho de quase 4 anos ao colo) à descolagem, via Internet, do Cabo Canaveral (Florida - USA). É emocionante ver agora a plataforma de lançamento vazia...!
Boa viagem e que traga muitos conhecimentos sobre o Sistema Solar são os votos dos Geopedrados...!

quarta-feira, janeiro 18, 2006

Sonda adia partida

Nova horário de partida para 19.01.2006: entre as 18.08 e as 20.07 horas...


Já agora, aproveitamos para divulgar:

Objectivos da Missão " New Horizons"

- Realização de Mapa da composição superficial de Plutão e Caronte
- Caracterização da Geologia e Morfologia ("aspecto") de Plutão e Caronte
- Caracterização da Atmosfera de Plutão e sua taxa de decaimento
- Pesquisa de uma eventual Atmosfera a rodear Caronte
- Realização de Mapas das Temperaturas superficiais de Plutão e Caronte
- Pesquisa de outros Satélites de Plutão
- E... conduzir investigações similares em um ou mais Objectos da Cintura de Kuiper

Centro Ciência Viva de Constância

No passado dia 12 fui numa Visita de Estudo com todos os alunos do 7º Ano da minha Escola (Escola EB 2.3 Dr. Correia Mateus - Leiria) a Lisboa (para ver a peça de Teatro "O Cavaleiro da Dinamarca", de Sophia de Melo Breyner Andresen) e a Constância.


A segunda parte da visita, planeada e preparada por mim, levou-nos então até ao Centro Ciência Viva de Constância, Parque Temático de Astronomia. Por uns míseros1,40€ os alunos puderam fabricar o seu próprio Relógio de Sol, ir à Loja do Centro, ver a Esfera Armilar, Relógio do Sol e modelos da Terra, do Sistema Solar e do Sistema Sol-Terra-Lua, bem como ir ao Planetário do Centro, simples mas interessantíssimo (usa a máquina dos Mini-Planetários insufláveis mas a projecção é feita numa estrutura subterrânea muito engraçada).
É um local excelente para visitar, as pessoas são simpáticas e pode-se até marcar observações astronómicas nocturnas em certos dias.


Recomenda-se a visita...!


Para ver mais fotos, consultar em:
http://setimo-e.blogspot.com/

terça-feira, janeiro 17, 2006

Partida da Sonda "New Horizons"


A partida foi adiada, por causa do vento, um pouco acima do valor máximo para uma boa descolagem... Podem ler mais informações no site do Público, em:
http://www.publico.clix.pt/shownews.asp?id=1245090


A partida está agora prevista para as 18.16 (hora de Portugal Continental) do dia 18.01.2006.

A ver vamos, como diz o cego...

Miguel Torga


Miguel Torga – Adolfo Correia Rocha

S. Martinho de Anta (12.08.1907) – Coimbra (17.01.1995)

Faz hoje 11 anos que este Poeta (Transmontano, Conimbricense e Português) nos deixou. Mas as suas palavras são eternas.
Já estudante em Coimbra, decide adoptar o pseudónimo de Torga. Não escolhe o nome por acaso. A Torga, ou urze, é uma planta silvestre, humilde e espontânea, vivendo no chão agreste por todo o Portugal, mas particularmente nas serranias dos seus Trás-os-Montes e Alto Douro. Nunca deixará de demonstrar o seu amor pela Natureza, seja ela animal, vegetal ou mineral.
Aqui fica uma amostra do seu lirismo...


Mineração

Tenho o oiro e não posso
Arrancá-lo do cerne da montanha!
O filão de lirismo é um verso esquivo
Que atravessa a dureza do granito.
Rompo, perfuro dia e noite, e apenas
Cavo mais funda a própria sepultura...
Toupeira cega, mas obstinada,
Vou morrendo na luta
Que desejava ver iluminada.

in Penas do Purgatório (1954)

segunda-feira, janeiro 16, 2006

Sonda "New Horizons" vai partir...!


Amanhã, finalmente, partirá a sonda espacial New Horizons para explorar Plutão, os seus satélites e alguns dos Objectos Trans-Neptunianos (OTN em português ou KBO em inglês) da Cintura de Kuiper. Lançada (se tudo corrrer bem...) a 17.01.2006, irá aproveitar a gravidade de Júpiter (onde passará em Fevereiro de 2007) para ir rapidamente em direcção a Plutão, onde chegará em Julho de 2015.


O foguetão Atlas V (na 1ª fase) seguido de um Centauro na 2ª fase e do STAR 48B (de combustível sólido) na 3ª fase irão lançar a Sonda, que terá a primeira janela de lançamento de 17 de Janeiro a 14 de Fevereiro de 2006 (embora os últimos 12 dias impliquem uma ida directa - e mais demorada - a Plutão... ), enquanto que a primeira janela será apenas em 2007 (de 2 a 15 de Feveiro) e também directa a Plutão. Na hipótese de ida sem passagem por Júpiter a sonda chegará em 2019 (ou 2020 no segundo caso). Depois irá conhecer ainda os OTN, importantes para conhecer a origem do nosso Sistema Solar (em baixo representação artística da chegada da sonda à Cintura de Kuiper).

Mais informações em:
http://pluto.jhuapl.edu/index.php


Boa sorte e boa viagem...!

domingo, janeiro 15, 2006

Sismo(s) em Portugal V

A crise continua - às 21.47 horas (de 14.01.2006) deu-se outro sismo, bem visível no sismograma feito pela Estação de Manteigas, que o IGN-Espanha calculou ter a magnitude de 4,4 (aumentando, mais tarde, o valor para 4,7). Já o valor da magnitude para o IM foi de 3,7...


Não sendo nós adeptos de teorias de conspiração, parece-nos que estes números estranhamente díspares para os mesmos sismos e a quase ausência de comunicados oficiais (que não são colocados onde antes estavam...) por parte do IM merecia uma simples explicação... Mas o silêncio do Instituto de Meteorologia sobre os valores reais da magnitude dos sismos continua ensurdecedor...

sábado, janeiro 14, 2006

Halo lunar

No dia 11.01.2006 ocorreu, penso que por todo o país um fenómeno meteorológico e astronómico interessante - um halo lunar...


Um halo lunar é produzido quando uma extensa camada de nuvens altas contendo cristais de gelo cobre de forma uniforme o céu. Todos os cristais de gelo refractam a luz segundo um mesmo ângulo e produzem o halo.

A imagem que apresentamos aqui foi feita por um astrónomo amador português e retirada do seu site.

sexta-feira, janeiro 13, 2006

Sismo(s) em Portugal IV


Novo dia, novo sismo...
Desta vez a bucólica Madeira (e Porto Santo) tiveram direito a um sismo só para si, e que, pelo site do IM, teve magnitude de 3,5 e 5,0 na versão IGN-Espanha...
O sismo apanhou os habitantes do arquipélago madeirense a dormir (foi às 04.10 horas de 12.01.2006) e teve, na cidade do Funchal, intensidade II na Escala de Mercalli Modificada.
A crise está ainda para durar, havendo diariamente sismos moderados no Banco Josephine e no Golfo de Cadiz.

A acompanhar...

quarta-feira, janeiro 11, 2006

Sismo(s) em Portugal III

E a falha continua a mexer-se...

Depois do sismo de 09.01.2006, pelas 16.40, que, pelo site do IM, teve magnitude de 5,1 (5,4 segundo o USGS e 5,8 na versão IGN-Espanha...) houve um sismo, às 01.09 de 10.01.2006, de magnitude de 5,0 (na óptica do IM, mas com valor de 5,7 segundo o IGN-Espanha e 5,6 segundo o USGS).
Em seguida, ainda dia 10 de Janeiro, houve um sismo com magnitude de 3,8 segundo o IM, no Golfo de Cadiz, mas que o IGN-Espanha refere como sendo a Sul de Faro (e com valor de 3,7...). Já o USGS acha que o sismo teve magnitude de 4,5 e tem direito a estar no mapa mundi dos Sismos.



Estes três sismos (e algumas réplicas) são visíveis no sismograma feito pela Estação de Manteigas - Portugal, que aqui apresentamos.

Depois disso têm continuado a ocorrer diversos sismos no Banco Josephine (v. g. 10.33 e 11.59 horas de 11.01.2006, segundo o IGN-Espanha, com valores de 3,8 e 4,3 de magnitude) e provavelmente a pequena crise sísmica irá continuar.

Mas, já agora, até por causa de um comentário a um post anterior, umas perguntinhas:
1. Porquê valores tão díspares para as magnitudes dos sismos?
2. Porque é que o IM não pôs no site, desta vez, nenhum comunicado?
3. Porque é que o IGN-Espanha fala, para o mesmo sismo, de Sul de Faro e o IM-Portugal de Golfo de Cadiz?

P.S. - Este é que é o 100º Post deste Blog...!

terça-feira, janeiro 10, 2006

Sismo(s) em Portugal II


Na sequência do Sismo de ontem, sentido com Intensidade III em Lisboa, na Escala de Mercalli Modificada, esta noite (dia 10.01.2006, pelas 01.09 horas da madrugada) tornou a ocorrer um novo sismo quase no mesmo local, desta vez sentido em Lisboa com a intensidade de II/III e magnitude de 5,0 (segundo o IM) ou 5,4 (USGS).
Mais uma vez vamos ver o que escrevem os jornalistas...

segunda-feira, janeiro 09, 2006

Sismo em Portugal

Isto continua animado - desta vez, na fronteira entre a placa Euroasiática e a placa Africana, entre o Banco de Gorringe e a Crista de Madeira-Tore, no Banco Josephine, ocorreu o sismo com magnitude 5,1 (segundo o Instituto de Metereologia, do Portugal) ou de 5,4 (fonte USGS), seguido por uma réplica de magnitude 3,1.


Este sismo ocorreu hoje, dia 09.01.2006 (2ª-feira) às 16.40.48 (hora de Portugal Continental) e as coordenadas do epicentro foram 37.03° -14.26° (fonte Instituto de Metereologia), sendo o hipocentro a uma profundidade de 10 km (fonte USGS). Nestes dois sites há informações díspares, a confirmar brevemente.


Esperemos que os jornalistas aproveitem a ocasião para pôr em dia os seus conhecimentos geológicos e não continuem a dizer as baboseiras do costume...


domingo, janeiro 08, 2006

Sismo na Grécia

A Grécia foi abalada hoje, dia 08.01.2006 (Domingo), por um sismo de magnitude 6,9 graus (6,7 segunto o USGS, que reviu mais tarde o valor para 6,8) na escala de Richter, que foi sentido em diversos países da região do Mediterrâneo, mas que causou apenas feridos ligeiros e escassos danos materiais.
O epicentro tinha as coordenadas 36.204°N, 23.444°E e o hipocentro foi a 37,7 Km de profundidade (valor depois revisto para 48,4 km pelo USGS) .

O Correio da Manhã dá a notícia, sucintamente e sem erros, da seguinte forma:

"Um forte sismo de magnitude 6,7 na Escala de Richter foi sentido em Atenas, capital grega, esta manhã de domingo. Até ao momento não há registo de vítimas ou quaisquer danos materiais.

De acordo com a televisão estatal o terramoto cujo epicentro se situou no mar a cerca de 200 quilómetros a sul de Atenas, entre a península de Peloponeso e a ilha de Creta, demorou cerca de sete segundos tendo sido sentido em todo o norte e sul do país, bem como na Sicília (Itália), Cairo (Egipto), Israel e Croácia.

Recorde-se em Setembro de 1999, um terramoto em Atenas, que atingiu os 5,9 na Escala de Richter, matou pelo menos 143 pessoas e deixou outras 60 mil desalojadas. A Grécia regista metade dos abalos sísmicos da Europa."

Segundo a notícia do Público, de acordo com o Instituto de Geodinâmica de Atenas, o sismo ocorreu no mar, ao largo da pequena ilha de Kithira, localizada 200 quilómetros a sul de Atenas. O epicentro do abalo, que aconteceu pelas 13h34 locais (11h34, em Lisboa), e durou 30 segundos, foi localizado a uma profundidade de 70 quilómetros, abaixo do fundo do mar (sic) . É uma pena que os jornais portugueses continuem a não entender o que é epicentro e hipocentro...

Nota: Ao ler a versão em papel do Correio da Manhã apercebi-me que também confundia epicentro e hipocentro. Deus seja louvado... Agarrem-me senão eu dou uma explicação gratuíta sobre o assunto aos jornalistas científicos deste país...

sábado, janeiro 07, 2006

Galileu - 396 anos depois...

Faz hoje 396 anos que Galileu Galilei se lembrou de apontar a sua fraca luneta para Júpiter e descobrir 3 (mais tarde quatro...) pequenas estrelinhas próximas - tinha descoberto os satélites ditos de Galileu.

Convém não esquecer... até porque faltam 10 dias para a partida da Sonda que irá conhecer finalmente o planeta (ou talvez não) Plutão e seus satélites, bem os Objectos Trans-Neptunianos da Cintura de Kuiper.


Para ajudar, aqui fica cópia do registo original (em cima e em italiano) do grande cientista e foto dos seus satélites (da esquerda para a direita, respectivamente - Io, Europa, Ganimedes e Calisto):


sexta-feira, janeiro 06, 2006

Gigantesco bloco pedunculado de granito

O bloco pedunculado de granito aqui apresentado foi fotografado em Dezembro de 2005 na aldeia de Souro Pires (ou Souropires), terra dos Távoras, família de que El-Rei D. José I não gostava, no Concelho de Pinhel (Guarda).
A quando da visita dos Geopedrados à terra do Fernando tinha sido falado que iriamos vê-la, mas eu impedi essa observação (mea culpa) por estarmos atrasados.
Este exemplar tem cerca de 4 ou 4,5 metros de altura e é, na minha humilde opinião, um dos mais bonitos e interessantes em todo o país.





quarta-feira, janeiro 04, 2006

Sismo no México

Um forte sismo ocorreu hoje, 04.01.2006 (4ª-feira) às 08:32:31 (UTC) com magnitude de 6,6 na Escala de Richter, no Golfo da Califórnia (México), no mar (Coordenadas: 28.078°N, 112.102°W e Hipocentro à Profundidade de 14 Km), no ramo mexicano da falha de S.ª André, sem vítimas e prejuizos.

Mais informações, consultar: http://earthquake.usgs.gov/

domingo, janeiro 01, 2006

Poesia astronómica

No Blog Voz da Pedra, um dos meus preferidos, Pólux publicou, em 16.12.2005, um poema que nos atrevemos citar... É favor ler os comentários ao poema no Post original para entender a beleza poética e astronómica do mesmo.

Entre os lençóis e as árvores



Uma lâmina de frio vara o silêncio
das vidraças do meu quarto
e desce inquieta sobre o teu xaile de lã virgem.
Estás longe. Muito longe!
Presente, apenas o xaile
e o Dezembro gélido e estranho
que navega na célere vertigem
de dobrar o solstício para atingir o Natal.

Abro a janela.

Um silêncio feminil de luar
suspende-se, nocturno,
e desce das copas das árvores,
trespassa os umbrais
e insinua-se, cheio, pelo quarto.
Lânguida e doce, a claridade da lua
derrama-se e fulgura por sobre a seda
núbil do teu corpo adiado.
Num incêndio de êxtase e mel,
surges-me num afresco
por sobre os lençóis da minha noite.

A bordo dos meus dedos de argila
navegam já todas as tintas e os seus segredos.
Mas os dedos, ansiosos e trémulos como a minha mente,
em vez de avivarem a cores quentes a tua presença,
apenas conseguem esboçar uma réplica da tua ausência,
que persiste, agora, no vazio penumbroso e sombrio dum retrato a sépia.

(Entre os lençóis e as árvores,
o epicentro da minha saudade)